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Em comunicado ao mercado, a Americanas (AMER3) informou que está restabelecendo gradualmente e com segurança seus ambientes de e-commerce nesta quarta-feira (23), suspensos em razão de incidente de segurança do qual foi vítima entre os dias 19 e 20 de fevereiro.
A companhia informou que não há evidência de comprometimento das bases de dados. “As equipes continuam mobilizadas, com todos os protocolos de segurança, e atuarão para a retomada integral no mais curto espaço de tempo”, apontam.
Até o início da tarde desta quarta, os sites da Americanas.com.br e do Submarino tinham restabelecido as suas operações, reiterando o aviso de volta de forma gradual, enquanto Shoptime e Sou Barato ainda estavam fora do ar, seguindo com a mensagem de que, por questões de segurança, parte dos servidores do ambiente foi suspensa proativamente.
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Com a notícia, as ações AMER3 chegaram a saltar 8,22%, a R$ 32,24, após duas sessões de forte queda, de 6,6% na segunda e de 5,40% na terça-feira, acumulando queda de valor de mercado da ordem de R$ 3,5 bilhões. Contudo, os papéis amenizaram os ganhos, também refletindo a piora do mercado em geral, com o Ibovespa em baixa de 0,78%, e fecharam com leve queda de 0,34%, a R$ 29,69.
Durante os dias em que esteve fora do ar, clientes não conseguiam ter acesso aos seus pedidos: não era possível rastrear a compra para verificar a data de chegada nem consultar outras informações. A empresa ainda não se pronunciou sobre o que fará a respeito de pedidos de cancelamento e atraso nas entregas das encomendas. Nos últimos dias, a companhia apenas adotou uma mensagem padrão ao se referir ao “apagão”, sem dar mais detalhes sobre o caso.
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A XP destacou não ser possível mensurar precisamente o valor perdido de vendas da Americanas mas, com base na estimativa da casa de receita do canal online para o primeiro trimestre de 2022, os analistas estimam uma venda bruta média em torno de R$ 65 milhões por dia (sem fazer ajustes para sazonalidades ao longo da semana).
Outros casos
A questão da segurança das operações digitais vem ganhando cada vez mais espaço dentro das empresas brasileiras. No ano passado, ataques hackers afetaram os sistemas da gigante do varejo Renner e também da Fleury, de exames laboratoriais. Segundo pesquisa divulgada em janeiro de 2022, as empresas brasileiras estão aumentando investimentos nessa área.
Não à toa, a cybersegurança tem sido uma das maiores preocupações recentes dos empresários do Brasil e do mundo. De acordo com o estudo Allianz Risk Barometer, 64% dos executivos brasileiros acreditam que os riscos cibernéticos são a maior ameaça para os negócios em 2022. O segundo lugar ficou com as catástrofes naturais com 30%.
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De acordo com Alvaro Massad, coordenador do curso de cybersegurança da Fundação Getulio Vargas (FGV), esse tipo de problema nunca terá uma solução, pois os criminosos sempre inovam para criar novos golpes. Mas, segundo ele, o papel das empresas é de se atualizar ainda mais rápido para que esses ataques sejam mitigados o mais rápido possível. “As empresas visam ao lucro, mas precisam entender que esse tipo de investimento evita grandes problemas. E se proteger bem custa dinheiro”, disse Massad ao jornal O Estado de S. Paulo, na segunda-feira.
(com Estadão Conteúdo)
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