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Em uma sessão bastante positiva para o Ibovespa, algumas ações de empresas que divulgaram seus resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23) registram ganhos ainda mais expressivas (ainda que nem todas tenham registrados números tão animadores).
As ações de empresas ligadas ao consumo doméstico como Alpargatas (ALPA4), Petz (PETZ3) e grupo Soma (SOMA3) saltaram, com ganhos respectivos de 11,98% (R$ 8,60), 15,99% (R$ 6,89) e 11,23% (R$ 9,21). Isso apesar de Alpargatas registrar números mais uma vez considerados fracos pelos analistas, enquanto Petz e Soma tiveram números fortes.
Mas, além dessas, outros papéis sobem forte, caso de GPS (GGPS3, R$ 13,27, +6,24%), Fleury (FLRY3, R$ 15,81, +8,21%) e Rumo (RAIL3, R$ 20,95, +5,28%), com ganhos entre 5% e 8,5%. Entre as poucas baixas, além de Assaí (ASAI3), em queda de 8,54% (R$ 10,50), estão Aura Minerals (AURA33, R$ 38,15, -2,75%) e Cemig (CMIG4, R$ 11,87, -2,38%), as duas últimas com queda de cerca de 2%.
Veja mais destaques dos balanços:
Bradesco (BBDC4)
O Bradesco (BBDC4) registrou lucro recorrente de R$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), uma queda de 37,3% na comparação anual. O consenso Refinitiv previa lucro líquido de R$ 3,596 bilhões no período.
A XP destaca que o número representa um aumento de 16% em relação à sua estimativa e ao consenso do mercado. No entanto, considera que o desempenho geral do banco no trimestre foi fraco.
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A pressão sobre as provisões, o aumento da inadimplência em 80 pontos-base sequencialmente, para 5,1% (com maior deterioração no segmento de pessoas físicas e pequenas e médias empresas) e a redução do índice de cobertura (que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes) foram os principais fatores que contribuíram para essa fraqueza. Apesar das maiores provisões, a taxa de cobertura caiu para 182,4% (baixa de 21,8 pontos percentuais na comparação trimestral).
Bradesco (BBDC4): resultado é fraco, mas supera projeções; números reacendem debate sobre banco
Enquanto isso, o lucro líquido foi impactado positivamente pela menor alíquota efetiva de Imposto de Renda. Do lado positivo, o receita líquida de juros (NII) com o mercado melhorou e o segmento de seguros manteve seu momento positivo.
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No lado do portfólio de crédito, o ritmo de crescimento desacelerou e encerrou o trimestre abaixo do guidance para 2023. “Dito isso, esperamos uma reação negativa para a ação e mantemos nossa visão conservadora sobre o banco”, apontou.
O JPMorgan, por sua vez, avalia que este não foi um bom trimestre, mas com algumas tendências de melhora.
“Não é segredo que o Bradesco se tornou uma das poucas histórias de investimento muito debatidas no Brasil nos últimos tempos. Diferentemente do Itaú (ITUB4) e do BTG Pactual (BPAC11), em que vemos investidores majoritariamente comprados, no Bradesco vemos fortes opiniões de ambos os lados”.
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Este trimestre não será diferente, avalia, com o lucro bem à frente dos R$ 3,315 milhões esperados pelo JP e do consenso da Bloomberg de R$ 3,692 bilhões (11 estimativas).
Os analistas do banco trazem dois lados sobre os resultados. “Os pessimistas argumentarão que o aumento da inadimplência foi substancial e que a formação de novos NPLs foi de aproximadamente R$ 12 bilhões, acima dos R$ 10 bilhões provisionados no trimestre, reduzindo o índice de cobertura e ajudando o lucro”, avaliam. Já os otimistas dirão que a tendência está melhorando para a instituição.
O JPMorgan lembra que, notavelmente, o lucro do 4T22 ficou abaixo das estimativas em mais de 50% e levou a um ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) de 4%, enquanto neste trimestre o Bradesco superou a projeção do JP e o ROE subiu para 10,6%. Os empréstimos subiram 5% ao ano, suportados por pessoas físicas, em alta anual de 10%, com destaque para os cartões de crédito que ainda subiram 22% ano a ano.
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O NII ficou praticamente estável no trimestre e 1% abaixo do esperado pelo JP, com s perdas de tesouraria começando a melhorar. O lucro antes de juros (Ebt) superou a projeção do JP em 19% e os impostos mais baixos levaram a um número superando as projeções ainda mais, em 29%.
“No geral, um trimestre não de qualidade, mas menos preocupante do que o 4T22”, resume o JPMorgan, que segue com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ativos do banco.
Via (VIIA3)
A Via (VIIA3), dona das marcas Casas Bahia e Ponto, teve um prejuízo líquido de R$ 297 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o lucro de R$ 18 milhões do igual intervalo do ano passado.
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Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 675 milhões, praticamente em linha com os R$ 673 milhões de 2022. Na receita líquida, foram R$ 7,3 bilhões, ante R$ 7,6 bilhões do consenso Refinitiv e R$ 7,39 bilhões um ano antes.
