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A Âmbar Energia, do grupo J&F, concluiu nesta segunda-feira (1) a compra da termelétrica Araucária e está avaliando diferentes planos para a operação da usina no futuro, seja mantendo as vendas de energia no mercado de curto prazo ou participando de leilão para garantir contratação de longo prazo, disse à Reuters o CEO da companhia, Marcelo Zanatta.
Movida a gás natural, a termelétrica Araucária tem cerca de 480 megawatts (MW) e foi vendida pelas antigas sócias Copel e Petrobras por R$ 395 milhões. A usina opera atualmente no modelo “merchant”: garante receitas com vendas de energia no curto prazo, quando acionada pelo operador ONS, não tendo sua geração atrelada a contratos de longo prazo.
A Âmbar, do grupo da família Batista, detentora de empresas como a JBS, entre outras, pretende manter as atividades como “merchant”, assim como faz com outras termelétricas de seu portfólio, mas também avalia inscrever Araucária e outros projetos para participarem do leilão programado pelo governo neste ano para contratar mais capacidade para o sistema elétrico.
“Pretendemos participar dos leilões de capacidade. Hoje temos pronta (a usina) Uruguaiana, com 620 MW, Araucária, com 480 MW. E Santa Cruz tem possibilidade de participar a partir de 2026, com 500 MW”, explicou Zanatta.
O setor elétrico ainda aguarda a definição pelo governo das regras para o certame, considerando crucial para garantir a segurança energética no longo prazo. A ideia é contratar empreendimentos que consigam fornecer rapidamente potência para o sistema e garantir a estabilidade do suprimento de energia em momentos de maior demanda ou quando a geração das fontes renováveis varia inesperadamente.
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A princípio, o Ministério de Minas e Energia propôs que apenas termelétricas e hidrelétricas possam disputar o leilão, visto como uma oportunidade para geradores recontratarem usinas com contratos vencendo ou ampliarem seus empreendimentos.
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“Temos dois projetos ‘greenfields’ para acoplar. Tanto em Araucária, já tem licença ambiental e projeto pronto para mais 500 MW, quanto em Cuiabá, mais 350 MW”, disse o CEO da Âmbar, ao comentar sobre possíveis expansões das usinas a depender da disputa no leilão.
Por não terem contratos de venda de energia de longo prazo e ou fornecimento firme de combustível, as usinas “merchant” costumam fornecer energia mais cara ao sistema elétrico.
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Mesmo assim, Zanatta entende que esses empreendimentos deverão ser chamados a operar nos próximos meses, diante das condições mais desfavoráveis para a geração de energia no Brasil durante o período seco.
A agência reguladora Aneel anunciou na semana passada que as contas de energia dos consumidores no mês de julho ficarão mais caras devido à bandeira amarela. Esse é o primeiro acionamento de uma bandeira tarifária com custos adicionais aos consumidores desde abril de 2022.
Na última sexta-feira, depois de vários meses no piso regulatório de cerca de R$ 60, o preço de referência do mercado de curto prazo (PLD) registrou um aumento expressivo no horário de pico de carga, chegando a R$ 1.470 o megawatt-hora — também um indicativo das condições mais restritas de oferta de energia.
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Com negócios principalmente na área de geração de energia, a Âmbar se tornou uma importante geradora a gás natural, chegando a 4,6 GW ao fechar recentemente a aquisição de um conjunto de termelétricas da Eletrobras.
A empresa já opera a termelétrica Cuiabá, ligada por gasodutos próprios às bacias da Bolívia, e Uruguaiana, integrada às reservas de gás da Argentina.
Fluxus
Em paralelo, os irmãos Batista da J&F vêm ampliando sua aposta no setor de energia também a partir da Fluxus, empresa voltada à exploração e produção de petróleo e gás. Fundada no ano passado, a Fluxus fez aquisições de campos maduros na Bolívia e Argentina, compondo um portfólio que terá sinergias com a Âmbar, podendo no futuro fornecer gás às termelétricas da empresa.