Ambipar (AMBP3) chega a desabar 22% após rali de 160%, mas ameniza e cai “só” 5,8%

Compra feita pelo fundador levou à disparada recente, mas ativo reverte parte dos ganhos

Equipe InfoMoney

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As ações da Ambipar (AMBP3) tiveram um novo dia de volatilidade na B3 nesta sexta-feira (12) após uma alta de mais de 160% entre 17 de junho e 11 de julho – isso apesar de visões ainda céticas do mercado, com os investidores aos poucos entendendo os motivos para os ganhos recentes e revertendo parte dessa disparada. As ações chegaram a cair até 22,06% na mínima do dia, a R$ 17,38, mas conseguiram amenizar as perdas e fecharam com queda de 5,83%, a R$ 21.

Nos últimos pregões, o mercado tentava encontrar os motivos para a forte alta recente dos ativos, que inclusive levou a um forte movimento de short squeeze na Bolsa.

No dia 10 de julho, foi informado ainda que Tércio Borlenghi Júnior, fundador da Ambipar, elevou sua participação na empresa de 66% para 73%. Esta ação resultou em uma diminuição do free float (ação em circulação no mercado) para 25%, também um movimento que gerou pressão compradora nas ações da Ambipar, impulsionando o preço delas.

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Contudo, o banco apontou ser importante notar que a Ambipar é uma das ações mais vendidas (shorteadas, ou com posições que apostam na queda dos ativos) na Bolsa atualmente. Como resultado, os investidores que possuíam posições vendidas foram forçados a encerrar suas operações, recomprando suas ações. Este fator contribuiu ainda mais para a elevação do preço das ações da Ambipar.

Este é o movimento de short squeeze, que ocorre quando existe uma demanda muito forte por aluguel de um ativos contra uma baixa oferta, ou se o limite de ações para aluguel já tiver batido o limiar permitido pela Bolsa. O short squeeze é caracterizado pelo fechamento repentino de posições vendidas que gera um efeito em cadeia, resultando na disparada de preço de um determinado ativo – mas que nem sempre reflete fundamentos positivos para a ação.

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A Guide ressalta que a taxa de aluguel de ações está em 91,99% ao ano, enquanto o percentual de ações vendidas sobre o free float está em 14,5%. O número é ainda bem elevado, mas que vem caindo devido aos investidores que fecharam suas posições.

“Notavelmente, as ações da Ambipar subiram aproximadamente 160% pelo alto volume comprador momentâneo. Os fundamentos da empresa não se alteraram. Portanto, as ações da Ambipar estão caras atualmente”, avalia a casa.

Provavelmente, apontam os analistas da casa, as ações da Ambipar entraram em tendência de queda até atingirem preços mais racionais. De um lado, a posição shorteada ainda alta no papel pode ensejarem mais pressão compradora nos próximos dias ou meses; por outro, recomendamos não especular e aproveitar para realizar lucro já obtido, ressaltam.

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Nesta semana, a Nord também apontou ter uma visão não muito positiva sobre o futuro das ações no curto prazo. Com uma visão positiva para a empresa em si, mas vendo a execução dela como deixando a desejar, a casa de research apontou não estar posicionada no papel, inclusive tirando a pouca posição que tinha nela no início do movimento de alta.

“Após dois guidances [projeções] de redução de dívida que não funcionaram (eram fracos), a empresa anunciou um novo contrato com a Heineken. Contudo, este contrato é pequeno, apenas 15% da receita de Environment (metade da receita total) em três anos”, avalia a casa.

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