“A empresa reportou resultados mistos do 1T23, com crescimento de receita em linha com o esperado, melhora de margem bruta, mas ofuscados pela emissão de R$ 1,1 bilhão em debêntures”, destaca a XP, que manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 3 por ativo.
Na véspera, a empresa anunciou a aprovação da nona emissão pública de debêntures simples, não conversíveis em ações. “Serão emitidas 1,119 milhão de debêntures, perfazendo o valor total da emissão de R$ 1,119 bilhão na data de emissão (15 de junho de 2023). O valor nominal unitário das debêntures será de R$ 1 mil”. Esses ativos terão prazo de vigência de dois anos.
“O saldo do valor nominal unitário das debêntures será amortizado trimestralmente, sendo a primeira amortização em 15 de janeiro de 2024 e a última na data de vencimento. Já a remuneração será paga nos dias 15 de setembro de 2023 e 15 de dezembro de 2023, e a partir de 15 de janeiro de 2024 (inclusive) trimestralmente, sempre no dia 15 (quinze) dos meses de janeiro, abril, julho e outubro de cada ano até o dia 15 de abril de 2025 (inclusive), e o último pagamento será devido na data de vencimento”, apontou a empresa.
Via (VIIA3) faz bom trabalho operacional, mas financeiro segue como peso e debêntures “roubam” cena
O Bradesco BBI apontou que a Via divulgou resultados fracos no 1T23, mas em linha com as suas estimativas. O crescimento total do volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) foi morno e não ficou muito longe da sua expectativa: +3% na comparação anual impulsionado pelas lojas físicas (+10,3% na comparação com o 1T22) e marketplace (+25,6% na mesma base de comparação), mas prejudicado por um declínio on-line do canal 1P (vendas diretas) de 14%.
Segundo os analistas da casa, embora a empresa tenha feito um bom trabalho nas margens operacionais (margem bruta ajustada teve crescimento de 1,1 ponto percentual [p.p.] na comparação anual e margem Ebitda ajustada avançou +0,3%), não foi suficiente para compensar as despesas financeiras e o prejuízo líquido chegou a um valor considerável de R$ 297 milhões (em linha com o prejuízo de R$ 290 milhões esperado pelo BBI).
Assaí (ASAI3)
O Assaí (ASAI3) reportou lucro líquido de R$ 72 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 66,4% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 951 milhões no 1T23, um crescimento de 26,5% em relação ao 1T22.
“Acreditamos que o crescimento da receita e a margem Ebitda [Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, sobre receita] eram amplamente esperados, mas a perda de lucro líquido pode afetar o sentimento dos investidores”, avaliou o Bradesco BBI antes da abertura do mercado, já trazendo alguma indicação do que poderia afetar a ação no pregão desta data.
Para o Itaú BBA, o pior fluxo de caixa e a alavancagem, em meio a uma taxa de juros mais elevada no Brasil, foi um ponto de atenção.
“Os resultados do Assaí ficaram em em linha com nossas expectativas, com um resultado final batendo 26% nosso consenso, devido à nossa premissa conservadora para os benefícios fiscais”, fala a equipe do banco, liderada por Thiago Macruz.
Eletrobras (ELET3)
A Eletrobras (ELET3;ELET6) encerrou o primeiro trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 406 milhões, o que representa uma queda 85% ante o apurado no mesmo intervalo do ano passado.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 4,890 bilhões entre janeiro e março, um avanço de 44% comparado a um ano antes. O Ebitda recorrente, por sua vez, somou R$ 5,616 bilhões no período, valor 10% maior que o apurado um ano antes.
A receita operacional líquida cresceu 13% na mesma base de comparação para R$ 9,210 bilhões, enquanto a receita operacional líquida recorrente avançou 14%, para R$ 9,266 bilhões.
De acordo com o Credit Suisse, a ex-estatal apresentou bons números no geral, com o Ebitda ajustado mais forte do que o banco e do que o consenso de mercado esperavam, refletindo melhores margens no segmento de geração e melhor desempenho de custo gerenciável.
“Em uma base anual, os resultados foram ajudados por melhores resultados de geradoras e provisões muito menores, embora parcialmente compensados por piores resultados financeiros”, avaliam.
Olhando para frente, os analistas acreditam que o foco deve ir para os próximos passos exigidos após a privatização (plano estratégico, venda de energia, corte de custos, novo estatuto, etc.) e ruídos de possível interferência do governo. Por último, durante o trimestre, a empresa recomprou 4,5 milhões de ações ON no âmbito do seu programa de recompra anunciado em janeiro de 2023 (válido até julho de 2024), representando 2% do total potencial de recompra (composto por ON e PN).
O Itaú BBA também considerou os números como positivos, com um Ebitda recorrente mais forte do que o esperado e custos gerenciáveis abaixo do previsto, também havendo um impacto positivo em decorrência da consolidação de Santo Antonio e pelos maiores resultados efetivos de transmissão de caixa devido ao reperfilamento da RBSE (restituição devida às transmissoras pelos ativos não depreciados prorrogados pela MP-579 em 2012), compensando as menores receitas do mercado spot.
A empresa vendeu grandes quantidades de energia para os próximos anos, mas os analistas esperam obter mais detalhes sobre os preços. Em nota negativa, a companhia começou a ser impactada pelo término dos contratos da UHE Itumbiara com clientes industriais (136 MW médios neste trimestre), que os analistas esperam que se concretize em outras usinas hidrelétricas também na mesma estrutura.
A XP ressalta que a Eletrobras finalmente conseguiu apresentar números sem eventos não recorrentes que poluem os resultados. O Ebitda ajustado ficou 12% acima de suas expectativas, principalmente devido a melhores resultados de geração e transmissão.
“Não é surpresa que a consolidação de Santo Antonio e as obrigações com a CDE e a revitalização das bacias hidrográficas tenham efeito na redução do lucro líquido, mas não necessariamente na geração de caixa. Mantemos nossa recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 71 por ação (para ELET3)”, aponta.
Cemig (CMIG4)
A Cemig (CMIG4) reportou lucro líquido de R$ 1,398 bilhão no primeiro trimestre de 2023, queda de 3,94% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre janeiro e março, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) ajustado pela exclusão de itens não recorrentes, aumentou 8,15% em base anual de comparação, para R$ 2,072 bilhões, enquanto a margem Ebitda passou de 24,42% para 23,97%, redução de 0,45 ponto porcentual (p.p.).
Para analistas, o balanço foi forte em geral.
O Itaú BBA destaca que o Ebitda recorrente da Cemig no 1T23 foi forte e superou sua estimativa, principalmente devido ao desempenho acima do esperado no segmento de geração e aos sólidos resultados de seu braço comercial.
Na distribuição houve um Ebitda recorrente de R$ 710 milhões, alta de 12% ao ano em linha com suas estimativas. Os volumes no mercado cativo e mercado livre cresceram 3,1% ao ano. As perdas de energia mantiveram tendência de queda e encerraram em 11,06%, redução de 5 pontos-base no trimestre, e permanecem abaixo da meta regulatória. O Ebitda recorrente da Cemig GT foi sólido e praticamente estável em relação ao ano anterior.
Alpargatas (ALPA4)
A Alpargatas (ALPA4) registrou um prejuízo líquido de operações continuadas de R$ 199,7 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o lucro líquido de R$ 112,1 milhões do mesmo período de 2022.
Saiba mais: Alpargatas (ALPA4): Nova direção reconhece momento ruim e foca em eficiência e simplificação
Em parte, o pior número acompanha o recuo da receita líquida, que foi de 2,7% no ano, chegando a R$ 902,5 milhões. Houve também, no entanto, recuo operacional, com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficando negativo em R$ 211,6 milhões, ante número positivo de R$ 144,4 milhões entre janeiro e março do ano passado.
Já o prejuízo líquido normalizado das operações continuadas foi de R$ 15 milhões no primeiro trimestre desse ano, revertendo a cifra positiva de R$ 80,1 milhões reportada no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda normalizado da Alpargatas ficou em R$ 65,8 milhões, queda de 62,4% frente um ano antes, e margem de 7,3%, com recuo de 11,6 pontos porcentuais na mesma base de comparação.
O Bradesco BBI apontou que os resultados operacionais ficaram acima de suas estimativas pessimistas de receita e Ebitda ajustado. “A receita líquida consolidada ficou 2,6% acima da nossa expectativa em cima de um preço médio por par mais alto no Brasil e no mercado internacional. Além disso, sua margem bruta caiu 2,3 pontos percentuais abaixo da nossa expectativa, em baixa anual de 4,5 p.p. principalmente devido a uma erosão de 8,8 p.p. na margem bruta do mercado internacional relacionada a custos de produção mais altos, impactos cambiais negativos e maiores custos fixos de armazenamento na Europa”, avalia.
Consequentemente, o Ebitda ajustado caiu 11,5 pontos, para 7,4%, ainda mais impactado por maiores investimentos em marketing no Brasil para ajudar na retomada do crescimento: sua margem Ebitda ajustada ficou 1,3 ponto acima do esperado pelo banco. No entanto, o Ebitda ajustado foi positivamente beneficiado em R$ 8,6 milhões por despesas não recorrentes relacionadas a transações anteriores de fusões e aquisições, reduções nas estruturas fabris e outras despesas.
“Se somarmos esses itens extraordinários, o Ebitda ajustado ficou 2,8% acima da nossa projeção. Por fim, a Alpargatas reportou um resultado final de R$ 200 milhões que foi amplamente impactado por R$ 269 milhões em provisões, uma vez que a empresa não recebeu a primeira parcela do preço de venda remanescente da Alpargatas S.A.I.C. em 1º de março de 2023”, aponta.
Para o banco, embora os resultados da Alpargatas tenham ficado amplamente acima de suas expectativas, a baixa qualidade do Ebitda em relação à sua estimativa não deve ser vista como uma conclusão positiva no 1T23.
Além disso, a demanda permaneceu lenta na maioria das geografias (exceto nos EUA) e a rotatividade de gerenciamento da empresa levanta um ponto de interrogação adicional sobre os resultados de 2023. No fim do mês passado, o ex-presidente Beto Funari renunciou e Luiz Fernando Ziegler, um dos atuais conselheiros, foi anunciado como presidente interino. Ziegler tem experiência na Ambev, que será fundamental para executar todas as medidas de transformação que a empresa diz que precisará tomar durante os próximos meses.
“No entanto, como a Alpargatas destacou no comunicado, todos os processos de reestruturação requerem um certo período de tempo para atingir a maturidade e os benefícios só começarão a ser vistos no segundo semestre e ao longo de 2024”, aponta a empresa.
Em suma, os analistas ajustaram ligeiramente suas estimativas com base nos ganhos do 1T23, embora tenhamos reduzido a estimativa de lucro líquido do ano fiscal de 2023 devido às provisões adicionais do trimestre. “Em nossa visão, o cenário desafiador para o crescimento de volume aliado às incertezas quanto à execução de sua parada já está precificado nos atuais múltiplos. Mantemos nosso preço-alvo de R$ 11,00 para 2023 e nossa recomendação neutra no nome”, afirmam.
A XP também destaca que a Alpargatas reportou outro trimestre de resultados fracos, porém melhores do que nossas estimativas, com queda de volume e rentabilidade pressionada, além de terem feito uma provisão de R$ 269 milhões no trimestre devido a uma disputa envolvendo o pagamento da Topper na Argentina.
“Olhando para os próximos trimestres, a companhia destacou que a dinâmica deve continuar desafiadora no curto prazo, apesar de esperarem resultados positivos dos ajustes operacionais a partir do segundo semestre, e de forma mais material a partir de 2024”, ressalta.
Neste sentido, a companhia está focando na melhoria de rentabilidade, redução das despesas logísticas e industriais, na otimização das despesas gerais, administrativas e de vendas, com o redimensionamento das operações no Brasil/LatAm e melhorias de capital de giro. A recomendação da XP para a ação segue neutra.
Analistas do Citi, que consideraram os dados fracos, afirmaram que a nova administração da empresa atrelou, durante a teleconferência sobre o resultado, a deterioração dos números a uma complexidade do portfólio, que levou a ineficiências de curto prazo que coincidiram com aumento dos custos de insumos.
Isso, ainda conforme o diagnóstico da nova administração sobre a performance da empresa relatado em relatório pela equipe do banco norte-americano, acabou levando a um “círculo vicioso” da empresa de ter que aumentar preços e perder volumes. E, agora, o objetivo principal é simplificar o negócio.
“Embora a maioria das iniciativas de crescimento de logo prazo sejam consistentes com a gestão anterior…temos que ter em mente que esta é uma gestão completamente nova e não podemos descartar que eles podem revisitar algumas estratégias de crescimento anteriores”, afirmaram os analistas do Citi.
Em relatório separado, eles também ressaltaram que os resultados do primeiro trimestre foram “claramente fracos”.
“Mas parece que já passamos de seu trimestre mais crítico. Os sinais iniciais de recuperação do ‘sell-out’ no Brasil sugerem que podemos estar próximos de uma reversão”, acrescentaram, destacando a forte queda da ação no ano que parece já precificar essa fraqueza.
Fleury (FLRY3)
O Grupo Fleury (FLRY3) registrou lucro líquido de R$ 93,9 milhões no primeiro trimestre de 2023. A cifra é 15% menor que a registrada um ano antes. A companhia atribuiu a queda ao impacto negativo das despesas financeiras, resultante da conjuntura atual de taxas de juros elevadas.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 345,8 milhões, alta de 5,9% na comparação anual.
Para o Itaú BBA, o Fleury apresentou tendências de receita semelhantes às expectativas do banco para o primeiro trimestre, com a vertical de medicina diagnóstica ainda mantendo o bom ritmo de crescimento (apesar das duras comparações com o mesmo período do ano passado, quando foi beneficiado pelo covid-19).
Os analistas reiteraram sua recomendação de “compra” para FLRY3, com preço-alvo de R$ 19 por ação ao final de 2023.
A XP também aponta que os resultados foram positivos no 1T23, com lucro líquido 25% acima do esperado, enquanto a empresa apresentou crescimento de 13,5% no ano nas receitas, com grande contribuição do orgânica das unidades de atendimento (+11%), mesmo considerando a contribuição dos testes Covid-19 no 1T22.
Apesar de apresentar queda na margem Ebitda (-2 p.p. no ano), a empresa apresentou um sólido aumento na conversão operacional de caixa, para 61% do Ebitda.
As despesas financeiras líquidas aumentaram em relação ao ano anterior, mas a alavancagem permaneceu em um nível que considera saudável (2,2 vezes o Ebitda considerando arrendamentos).
AES Brasil (AESB3)
A AES Brasil (AESB3) reportou lucro líquido de R$ 60,4 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), queda de 14,9% na base de comparação com igual período de 2022, informou a companhia.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 409,3 milhões no 1T23, 30,6% superior ao do 1T22 (de R$ 313,3 milhões).
Para o BTG Pactual, a AES Brasil apresentou resultados decentes (mas em linha) no primeiro trimestre. O Ebitda ajustado ficou 5% acima de sua projeção, enquanto o lucro líquido ajustado de R$ 68 milhões teve apenas uma pequena diferença em relação à sua estimativa de R$ 73 milhões.
