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Os efeitos da maior concorrência e do aumento de custos das matérias-primas sobre o lucro da Ambev (ABEV3) dividem a opinião de analistas e fazem com que a recomendação para o papel não seja unânime. O Bank of America manteve a recomendação de compra, esperando uma valorização de mais de 30%, enquanto a XP Investimentos rebaixou a empresa de compra para neutra, por não enxergar todo esse ímpeto.
O Bank of America colocou em R$ 15,50 o preço alvo para a Ambev, o que representa um potencial de valorização de 38,4% em relação ao fechamento de quarta-feira. No ano, as ações da fabricante de bebidas acumulam uma queda de 18,3%.
Os analistas veem o desconto sobre as ações da empresa exagerados e dissociados dos pares globais. Atualmente, as ações da Ambev negociam a um múltiplo P/L (preço/lucro) de 11,8%, 30% abaixo da média histórica. Esse desconto é superior ao registrado pela média das empresas e bebidas, que é de 11%.
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“Acreditamos que parece exagerado, uma vez que as revisões dos lucros se estabilizaram e acreditamos que a execução (da estratégia da empresa) é melhor do que 5, 10 anos atrás”, avaliaram.
A expectativa é de lucros crescentes nos próximos trimestres em um cenário de desaceleração dos custos e crescimento dos volumes de cerveja no Brasil.
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Entre 2021 e 2022, as ações da Ambev sofreram ajustes de preço para baixo em meio a um cenário de redução das margens no Brasil, maior preocupação com Argentina e reforma tributária no Brasil. Daqui em diante, os analistas do BofA esperam uma melhora, já considerando a concorrência.
“A indústria cervejeira no Brasil está crescendo e acreditamos que a empresa tem operações mais fortes do que há 5 a 10 anos, com um portfólio mais amplo e premium em meio a um ambiente competitivo mais racional”, disseram, acrescentando que a Ambev tem alternativas para compensar o impacto negativo nos lucros de impostos mais elevados no Brasil.
Já para a XP, os múltiplos da Ambev continuarão baixos e refletem um potencial limitado do crescimento do lucro. O preço-alvo é de R$ 13,90, o que mostra um potencial de valorização de 19,4% frente o último fechamento.
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O aumento dos preços das commodities, que podem elevar os custos de fabricação no ano que vem, cenário econômico que pode afetar o consumo de bebidas no Brasil e maior concorrência são os fatores que limitam o crescimento do lucro, segundo os analistas.
Para a XP, o lucro por ação (LPA) deverá abaixo do consenso em 6% e 5% para 2025 e 2026, respectivamente, pois espera que os ventos contrários descritos limitem o potencial de crescimento do LPA da empresa. Já para o Bank of America, esse indicador irá crescer 8% em 2025 e 15,8% no ano seguinte.
Ainda mais negativo, o Goldman Sachs reiterou a venda dos papéis devido à deterioração dos resultados nos últimos anos e volumes aquém do desejado. O preço-alvo para o papel é de R$ 12,10, com potencial de valorização de 8%.
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“Após um primeiro trimestre nada inspirador, não vemos melhorias de volume e custos para o restante do ano”, avaliaram, em relatório.
De acordo com compilação LSEG, de 15 casas que cobrem ABEV3, 8 recomendam compra, 6 manutenção e 1 venda.