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O Ibovespa terminou o ano de 2023 em sua máxima histórica, acima dos 134 mil pontos. Mais do que isso, registrou seu melhor desempenho desde 2019, ao saltar 22,2%. Uma parte deste resultado foi puxada pelo setor financeiro, com alta de 34,6%.
Para um ano que começou sob forte desconfiança, com troca de governo e volta do PT ao Palácio do Planalto, o desempenho chega a ser surpreendente, principalmente pelo primeiro trimestre, quando o Ibovespa tocou o piso dos 96.996 pontos, em 23 de março.
Deste piso, que foi o suporte do Ibovespa em 2023, até seu fechamento, aos 134.134 pontos, a Bolsa disparou 38,6%, rompendo, inúmeras vezes, ao longo do ano, diversos pontos de resistência, conforme análise técnica.
Essa disparada, na reta final do ano, foi impulsionada pelo cenário de afrouxamento monetário. Por aqui, o Banco Central já começou seu ciclo de cortes, mas o rally de final de ano foi garantido pela expectativa de redução dos juros, agora, nos EUA.
Análise técnica Ibovespa
Para Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, com fundos ascendentes no gráfico semanal e mensal, o Ibovespa estabeleceu uma tendência de alta – no final do ano de 2023 – com os preços acima das médias móveis de 9, 20 e 200 períodos.
“Um ponto importante é que o Ibovespa conseguiu romper, para cima, uma consolidação do gráfico mensal, que durou de junho de 2021 até dezembro de 2023”, ressalta Petrokas – veja no gráfico abaixo esse rompimento, na linha amarela.
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Pela análise técnica clássica, conforme ele, podemos definir o alvo de um retângulo (figura que representa uma consolidação), quando rompido para cima, projetando a amplitude a favor do rompimento.
No caso do Ibovespa – representado no gráfico acima – a altura do retângulo seria dos 125.500 pontos aos 95.000 pontos, ou seja, um intervalo de 30,5 mil pontos.
Nesse sentido, acrescenta Petrokas, devemos somar essa amplitude ao preço do topo, ou seja: 125.500 + 30.500 = 156.000 pontos.
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Confuso sobre o que é suporte e o que é resistência? Confira nosso guia sobre análise técnica
“Parece muito, não? Mas aqui não podemos esquecer que estamos falando de uma consolidação que durou 30 meses. Quer dizer que o Ibovespa vai lá no alvo em 2024? Impossível responder. Mas há uma possibilidade de o nosso mercado atingir esse alvo, em algum momento do tempo, enquanto o mercado estiver em tendência de alta.”
E se o Ibovespa inverter a tendência?
Petrokas faz o exercício também no sentido inverso. Afinal, uma tendência é válida até que seja revertida.
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“Aí podemos olhar para os principais suportes do gráfico mensal, que estão em 125.000, 114.000 e, depois, o fundo da consolidação em 95.000 pontos”, assinala.
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Ibovespa: Setor financeiro
Um dos principais componentes do Ibovespa, o setor financeiro, representado pelo IFNC (índice financeiro da Bolsa), teve um desempenho superior ao da Bolsa como um todo.
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Enquanto o Ibovespa saltou pouco mais de 22%, o IFNC ganhou 34,6%.
“As ações do Itaú contribuíram bastante para a alta do índice, enquanto as do Bradesco subiram menos”, diz Rodrigo Cohen, analista e co-fundador da Escola de Investimentos.
Em 2023, as ações do Itaú (ITUB4) subiram 41,64% e as do Bradesco (BBDC4) avançaram 23,45%, ambas com desempenho superior em relação ao Ibovespa.
“O IFNC se beneficiou da queda dos juros, dos lucros muito bons dos bancos e das expectativas positivas para o ano que vem. Com mais contratação de empréstimos, os bancos ganham no spread.”
Em relação à análise gráfica do IFNC, Cohen nota (veja gráfico abaixo) um pullback, ou seja um repique ou um reinício de forte tendência.
“Vemos candles de queda bem grandes e agora um candle verde, montando o chamado pivô de alta, com uma bandeira de alta.”
“É possível ver essa figura, bem mais nítida. Você consegue ver o ativo caindo um pouquinho, subindo, fazendo uma correção durante três meses, que foi agosto, setembro e outubro (de 2023). E agora, nos últimos dois meses (novembro e dezembro), o IFNC tem fortes altas”, completa.
Especialmente para Itaú, acrescenta Cohen, o ativo também vem batendo nos topos históricos. “Então, temos aí, graficamente, expectativas bem boas e interessantes tanto para o IFNC, quanto para instituições financeiras e bancos em geral.”
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