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SÃO PAULO – A despeito da desaceleração da inflação doméstica em agosto, o Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter o ritmo do aperto monetário de seu último encontro e promover novo aumento de 75 pontos-base na taxa Selic, levando-a ao patamar de 13,75% ao ano.
De um modo geral, os analistas afirmam que a percepção de que o atual cenário ainda gera riscos de pressões inflacionárias – e que as mesmas podem se espalhar para a economia como um todo – deve fazer com que o colegiado dêe seqüência ao tom conservador das últimas reuniões.
Neste sentido, o recente arrefecimento dos preços é minimizado, na medida em que tal movimento foi puxado basicamente pela queda nos preços das commodities, “enquanto os núcleos e, mais perigosamente, os preços de serviços se aceleraram, indicando um contágio maior da dinâmica inflacionária”, avalia a corretora Ativa.
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Na mesma linha, a equipe da Modal Asset lembra que as expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) continuam inalteradas pelo Banco Central, o que gera a certeza de que a projeção de melhora do ambiente inflacionário só está contemplada para o curto prazo.
Cenário ainda justifica aperto
Também focando sua avaliação no quadro inflacionário, o ABN Amro Real afirma que o anúncio da próxima sessão deve repetir o de julho, já que persiste um cenário não condizente com a convergência da inflação para a meta, estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 4,5% para o IPCA no final do ano.
“A manutenção do aperto monetário é importante para assegurar que a demanda desacelere a contento e para favorecer um movimento de queda nas expectativas de inflação, condições necessárias para que o BC interrompa a trajetória de alta dos juros”, avalia a instituição.
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Já os analistas do Itaú lembram que enquanto a queda nos preços das commodities consolidou-se e a deflação de alimentos reduziu a inflação corrente, a atividade econômica ficou devendo os sinais de desaceleração esperados e o real sofreu forte depreciação frente ao dólar.
“A resultante líquida dessas forças não é clara o suficiente para mudar o diagnóstico feito pelo Copom em julho”, opina o banco, que também aposta em uma elevação de 0,75 ponto percentual na Selic.
Opiniões divididas para as próximas reuniões
Se por um lado a magnitude do aumento da próxima reunião é praticamente consenso entre os analistas, o mesmo não se pode dizer da decisão de outubro e do momento em que o ciclo de aperto no juro básico será interrompido pelo Copom.
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Diante da perspectiva de menor crescimento para 2009, o Banco Schahin – que também aposta no aumento de 0,75 ponto percentual na próxima sessão – prevê gradativa diminuição do ritmo de aumento dos juros nas últimas reuniões deste ano, com a Selic encerrando 2008 em 14,50% ao ano.
Já o ABN Amro Real entende que além da elevação para 13,75% ao ano na próxima quarta-feira, ocorrerão apenas mais duas altas de 50 pontos-base na Selic – uma em outubro e a última em dezembro – antes que o ciclo de alta seja encerrado, deixando a taxa em 14,75% ao ano.
“As chances de que a demanda já mostre indicações preliminares de desaquecimento nos próximos meses são elevadas, o que deve levar o BC a reduzir o ritmo de elevação da Selic em outubro e interromper o ciclo de aperto após a última elevação de 50 pontos-base em dezembro”, afirmam os analistas da instituição.
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