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A fabricante de calçados Alpargatas (ALPA4) comunicou nesta manhã de segunda-feira (22) que a MS Alpa Participações – controlada por Cambuhy Alpa Holding e pelo Fundo de Ações Alpa, entidades que integram o bloco de controle da companhia -, vai realizar oferta pública de aquisição de até 32 milhões de de ações preferenciais de emissão da dona da Havaianas. O preço é de R$ 10,50, o que representa um prêmio de 17,2% em relação a cotação de fechamento da última sexta-feira (19) de R$ 8,96.
As ações dispararam nesta segunda como reação à notícia, com os ativos ALPA4 subindo 17,41%, a R$ 10,52.
A OPA terá validade de 30 dias contados a partir de 23 de maio de 2023 (primeiro dia útil seguinte à divulgação do edital), encerrando-se em 21 de junho de 2023, data em que será realizado o leilão.
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Segundo comunicado, a ofertante obteve as aprovações necessárias ao lançamento da oferta, inclusive perante a B3.
A Alpa ressaltou que por se tratar de oferta pública voluntária para aquisição de ações, a oferta não está sujeita a registro perante a CVM e informou que a OPA não implicará no cancelamento do registro da Alpargatas como emissora da categoria “A”, a sua conversão para a categoria “B” ou a saída do segmento de listagem Nível 1.
De acordo com a nota, a oferta tem como objetivo viabilizar o aumento da participação societária do Grupo MS com relação às ações preferenciais de emissão da Alpargatas.
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A MS Alpa é controlada por Cambuhy Alpa Holding (22,7% do capital total) e por Alpa Fundo de Investimento em Ações (4,9%).
Se a oferta pública for totalmente executada, o free-float das ações sem direito a voto deve ser reduzido de 60% para 45% e a família Moreira Salles aumentaria sua participação direta e indireta na empresa para cerca de 28% das ações sem direito a voto (dos atuais cerca de 14%), mantendo sua participação de aproximadamente 44% nas ações com direito a voto – ao todo, a família detém cerca de 34% de participação econômica da empresa.
Itaúsa (ITSA4) – o outro controlador com cerca de 44% de participação em ações ON e com cerca de 30% de participação econômica, não está aumentando sua fatia.
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“Congratulamos o movimento de um dos controladores e provável acionista de longo prazo da empresa para aumentar sua participação com um prêmio para os níveis de preços atuais de forma transparente e com uma estrutura organizada. Além disso, olhando o preço anunciado, está 10% acima da nossa estimativa de valor justo de R$ 9,50 por ação”, avaliam.
Na visão do JPMorgan, a família Moreira Salles tem um horizonte de investimento de longo prazo em comparação com a maioria dos investidores. Além disso, a empresa está passando por um processo de reestruturação que deverá demorar a dar frutos positivos no contexto que enfrenta desafios em seus principais mercados, inclusive o Brasil.
“Com isso em mente, acreditamos que o preço de compra por ação não deve definir um novo piso para o papel”, aponta.
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O Citi apontou que a medida pode ser interpretada como um passo inicial para uma compra mais ampla ou uma possível deslistagem após a queda recente das ações (cerca de 60% em últimos 12 meses).
Os analistas apontam que a empresa confirmou que a operação, se concluída com sucesso, não alterará o acordo de acionistas ou o grupo de controle por se tratar de uma oferta voluntária de ações preferenciais.
Eles ressaltam que o acionista controlador já obteve todas as aprovações necessárias. O Citi tem recomendação neutra para Alpargatas, com preço-alvo de R$ 10.
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A XP aponta que, do lado positivo, o anúncio traz uma referência de preço de R$ 10,50 por ação como um ponto de entrada interessante para um dos acionistas controladores da empresa.
No entanto, o movimento também deve reduzir a liquidez das ações, dado que o laudo de avaliação que a empresa divulgou trouxe um valuation que poderia potencialmente ancorar as expectativas dos investidores, especialmente em relação à Rothy’s.
“Embora o anúncio deva fazer com que os preços das ações reajam de forma positiva e reflitam a oferta pública, mantemos nossa recomendação neutra para o papel, uma vez que ainda esperamos que os resultados de curto prazo permaneçam pressionados pelo cenário macro atual e pelos ajustes estratégicos que estão em andamento na empresa”, aponta a XP.