Análise Técnica: novo investment grade brasileiro reacende temor de correção

História corrobora tese, mas tendência primária de alta ainda se mantém; Dow Jones aproxima-se de suporte relevante

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Na última semana, o Brasil recebeu seu terceiro investment grade, desta vez pela agência de classificação de risco Moody’s, seguido do proferido no dia 29 de maio do ano passado pelos analistas da Fitch.

Além do fato comum em si, outro acontecimento atenta os analistas técnicos em geral. Recorrendo à história, foi neste dia que o Ibovespa sacramentou seu topo histórico em 73.920 pontos e deixou no gráfico semanal um candlestick de reversão de tendência, no caso para baixa, lembrando um Doji.

Coincidência ou não, na última semana o índice formou semelhante figura ao testar a resistência na região dos 62 mil pontos e a banda superior das Bandas de Bollinger com um volume acima da média. Sem contar a inflexão negativa do IFR (Índice de Força Relativa) e do OBV (On Balance Volume) semanal em meio à tendência de alta principal.

Como a análise técnica é baseada em ocorrências históricas, a junção dos fatos, ainda por cima em um gráfico de periodicidade semanal, deve ser considerada nas operações. Contudo, o trader deve respeitar primeiramente a tendência principal dos gráficos (atualmente de alta) para não incorrer em ações precipitadas.

Curto prazo

Se no gráfico semanal o candlestick formado desanima os comprados, o gráfico diário consagra a tendência de alta do mercado pelo canal favorável formado e a inclinação da média móvel exponencial de 21 dias, principal suporte do mercado neste ano.

Para a equipe da Focques Analistas Técnicos, a manutenção da tendência de alta de curtíssimo prazo só é garantida se o Ibovespa continuar acima das médias móveis de 5 e 10 dias, respectivamente 60.400 pontos e 60.500 pontos.

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Além desta região, os analistas da Gradual Investimentos preveem o teste imediato dos 62.017 pontos, máxima de 2009 e principal resistência do mercado. Fechando acima dos 62 mil pontos, o Ibovespa poderá seguir rumo ao objetivo primário em 63.420 pontos, destaca a corretora.

Perdendo a área dos 60 mil pontos, o índice deverá recuar para os 58.630 pontos e 58.000 pontos, aproximando-se mais uma vez da média móvel exponencial de 21 períodos, forte suporte do mercado brasileiro.

Abaixo do perímetro traçado, o mercado segue para a LTA (Linha de Tendência de Alta) vinda desde julho, ou seja, de volta à região em torno dos 57.700/600 pontos, afirmam os analistas da Focques.

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Dow Jones

Próximo da média móvel de 21 dias, o Dow Jones, que compila o desempenho das 30 blue chips do mercado norte-americano, tem como principal suporte os 9.630 pontos, vital para a manutenção da tendência de alta.

Acima de 9.735 pontos, o índice enfrentará as resistências em 9.805 pontos, 9.855 pontos e 9.918 pontos, afirma a equipe da Gradual. A perda em fechamento dos 9.600 pontos levaria aos 9.450 pontos e 9.252 pontos.