Ambev, Gerdau e OGX sobem forte; Gafisa, Rossi e Brookfield caem pelo 4° pregão

Renar Maçãs anuncia redução de dívida e ação dispara 15%; OdontoPrev cai 5% após divulgar lucro menor no 2° tri, enquanto lucro da SulAmérica sobe 14 vezes e puxa alta dos papéis

Paula Barra

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SÃO PAULO –  O último pregão do mês apresenta forte instabilidade no Ibovespa, que oscila entre perdas e ganhos durante toda esta manhã. Às 13h07 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira registrava queda de 0,52%, a 48.308 pontos, em meio aos indicadores econômicos, reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) e temporada de balanços do segundo trimestre no Brasil.

Chama atenção neste pregão as ações da Ambev (AMBV4), que sobem 3,22%, sendo cotadas a R$ 84,74 – maior patamar do dia -, em reflexo à divulgação do resultado do segundo trimestre. 

A empresa mostrou um lucro líquido ajustado de R$ 1,88 bilhão entre os meses de abril e junho, uma queda de 2,2% frente ao registrado no mesmo período do ano passado. Esse número vem após a companhia anunciar queda de 1,1% no total de volumes da companhia, em reflexo da queda de 3,6% das vendas do segmento de refrigerantes. As receitas, entretanto, subiram em 9,9%, para R$ 7,5 bilhões no trimestre. 

Segundo a Planner Corretora, os números foram em linha com as previsões do mercado para a receita e Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), mas foram sensivelmente menores (-9,9%) no lucro líquido. 

Gerdau sobe com PIB dos EUA e rumor de reajuste no preço de aço
Ainda entre as maiores altas aparecem as ações da Gerdau (GGBR4), que sobem 3,24%, a R$ 14,64, em meio à divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos e rumores de que a empresa elevou o preço do aço no Brasil. Na sequência, os papéis da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) também aparecem no positivo, com alta de 2,51%, a R$ 18,36. 

Segundo o analista-chefe da Magliano, Henrique Kleine, o PIB norte-americano acima do esperado traz perspectivas melhores para o balanço do segundo trimestre da empresa, que será divulgado na próxima quinta-feira. Isso ocorre porque 50% das receitas da Gerdau é referente ao mercado dos Estados Unidos. Ele alerta, entretanto, que essa sinalização de melhora pode ser pontual, tendo em vista que o consumo global por aço está deprimido e pode causar uma demanda menor numa perspectiva mais ampla.

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Como a Gerdau é a mais exposta ao mercado norte-americano, as demais siderúrgicas listadas na bolsa não acompanham o movimento positivo, como são o caso de Usiminas (USIM3, -2,33%, R$ 8,79; USIM5, -2,22%, R$ 8,81) e CSN (CSNA3, -0,60%, R$ 6,63), que operavam no mesmo horário em queda. A Gerdau é voltada à produção de aço longo (mais difícil de exportar), enquanto Usiminas e CSN têm suas receitas direcionadas ao aço plano. Por isso, os dados dos EUA impactam mais a Gerdau, onde a empresa possui fábrica, enquanto os indicadores chinesas refletem principalmente Usiminas e CSN.

Além disso, repercute nesta sessão, a notícia do site Steel First de que a Gerdau anunciou na véspera o aumento em 10% no preço do aço longo vendido no Brasil. 

OGX sobe 32% em 10 pregões
Já as ações da OGX Petróleo (OGXP3) caminham para sua sétima alta em dez pregões, sendo que nos outros três os papéis fecharam estáveis. Nesse período, os papéis acumulam ganhos de 32%. Somente nesta sessão, as ações sobem 3,13%, a R$ 0,66, após atingirem valorização de 6,25%, a R$ 0,68.

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A empresa não tinha tido uma sequência tão forte desde que mostrou produção abaixo do esperado no final junho do ano passado, igualando a euforia do período em que estava para extrair a primeira gota de petróleo – situação análoga a que a empresa vive atualmente, já que deve extrair a primeira gota de petróleo do campo de Tubarão Martelo no último trimestre deste ano, o que pode significar uma espécie de renascimento para a empresa. Mas o que há por trás deste rali?

