Ação da Alphabet (GOGL34), dona do Google, despenca 7,4% após respostas imprecisas do chatbot Bard

O lançamento do Bard Monday foi marcado por controvérsias e afetou ações da tech

Mitchel Diniz

(Paweł Czerwiński/Unsplash)
(Paweł Czerwiński/Unsplash)

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A resposta do Google ao ChatGPT, da Microsoft (MSFT34), foi anunciada oficialmente nesta quarta-feira (8). O Bard Monday é um chatbot  programado para interagir de forma realista com os usuários que utilizam a ferramenta de busca e deve começar a operar nas próximas semanas. Foi uma reação rápida da Alphabet (GOGL34), controladora do Google, aos avanços de sua concorrente no segmento da inteligência artificial (IA) – ainda assim, as ações da empresa operam em forte baixa.

Os papéis da Alphabet negociados na Nasdaq com o código GOOGL, caíram 7,44%, a US$ 100. Os BDR’s GOOGL34 da companhia, recibos das ações negociados na B3, recuavam 7,10%, a R$ 43,15, na reta final do pregão.

O lançamento do Bard Monday foi marcado por controvérsias. Horas antes de seu lançamento oficial, uma ação promocional nas redes sociais mostrava a tecnologia dando respostas imprecisas aos usuários. Procurado pela Reuters, o Google não respondeu ao pedido de comentário.

“Bard certamente começou com o pé esquerdo, para dizer o mínimo, e consigo entender a reação das ações, mas não acredito que isso vai ter um impacto significativo no longo prazo”, afirmou Thomas Hayes, da Great Hill Capital, à Reuters.

A apresentação oficial de Bard foi feita via streaming direto de Paris e, na apresentação, os executivos da Alphabet mostraram como a novidade funciona. A tecnologia explicou os prós e contras de comprar um carro elétrico ou de planejar uma viagem pelos Estados Unidos, aparentemente sem erros dessa vez.

“Ela pode ajudar um padeiro a colaborar com um cliente em um design de um bolo, ou um fabricante de brinquedos a sonhar com uma nova criação”, disse o vice-presidente sênior do Google, Prabhakar Raghavan, durante o evento.

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Ontem, a Microsoft roubou os holofotes mostrando que quer repaginar suas ferramenta de busca, o Bing, e a seu navegador, o Edge Web, com inteligência artificial.

“A ferramenta de busca do Google não tem concorrência há uma década. Se a Microsoft for capaz de oferecer suas ferramentas de inteligência artificial em toda o seu conjunto de softwares, incluindo a pesquisa, o Google pode finalmente enfrentar alguma concorrência”, disse Art Hogan, estratagista da B Riley Wealth.

A integração do ChatGPT ao Bing poderia reduzir a demanda de usuários pela busca do Google, ferramenta que gerou receitas de US$ 100 bilhões à Alphabet no ano passado e responde por 80% do faturamento anual da companhia.

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“A priorização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento da Microsoft nos últimos cinco anos e o investimento contínuo em inteligência artificial (desde seu aporte inicial em 2019) destacam os recursos que a empresa acumulou para melhor se posicionar como líder neste próximo capítulo de inovação”, avalia o Goldman Sachs.

Contudo, diante da amplitude do mercado, o banco acredita que não haverá uma dinâmica de “o vencedor leva tudo”. “Esperamos que plataformas concorrentes – como Alphabet, Meta e Amazon – exerçam uma influência profunda que pode moldar a direção da indústria nos próximos cinco anos ou mais”.

Para o Itaú BBA, esse é, aparentemente, só o começo de uma guerra no terreno da inteligência artificial e ainda há muito a ser digerido, pois o ambiente está muito dinâmico. Após conversas com Amy Hood, CFO da Microsoft, os analistas tiveram a impressão que o objetivo da Microsoft é focar, primeiramente, em experiência do usuário e depois em publicidade.

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As ações da Microsoft na Nasdaq, negociadas com o código MSFT, operavam em alta de 1%, enquanto os BDR’s MSFT34, na B3, subiam 1,23%, a R$ 58,64.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados