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Após a saída do CEO Roberto Funari, que renunciou ao cargo semana passada, a Alpargatas (ALPA4) buscou tranquilizar os investidores, em teleconferência de resultados, destacando as estratégias iniciais da nova diretoria interina, mas sem abrir mão de reconhecer as dificuldades encontradas.
“As fundações operacionais da companhia e seus processos – seja previsão de demanda, seja de concatenação de produção, de gerenciamento de estoques, de devolução dos produtos ao mercado, ou de entrega ao mercado em tempo, na quantidade certa, do mix correto, dentro de um mercado dinâmico, em que há muitas mudanças ao longo dos trimestres, todo ano – se mostraram complexas e nós não estávamos preparados para tanta adição de complexidade na organização”, reconheceu o CEO interino, Luiz Ziegler, conselheiro indicado há pouco mais de uma semana para o cargo, logo na abertura da teleconferência.
No pregão desta sexta-feira (5), por volta das 12,15, as ações da Alpargatas (ALPA4) sobem 5,99%, cotadas a R$ 8,14, após a empresa reportar prejuízo de R$ 119,7 milhões no primeiro trimestre, revertendo lucro líquido de R$ 112,1 milhões do mesmo período de 2022.
Alpargatas: empresa se “complicou bastante”
Ziegler citou ainda que “há percepção clara” de que a empresa “se complicou bastante” em sua estratégia.
“Claramente, boa parte do resultado ruim que estamos enfrentando neste momento é consequência de toda complexidade que foi gerada, seja no nosso portfólio seja na nossa estratégia, seja na organização interna da companhia, de como lidar com todas essas coisas que foram adicionadas ao longo do tempo”, comentou.
André Natal, novo CFO da Alpargatas, que assumiu há quatro semanas o cargo após deixar a Vibra Energia (VBBR3), também comentou o momento da empresa e destacou a necessidade de a empresa se preparar para um maior crescimento, com foco na eficiência e simplificação.
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Força da marca
O CEO interino, entretanto, exaltou a força da marca Havaianas no Brasil e no mundo. “Não resta dúvida que Havaianas é uma marca excepcional, potencial incrível de desenvolvimento e crescimento. Isso nos dá muita tranquilidade para fazer o trabalho”, disse.
O executivo mencionou ainda a necessidade de adotar a estratégia já definida de longo prazo, alinhada com o potencial da marca, tendo como prioridade a internacionalização, digitalização da companhia e inovação continuada.
Reorganização da casa
“Já no trimestre passado, entre as nossas prioridades, para esse ano, estavam a eficiência, a simplificação e o crescimento sustentável. Não há abandono da estratégia de longo prazo da companhia, mas um reconhecimento de que precisamos dar uma freada de arrumação. Uma reorganização na casa”, ressaltou.
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“Há oportunidades de melhorias importantes em todos os níveis, em todas as etapas de nosso processo, desde o desenvolvimento do portfólio, negociação de nosso portfólio com os clientes, em todo o mundo, até a entrega dos produtos finalizados e a execução desses produtos no mercado”, acrescentou o CEO.
Volumes, preços e custos balanceados
Segundo o executivo, a equação de crescimento precisa ser mais balanceada entre as variáveis volume, preço e custos para que a companhia possa conseguir a melhor alavancagem operacional e que se traduza em geração de caixa.
“Isso não vem acontecendo. Algumas variáveis foram muito justificadas para pagar as contas. Isso não é sustentável e não é o que queremos. Vamos brigar para crescer em participação no mercado. Mas precisa haver equilíbrio maior entre crescimento de volume, recursos que vão sendo adicionados para poder participar em mais ocasiões e mais mercados”, afirmou o CEO.
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“Nós tivemos resultados muito ruins. Mas é inegável o potencial dessa marca. Com pouco mais de coordenação, de priorização e de foco, tenho certeza de que os resultados vão evoluir ao longo dos próximos trimestres”, encerrou Luiz Ziegler, dessa forma, a teleconferência.