Um outro fator que vem fortalecendo as cotações da OGX nesse mês: o eminente aumento de participação da empresa na carteira quadrimestral do Ibovespa, que entrará em vigor a partir de setembro. Uma das ações mais líquidas do índice, a petrolífera de Eike Batista geralmente tem grande peso nas carteiras, mas a forte desvalorização das ações da petrolífera fazem com que essa participação recue de ajuste em ajuste. A OGX iniciou a última carteira responsável por cerca de 5,5% do índice, mas já “pesa” cerca de 1,5%, segundo os dados mais recentes da BM&FBovespa.

No próximo rebalanceamento, no início de setembro, a OGX deve ser a maior ganhadora de participação no Ibovespa por conta do alto índice de negociabilidade da empresa, apontam analistas de diversas casas de análise. A equipe da do Brasil Plural estima que o peso da OGX subirá para 4,5%, o que representa um aumento de 3 vezes sobre a participação atual. Já o HSBC estima uma importância de 4,2% da empresa no índice. O ajuste nas posições de mercado deve promover um impacto no volume ao equivalente a um dia e meio dia de negociação do papel.

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Gafisa, Rossi e Brookfield caem pelo 4° pregão
Por outro lado, as ações do setor imobiliário operam no negativo nesta quarta-feira (31), com destaque para Gafisa e Rossi, que registram desvalorizações de 5,10% e 2,93%, respectivamente, a R$ 2,79 e R$ 2,65. Um pouco mais distantes aparecem os papéis Brookfield (BISA3), que recuam 2,33%, a R$ 1,68. 

Esse é o quarto pregão no negativo desses papéis, acumulando no período queda de cerca de 9%, 5% e 5%, respectivamente. 

Renar Maçãs anuncia redução de dívida e dispara 15%
Entre as small caps, chama atenção as ações da Renar Maçãs (RNAR3), que sobem 23,08%, a R$ 0,16, após a empresa anunciar a redução de 21,4% no total do seu endividamento junto ao banco – ou valor de aproximadamente R$ 11,6 milhões – e 13,3% do endividamento total da companhia.

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Os papéis RNAR3 também chamam a atenção pelo forte volume negociado, movimentando R$ 131,248 mil apenas na primeira meia hora do pregão, montante acima dos R$ 41,17 mil atingidos na média diária dos últimos 21 dias. 

De acordo com a companhia, esta redução é parte do fato relevante divulgado em 01 de outubro de 2012 e reafirma os resultados positivos obtidos a partir do plano de desmobilização de ativos aprovado pelo Conselho de Administração. “Conforme informado, o plano de desmobilização tem como objetivo fortalecer a estrutura de caixa e a redução do endividamento bancário da companhia”, afirmou a Renar.

TIM: resultado acima das projeções; ações tem ligeira alta
Ainda em relação à temporada de balanços corporativos, o lucro líquido da TIM Participações (TIMP3) no segundo trimestre subiu acima das expectativas de analistas, por conta do aumento das receitas e menores perdas com a variação cambial. Os papéis da companhia têm leve valorização de 0,6%, a R$ 8,45.

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A subsidiária da Telecom Italia registrou lucro líquido de R$ 385,6 milhões de abril a junho, alta anual de 12%, informou a companhia nesta terça-feira. A média dos analistas consultados pela Reuters apontava para lucro líquido de R$ 337,4 milhões. 

Sem o efeito não-recorrente de R$ 20 milhões, relacionado a disputas com outras operadoras sobre receitas “entrantes” de SMS, a TIM teve lucro líquido orgânico de R$ 405,8 milhões no segundo trimestre, alta de 17,9% na comparação anual.

SulAmérica: lucro sobe 14 vezes, para R$ 50,6 mi
No mesmo sentido, os papéis da SulAmérica (SULA11) operam no positivo nesta tarde, com alta de 3,95%, a R$ 13,84. A empresa registrou lucro líquido de R$ 50,6 milhões no segundo trimestre, quase 14 vezes superior aos R$ 3,6 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. A receita com prêmios de seguros somou R$ 2,94 bilhões no trimestre, avanço de 13,8% em relação a abril e junho de 2012; já o segmento de seguros respondeu por uma fatia de R$ 2,02 bilhões em prêmios, crescimento de 13,7%. 

O resultado financeiro da companhia registrou queda, para R$ 81,4 milhões, uma cifra 24,6% menor na comparação com o mesmo período de 2012.  

Weg registra salto de 47% no trimestre; ação avança
A fabricante de motores elétricos e tintas industriais WEG (WEGE3) também vê suas ações subirem nesta sessão (+1,06%), sendo cotadas a R$ 28,05. A empresa divulgou salto anual de 47% no lucro do segundo trimestre, com aumento de receitas e custos controlados e citou que medidas de incentivo à produção tomadas pelo governo começam a fazer efeito.