Os melhores resultados na comparação anual resultaram de (i) menores custos de compra de energia e um preço médio de venda mais alto para seus ativos hídricos e (ii) melhor disponibilidade, geração eólica mais forte e novos ativos provenientes de seu portfólio eólico.
“A empresa também anunciou um novo PPA para o complexo eólico Cajuína a preços muito bons. A alavancagem melhorou, caindo de 3,61 vezes a dívida líquida/Ebitda no 4T22 para 3,45 vezes no 1T”, ressalta.
A XP também aponta que a AES Brasil reportou um resultado sólido no 1T23, mas em linha com suas expectativas e do consenso de mercado.
A geração hídrica e eólica superou as expectativas devido à melhor hidrologia, maior disponibilidade dos parques eólicos e recursos eólicos substanciais. “A boa notícia foi o novo PPA assinado para Cajuína (77 MWmed), que parece ter um preço razoável, visto que o preço médio de venda ACL do portfólio eólico da AES aumentou. Mantemos nossa recomendação de compra em AES Brasil, com preço-alvo de R$ 15/ação”, avalia.
CCR (CCRO3)
A CCR (CCRO3) teve lucro líquido de R$ 629,3 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), o que representa uma diminuição de 81,8% em relação ao mesmo trimestre de 2022.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,974 bilhão no 1T23, um crescimento de 19% em relação ao 1T22.
Para o Bradesco BBI, os destaques do balanço foram: 1) a CCR teve R$ 283 milhões em saldos líquidos positivos relacionados ao reequilíbrio de Barcas (+R$ 570 milhões), acordo NASP (-R$ 121 milhões) e obras na ViaOeste (-R$ 166 milhões); 2) relação dívida líquida/Ebitda sob controle em 2,9 vezes; e 3) capex (investimento) de R$ 1,3 bilhão, sugerindo que a CCR poderia executar aproximadamente 80% do plano de capex de 2023, aumentando sua capacidade para licitar novas concessões.
A XP ressalta que a CCR apresentou resultados neutros, com Ebitda recorrente de R$ 2,1 bilhões (+18% ao ano), refletindo o desempenho positivo das rodovias e melhorias aeroportuárias e de mobilidade urbana.
Os analistas destacam (i) a melhora contínua do tráfego nos aeroportos e na mobilidade urbana, ainda impactados positivamente pela flexibilização das restrições de mobilidade (tráfego total +119% e +31% ano a ano, respectivamente); e (ii) aumento do Ebitda impactado principalmente pelo crescimento do Ebitda de rodovias e aeroportos.
Grupo Soma (SOMA3)
O Grupo Soma (SOMA3), dono da Farm Brasil e da Hering, lucrou R$ 58,6 milhões de forma líquida e ajustada no primeiro trimestre de 2023, número 9,6% maior do que os R$ 53,5 milhões do mesmo período do ano passado.
O avanço acompanha, em parte, a alta de 18,2% da receita líquida, que chegou a R$ 1,2 bilhão.
Para o BTG Pactual, o Grupo Soma reportou um forte conjunto de resultados no primeiro trimestre, com Soma (ex-Hering) e Hering apresentando melhorias de lucratividade no trimestre. A receita bruta Ex-Hering aumentou 24% ao ano, para R$926 milhões (5% acima de sua projeção).
“Como nos trimestres anteriores, os resultados do 1T23 sinalizam novamente um momento sólido para o Grupo Soma. De uma perspectiva top down, e apesar de um cenário macro difícil para o nicho da Hering, ainda apresentou números decentes, mostrando sinais encorajadores para a recuperação (e lucratividade) da Hering”, aponta.
Enquanto isso, a proposta de valor do Grupo Soma de gerenciar com eficiência várias marcas e sua exposição a consumidores de renda mais alta oferecem poder de preço mais forte e mais proteção contra a inflação do que a maioria dos pares, avalia. O banco mantém recomendação de compra para o ativo, apesar do ruído em torno dos impactos da reforma tributária.
Na avaliação da XP, a rentabilidade foi a principal surpresa positiva, com a margem bruta consolidada apresentando um crescimento de 1,9 p.p na base anual, impulsionada pela forte expansão de margem da Hering (+2,3 p.p) por mix de canais, menor volume de produção feito por terceiros, maior rentabilidade do canal digital e maior nível de vendas a preço cheio. Houve o lançamento da primeira coleção desenvolvida 100% pelo Grupo Soma no trimestre, enquanto a operação do Soma “ex-Hering” apresentou uma ligeira expansão de margem (+0,3 p.p), apesar do aumento da participação do atacado nas vendas do trimestre (+4,2 p.p A/A).
O Ebitda ajustado foi impulsionado pela expansão da margem bruta, enquanto os ganhos de eficiência em marketing, frete e despesas de terceiros foram compensados por maiores despesas com pessoal em virtude de aumentos salariais e maiores provisões de bônus.
