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Ao longo de mais de duas horas, os executivos da Americanas (AMER3) apresentaram e detalharam o plano de recuperação judicial da companhia, das fraudes descobertas e traçaram os planos da companhia para os próximos anos.
Após quase um ano de espera, a empresa informou os números do balanço de 2021 e 2022, nesta quinta-feira (16), deixando, para até dezembro, os números de 2023, equivalentes aos nove primeiros meses.
Um dos passos para o atingimento das metas financeiras (guidances) até 2025, conforme divulgado, parte da premissa de que o plano de recuperação judicial será aprovado ainda em 2023 e homologado no início de 2024.
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Segundo a diretora financeira da Americanas (AMER3), Camille Faria, a expectativa é por um aporte de R$ 24 bilhões na companhia, vindo dos acionistas, e saldo de R$ 5 bilhões de renegociação com credores.
“A Americanas trabalha com a premissa de ter quase R$ 5 bilhões em descontos de dívida”, explicou ela.
“A empresa espera conseguir, com esse valor, virar o patrimônio líquido para o positivo”, disse, durante teleconferência com analistas e investidores.
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Americanas (AMER3): Negociação com credores
Segundo a executiva, os credores com dívidas de até R$ 12 mil poderão receber – no contexto da homologação da RJ – os valores de forma integral, em parcela única.
Caso contrário, a empresa prevê eles ingressando na oferta geral, com desconto de 80% e pagamento em 20 anos, com valores atualizados pela TR.
Assim, os credores que aceitarem as condições terão seus créditos recomprados em um leilão reverso, com desconto de 70%.
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Tamanho do endividamento
Do total da dívida, R$ 36,2 bilhões são com instituições financeiras. O endividamento bruto corrigido atingiu R$ 37,3 bilhões, em 31 de dezembro de 2022 – o divulgado antes do escândalo, em janeiro de 2021, era de R$ 7,8 bilhões.
A companhia informou que optou em não fazer ajustes nos balanços dos anos anteriores por conta da complexidade de auferi-los e consolidou no balanço 2021.
Americanas e a venda venda de ativos
Na apresentação, Leonardo Coelho, CEO da empresa, disse que a companhia não pretende se desfazer das redes Uni.co e Natural da Terra a “qualquer preço”.
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Segundo ele, as duas controladas não entrarão em “liquidação”. “Se acharmos preço certo, vamos estudar, caso contrário, elas usufruem de todo pacote de transformação da Americanas”.
Em relação a Ame (fintech), Coelho reforçou que a companhia não pretende se desfazer desta operação. Isso porque, segundo ele, faz parte do ecossistema de conexão entre as lojas físicas e as operações online.
“A Ame faz parte da estratégia da empresa”, afirmou.
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Projeções para 2025
A companhia divulgou projeções para 2025 levando em conta uma eventual aprovação do plano de recuperação judicial, atualmente sendo negociado com os principais credores da empresa.
Segundo a Americanas, a expectativa é de Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões em 2025, com uma alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda de menos de 0,75 vez.
Além disso, a companhia espera atingir uma dívida bruta financeira entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão e que o patrimônio líquido volte a ficar positivo.
Com os números divulgados, a prioridade agora é tentar chegar a um acordo com credores para salvar a rede de varejo.
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