A companhia teve lucro líquido de R$ 204,97 milhões no segundo trimestre, crescimento de 19% sobre os três primeiros meses do ano. A receita teve alta anual de 11%, para cerca de R$ 1,7 bilhão.

“O desempenho em bens de capital continuou positivo, mostrando que os incentivos à produção começam a produzir efeitos positivos”, afirmou a WEG no balanço, citando juros reduzidos para financiamento de bens de capital e desoneração de impostos, além de câmbio mais favorável a exportações e menos atraente para importações.

OdontoPrev cai com lucro menor
Por outro lado, as ações da OdontoPrev (ODPV3) caem 4,82%, a R$ 9,30, neste pregão, após anunciar lucro líquido de R$ 39,4 milhões no segundo trimestre, uma queda de 6,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Já a receita líquida registrou alta de 11,6% em relação a abril e junho de 2012, para R$ 263 milhões. A companhia encerrou o trimestre com 6 milhões de usuários, com avanço de 4%.  

Dufry tem queda de 20,2% no lucro
Também reflete negativamente o balanço a operadora de lojas duty free Dufry (DAGB11), que vê suas ações recuarem 1,99%, a R$ 298,94. A empresa teve uma queda de 20,2% em seu lucro líquido não auditado no segundo trimestre deste ano, para R$ 76,4 milhões, na comparação com igual período de 2012, segundo informou a empresa nesta quarta-feira.

A geração de caixa medida pelo Ebitda totalizou R$ 293,3 milhões no período, alta de 14,9% na comparação anual.

A receita líquida total da empresa subiu 23,4% na mesma base de comparação, para R$ 2,048 bilhões. Ao mesmo tempo, os custos com produtos vendidos subiu 24,24%, para R$ 841,6 milhões. 

Tractebel tem queda de 5,3% no lucro
No mesmo sentido, os papéis da Tractebel Energia (TBLE3) caem 1,31%, a R$ 9,05. A empresa informou que seu lucro líquido no segundo trimestre foi de R$ 324 milhões, queda de 5,3% na comparação anual.

“O principal fator que contribuiu para a redução do resultado do trimestre foi o efeito negativo de R$ 77,5 milhões decorrente das transações de curto prazo, inclusive as realizadas no âmbito da CCEE”, informou a companhia.

A receita líquida de vendas cresceu 6,6%, a R$ 1,273 bilhão, enquanto o Ebitda atingiu R$ 719,9 milhões, um recuo de 7,5% sobre o mesmo período de 2012. Além disso, o Conselho de Administração da companhia aprovou pagar R$ 767,568 milhões em dividendos intercalares, valor correspondente a R$ 1,1759130707 real. As ações da Tractebel serão negociadas ex-dividendos a partir de 19 de agosto, disse a empresa em um comunicado separado.

Tecnisa registra lucro recorde mas ações caem
A Tecnisa (TCSA3) registrou um lucro de R$ 73 milhões no segundo trimestre de 2013, com forte alta de mais de 28 vezes em relação aos R$ 2,57 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida da companhia subiu 68,7%, para R$ 501 milhões. Entretanto, as ações da empresa caem 1,42% nesta sessão, a R$ 9,02.

O Ebitda da Tecnisa foi de R$ 152 milhões, quatro vezes superior ao do segundo trimestre de 2012. A margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) passou de 13% para 30%, alta de 17 pontos percentuais. 

Arezzo cai apesar de crescimento no lucro
Por fim, a Arezzo (ARZZ3) teve lucro líquido de R$ 29,06 milhões no segundo trimestre, avanço de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado apoiado em aumento de dois dígitos nas vendas e manutenção da participação das despesas sobre a receita. Os papéis, entretanto, não repercutem bem o resultado e caem 0,68%, sendo cotados a R$ 36,25.

A companhia de calçados e acessórios informou Ebitda de R$ 40,48 milhões entre abril e junho, 16,9% superior ao resultado apresentado um ano antes. A margem no período teve leve queda, passando de 17,4% para 17%. A empresa teve alta de 19,1% na receita líquida, para R$ 237,64 milhões no segundo trimestre sobre o mesmo período do ano passado, com número de lojas passando de 359 para 417. Segundo o balanço, a maior parte do crescimento no número de pontos de venda ocorreu via franquias.