Rumo (RAIL3)
A Rumo (RAIL3) reportou lucro líquido de R$ 71 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), revertendo prejuízo de R$ 68 milhões do mesmo intervalo de 2022, informou a companhia nesta quinta-feira (4).
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 1,181 bilhão no 1T23, um crescimento de 17,8% em relação ao 1T22.
O BBI aponta os principais destaques: 1) forte crescimento dos rendimentos de 28% no comparativo anual; 2) volumes em queda de 11% no mesmo período, devido a vandalismo próximo ao Porto de Santos e fortes chuvas, mas os volumes de abril aumentaram 15%; 3) empresa no caminho certo para cumprir sua orientação de investimentos (capex) para 2023 de R$ 3,6 bilhões a R$ 4 bilhões; e 4) os volumes de abril sugerem que o vandalismo diminuiu perto do Porto de Santos.
Os analistas do banco mantêm a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24, baseada na safra recorde esperada em 2023, que deve resultar em preços de frete ferroviário mais altos, Taxa Interna de Retorno (TIR) alavancada atrativa de 10%, Projeto Lucas do Rio Verde potencialmente desbloqueando R$ 3,20 por ação RAIL3; e o início da cobrança de pedágio na rodovia BR163, que deve contribuir para elevar em 7% os preços dos fretes rodoviário e ferroviário em 2023.
Para a XP, o 1T23 da Rumo foi uma surpresa positiva com Ebitda ajustado de R$ 1,2 bilhão. Apesar dos desafios de volume (-11% ao ano em atrasos na colheita/exportação de soja e um aumento nos níveis de roubo), incorrendo em custos não recorrentes de R$ 75 milhões e níveis de eficiência abaixo do ideal, a Rumo apresentou um forte crescimento de Ebitda principalmente por um desempenho estelar desempenho de yield.
Além disso, a Rumo antecipou seus relatório mensal de volume para mostrar uma recuperação importante em abril de 23 (+15% ao ao versus projeção da XP de alta de 11%), o que confirma a expectativa de que os problemas de roubo estão se normalizando.
“Vemos upside para as estimativas do consenso para o ano fiscal de 2023 (e as da XP) com base nesses resultados. Reiteramos nossa recomendação de Compra e visão positiva para as exportações de grãos do Mato Grosso em 2023”, avalia.
Engie Brasil (EGIE3)
A Engie (EGIE3) registrou lucro líquido de R$ 882 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), o que representa um aumento de 36,7% frente a mesma etapa do ano passado.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,894 bilhão no 1T23, um crescimento de 13,1% em relação ao 1T22.
O Credit Suisse destaca o comenta que o Ebitda ajustado da Engie ficou em linha com a estimativa da casa (positivo em uma base anual e versus consenso), refletindo principalmente melhores vendas no mercado spot e regulado, parcialmente compensados pelo pior desempenho de custos. Os resultados também foram ajudados por menores custos de compra de energia, fortes resultados de TAG e inicialização da transmissoras.
O BTG avalia que a Engie reportou bons (embora esperados) resultados. O Ebitda (ex-TAG) foi de R$ 1,82 bilhão, que ajustado para um impacto positivo do IFRS de R$ 170 milhões na transmissão teria totalizado R$ 1,65 bilhão, em linha com a projeção do banco de R$ 1,68 bilhão e um aumento de 10% na base anual, com resultados mais fortes de sua hidrelétrica e ativos eólicos graças a chuvas mais fortes e velocidades de vento mais altas.
Após despesas financeiras líquidas acima do esperado parcialmente compensadas por uma forte contribuição da TAG via equivalência patrimonial (R$ 248 milhões versus projeção de R$ 226 milhões), o lucro líquido ajustado foi R$ 824 milhões, acima do que o BTG apontava. A Engie também apresentou o novo CFO Eduardo Takamori, substituindo Marcelo Malta. Takamori trabalha na Engie desde 2001, começando como estagiário e passando por diversas áreas: operações, planejamento comercial, FP&A e, mais recentemente, como gerente regulatório e de mercado.
Aura Minerals (AURA33)
A Aura Minerals (AURA33) lucrou US$ 18,7 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), uma redução de 52,4% na comparação com igual etapa do ano passado.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou US$ 36,6 milhões no 1T23, um recuo de 25,6% em relação ao 1T22.
A XP aponta que a Aura reportou resultados melhores do que o esperado, com Ebitda ajustado de US $ 37 milhões 23% acima do esperado pela casa.
Embora o número tenha sido melhor versus suas estimativas, os resultados do 1T23 foram apoiados por: (i) efeito positivo de US$ 5 milhões do mecanismo de preços em Aranzazu; e (ii) US$ 2 milhões IFRS 16 efeito em EPP devido à contabilização do novo contratante (cerca de US$ 14 milhões de impacto positivo esperado para 2023).
Além disso, observa que o fluxo de caixa livre foi negativo em cerca de US $ 9 milhões, devido ao maior capex de expansão (US $ 22 milhões) e pagamentos mais altos em impostos caixa em Aranzazu (US$ 10 milhões). Por último, a empresa também reiterou seu guidance para 2023.
O BTG também destacou que a empresa teve bons resultados. O Ebitda ex-equivalência patrimonial atingiu R$ 452 milhões, que, quando ajustado por (i) reversões de provisões para contingências ( R$ 17 milhões) e (ii) marcação a mercado de contratos futuros de energia ( R$ 37 milhões), totalizou R$ 396 milhões, em linha com o esperado (R$ 404 milhões) e alta de 12% ano a ano.
A melhora decorreu do impacto positivo das chuvas mais intensas nos custos de compra de energia hídrica e dos bons resultados da geração eólica. Após despesas financeiras líquidas abaixo do esperado de R$ 17 milhões (versus estimativa do BTG de R$ 131 milhões) devido à variação monetária positiva de R$ 135 milhões nos recebíveis da Três Irmãos e equivalência patrimonial de R$ 30 milhões (versus os R$ 60 milhões que esperavam), o lucro líquido ajustado foi de R$ 193 milhões (projeção do BTG de R$ 134 milhões).
3tentos (TTEN3)
A 3tentos (TTEN3), empresa de soluções para o agricultor, registrou um lucro líquido de R$ 103,339 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), um avanço de 82,0% na base de comparação anual. Em termos ajustados, o lucro avançou 11,2% na mesma base de comparação, para R$ 93,601 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) saltou 124,5%, a R$ 122,48 milhões, enquanto a margem Ebitda foi de 4,3% para 6,8%, um avanço de 2,5 pontos percentuais (p.p.). Já em termos ajustados, o Ebitda subiu a R$ 107,730 milhões, um avanço de 12,1%, enquanto a margem Ebitda caiu 1,5 ponto, para 6%.
O Itaú BBA aponta que a 3tentos reportou Ebitda ajustado em linha com a sua projeção e em alta, impulsionado por maiores volumes em geral, mitigando parcialmente um mix de vendas mais fraco na divisão de insumos, com maior participação de fertilizantes e maiores custos de originação de soja na divisão de indústria, situação que esperamos que seja revertida a partir do segundo trimestre.
O BBI ressaltou que o Ebitda da companhia foi em linha com a sua projeção, mas destacou o anúncio de mais três lojas no estado de Mato Grosso em 2023 contra a previsão anterior de duas, o que parece marginalmente positivo para as ações, pois sugere que a administração está otimista sobre a expansão para este estado que é a chave para sua tese de investimento.
Além disso, apesar das preocupações dos investidores sobre os varejistas de insumos do setor terem estoques altos que podem precisar vender a preços mais baixos, a 3tentos disse em seu comunicado de imprensa que, no caso deles, os estoques são normais para este momento de o ano.
Petz (PETZ3)
A Petz (PETZ3) encerrou o primeiro trimestre de 2023 com lucro líquido ajustado de R$ 19,193 milhões, o que representa uma queda de 9,1% ante o apurado em igual trimestre de 2022.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 64,9 milhões entre janeiro e março, avanço de 24,9% na comparação anual.
“A Petz divulgou resultados do 1T23 em linha com as nossas estimativas, com crescimento sólido de receita, ventos contrários na rentabilidade das empresas adquiridas, mas com uma dinâmica positiva de capital de giro. Mantemos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 10”, aponta a XP.
O BBA, por sua vez, apontou que os resultados da Petz no período se destacaram em comparação com os trimestres anteriores, com uma lucratividade melhor do que a esperada na marca Petz (aumento de 0,5 p.p. em relação ao ano anterior).
A margem Ebitda consolidada parece estar atingindo um nível normalizado, enquanto o Ebitda aumentou 25% em um ano. “Notamos, no entanto, que um maior nível de depreciação (avanço de 45% em um ano, devido aos impactos das despesas de tecnologia capitalizadas), está começando a afetar o lucro, que recuou 9% em base anual. Resumidamente, este foi um dos melhores resultados em nosso universo de cobertura de varejo no primeiro trimestre até agora”, avaliam.
Auren Energia (AURE3)
Em meio ao aumento da geração eólica e à melhora do cenário hidrológico, que permitiu maior produção hidrelétrica, a Auren Energia (AURE3) registrou um lucro líquido de R$ 230 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 5,5 milhões reportados um ano antes. O resultado também reflete os benefícios do acordo acertado no trimestre passado com a União a respeito da indenização de Três Irmãos.
A receita líquida cresceu 2,2% nos três primeiros meses do ano, ante igual etapa de 2022, e somou R$ 1,414 bilhão. Já o Lucro antes de Juros, Impostos, Amortizações e Indenizações (Ebitda) chegou a R$ 451,9 milhões entre janeiro e março, alta de 49,5%.
O Credit aponta que a Auren reportou resultados decentes, apesar dos números operacionais terem vindo ligeiramente abaixo das expectativas da casa (mas bons em relação ao ano anterior) devido a margens brutas mais baixas.
O ponto positivo veio de um desempenho de custos gerenciáveis melhor do que o esperado. Na comparação anual, os resultados se beneficiaram de custos de compra de energia mais baixos, eólico positivo, entre outros. A Auren manteve seu portfolio de energia altamente contratado (95% contratado considerando geradoras e trading para o período de 2023-2025). O lucro líquido foi impactado positivamente por melhores resultados financeiros e alíquota de imposto.
O BTG aponta ainda que a empresa também mostrou progresso na frente de gestão de passivos ao ratificar um acordo em 3 de maio que irá gerar uma reversão de R$ 88 milhões em provisões para contingências. Como resultado, os passivos contingentes pró-forma atuais atingiram R$ 2,66 bilhões, sendo R$ 1,01 bilhão em contingências prováveis e R$ 1,65 bilhão em contingências possíveis (versus R$ 2,83 bilhões no 4T22, R$ 1,19 bilhão provável e R$ 1,65 bilhão possível).
BR Properties (BRPR3)
A BR Properties (BRPR3) teve prejuízo líquido de R$ 43,772 milhões no primeiro trimestre de 2023, resultado 42% maior que o registrado um ano antes, quando a companhia fechou com prejuízo de R$ 30,712 milhões.
Por sua vez, o lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa (FFO) chegou a R$ 50,2 milhões no período, com margem de 162%, contra prejuízo de R$ 1,3 milhão registrado um ano antes.
HBR Realty (HBRE3)
A HBR Realty (HBRE3) anunciou seus resultados do 1T23, com um prejuízo gerencial de R$ 1,5 milhão, uma melhora de 72,7% em relação ao 1T22. O Ebitda ajustado atingiu R$ 18,9 milhões, um crescimento de 14,9%, e o FFO Ajustado foi de R$ 1,1 milhões negativos, uma melhora de 80%.
A HBR Realty teve crescimento de 6,4% na receita líquida, para R$ 35,3 milhões, e de 13,2% no NOI. O destaque ficou por conta da plataforma ComVem, que registrou um forte crescimento de 36,8% na receita líquida.
Para o BBI, o impacto para a tese de ações é neutro. A HBR continua avançando em suas as operações, registrando progresso nas frentes operacional e financeira. Diante disso, a empresa ainda enfrenta um cenário desafiador para acelerar o crescimento por meio do desenvolvimento de novos projetos, com a taxa Selic de dois dígitos impactando tanto seus resultados financeiros quanto o ambiente para potenciais vendas de ativos, que é uma das principais fontes para financiar os planos de crescimento, avalia o banco.
Já o BTG aponta que o s resultados do 1T23 da HBR ficaram um pouco abaixo das suas expectativas. A receita líquida ficou 8% abaixo do esperado e o Ebitda ajustado foi 36% abaixo de sua projeção devido a despesas acima do esperado. O FFO foi de -R$17 milhões (o BTG esperava que viesse perto de zero), refletindo despesas financeiras acima do esperado, enquanto o lucro líquido foi próximo de zero devido ao ganho de capital na venda de um imóvel logístico no período.
Grupo GPS (GGPS3)
O Grupo GPS (GGPS3) reportou lucro líquido de R$ 121 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), o que representa um aumento de 30% frente a mesma etapa do ano passado.
O lucro líquido ajustado no 1T23 de R$ 138 milhões, 23% superior ao lucro líquido ajustado do 1T22.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 294 milhões no 1T23, um crescimento de 50% em relação ao 1T22.
De acordo com o BBA, a empresa, que presta serviços de terceirização de mão-de-obra, divulgou seus resultados novamente com surpresas positivas em sua eficiência operacional.
Diante da ausência de despesas relacionadas à integração de empresas adquiridas e aos esforços da empresa em aumentar a rentabilidade dos seus contratos e acelerar a captura de sinergias de suas aquisições, a companhia atingiu margem Ebitda de 11,6%, valor que estava em 9,4% no mesmo trimestre do ano passado. Os analistas reforçaram recomendação de “compra” para GGPS3.
Blau Farmacêutica (BLAU3)
A Blau Farmacêutica (BLAU3) reportou lucro líquido de R$ 52 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 15,7% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 58 milhões no 1T23, um recuo de 49,6% em relação ao 1T22.
A margem Ebitda atingiu 23% entre janeiro e março deste ano, baixa de 14,3 pontos percentuais (p.p.) frente a margem registrada em 1T22.
Os números foram considerados negativos por analistas. A XP destaca que a receita caiu 17,6% no ano, impulsionada principalmente por uma dinâmica negativa dos mercados de imunoglobulina e alfaepoetina e um aumento da concorrência nos segmentos de especialidades e oncologia.
A margem Ebitda caiu 14,4 p.p. devido a um pior mix de receitas, maiores custos e despesas e uma perda de alavancagem operacional. O lucro líquido foi beneficiado pela posição de caixa líquido da empresa.
O BBA aponta que a Blau se deparou com inúmeros desafios no início do ano, que se refletiram nos resultados do primeiro trimestre.
O ambiente altamente competitivo para imunoglobulina e o adiamento do licenciamento do P210 (ampliação das linhas de fabricação para o segmento de especialidades) tiveram um impacto negativo significativo na receita da empresa, resultando em uma queda tanto de receita quanto de rentabilidade. “Por ora, mantemos nossa indicação de ‘compra’ para BLAU3, com preço-alvo de R$ 36 ao fim de 2023 até que revisitemos nosso modelo”, afirmam.