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A Allos (ALOS3), uma das principais plataformas de entretenimento, serviços e estilo de vida da América Latina, registrou um lucro líquido de R$ 112,8 milhões no terceiro trimestre deste ano (3T24), marcando uma recuperação em relação ao prejuízo de R$ 16,6 milhões reportados no mesmo período de 2023 (3T23), conforme balanço financeiro apresentado ao mercado nesta quarta-feira (13).
A empresa, que opera em 46 shopping centers na região, totalizando 2,08 milhões de metros quadrados de área bruta locável (ABL) e prestando serviços para outros 11 empreendimentos, alcançou R$ 650,5 milhões na receita líquida no 3T24, representando um aumento de 10,9% em relação ao ano anterior, enquanto no acumulado dos primeiros nove meses de 2024 (9M24), o crescimento foi de 8,5% , totalizando R$ 1,9 bilhão.
O balanço da Allos aponta que o lucro operacional da empresa também mostrou robustez, com o Lucro Operacional Líquido (NOI) crescendo 7,2% no trimestre e 7,6% no acumulado do ano, mantendo a margem NOI em 92,8%. No mercado financeiro, o NOI representa a receita gerada pelas operações principais de uma companhia (como aluguéis de propriedades) após a dedução de custos operacionais, mas sem considerar despesas com juros, impostos, depreciação e amortização.
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O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que subiu 9,8% no trimestre e 8,1% nos nove primeiros meses do ano, refletiu uma leve queda na margem para 73,1%, uma redução marginal em comparação ao ano passado, indicando um nível de impacto nos custos, mas ainda com um desempenho sólido.
Para a diretora financeira e relações com investidores da Allos, Daniella Guanabara, o que causou a queda no Ebitda da empresa foi o impacto do índice Índice Geral de Preços (IGP) nas receitas de aluguel. “Devido ao IGP ter se desligado negativo, o aluguel não contribuiu para o crescimento até agora. No entanto, essa situação tende a mudar, pois o IGP está apresentando resultados mais positivos a cada mês. Com essa recuperação gradual, esperamos que os aluguéis comecem a ter um impacto maior nas receitas, o que deve ajudar a diluir custos e despesas, fortalecendo o desempenho da companhia”, explica.
FFO cresce 32,4% no ano
Outro destaque no balanço da Allos foi o forte aumento do Fundo de Operações (FFO), que cresceu 27,7% no trimestre e 32,4% no acumulado do ano, diminuindo uma geração de caixa mais robusta e saudável, com margem FFO de 47,8%. Esse desempenho, combinado com o crescimento de 37,2% do FFO por ação, favorece os investidores e reforça a solidez financeira da empresa, segundo a companhia. O FFO mede a capacidade de uma empresa gerar caixa a partir de suas operações principais, excluindo ganhos e perdas que não estejam diretamente relacionadas a essas atividades, como vendas de ativos ou reavaliações de propriedades.
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No âmbito operacional, a Allos também registrou expansão nas vendas totais, que subiram 6,5% no 3T24 em valor de participação e 6,1% nos nove primeiros meses do ano. As vendas por metro quadrado aumentaram, sinalizando uma utilização mais eficiente dos espaços e uma demanda crescente. Além disso, a taxa de movimentação dos empreendimentos da Allos avançou para 96,4%, caindo uma recuperação de 76 pontos-base (bps) em comparação ao 3T23. O custo de ocupação, uma medida do percentual de vendas destinado às despesas de espaço, caiu para 10,4%.
Em indicadores de vendas e aluguel nas mesmas lojas, a Allos registrou uma alta de 6,2% nas vendas nas mesmas lojas (SSS), comparado a 3,5% no ano anterior, enquanto o crescimento do aluguel nas mesmas lojas (SSR) foi mais moderado, com alta de 4,2%. Esse aumento mais contido no SSR, diz o balanço financeiro, sugere um equilíbrio na política de aluguel para reter locatários e fortalecer as ocupações. A redução da inadimplência líquida foi de -0,5% no período.
Estratégia: o que impulsionou o resultado
A estratégia da empresa foca em shoppings que lideram suas áreas de influência, sejam em cidades inteiras ou em bairros que funcionam como minicidades, como a Mooca em São Paulo ou a Tijuca no Rio de Janeiro, onde o shopping local possui monopólio absoluto.
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Ao InfoMoney, a diretora financeira e relações com investidores da Allos, Daniella Guanabara, diz que o resultado do terceiro trimestre demonstra uma trajetória positiva e consistente, e avalia que a empresa teve crescimento expressivo em diversas linhas de negócios, incluindo mídia e estacionamento.
Guanabara pontua que, apesar do cenário de aluguéis desafiadores, devido ao Índice Geral de Preços (IGP) acumulado negativo, a empresa conseguiu capturar sinergias de fusão, contribuindo positivamente para o desempenho. “Ao desinvestir em compras menores e reinvestir recursos na recompensa de ações, a empresa reduz o número de ações no mercado, elevando o lucro por ação e o dividendo distribuído, beneficiando os acionistas. Sem nos comprometer com prazos, temos uma meta de até R$ 1 bilhão em desinvestimentos”, afirma.
Segundo ela, as vendas no trimestre, impulsionadas pela melhoria no varejo, favoreceram os setores de joias, cosméticos e âncoras, contribuindo para um crescimento potente. A diretora financeira ainda observa que o segmento de mídia também se destacou, com um crescimento de quase 30% na receita.
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Dividendos
Em outubro, a empresa anunciou o pagamento de dividendos mensais, uma iniciativa voltada para investidores, especialmente os de perfil pessoa física, oferecendo uma fonte regular de renda, diz Guanabara. A cada trimestre, é definido o valor dos dividendos para os três meses seguintes, com parcelas iguais nos primeiros dias úteis do mês, complementares à renda dos investidores. Para o trimestre atual, foram determinados R$ 150 milhões, distribuídos em parcelas de R$ 50 milhões em outubro, novembro e dezembro.
Além dos dividendos, a diretora financeira observa que a empresa tem se destacado no gerenciamento de passivos. Esse processo envolve a substituição de dívidas mais antigas por novas, a menores custos e com prazos mais longos, o que traz maior previsibilidade e menor pressão financeira.
Este ano, segundo a Allos, foram captados R$ 3,7 bilhões em duas emissões que atraíram forte demanda, permitindo a redução de taxas e o alongamento dos prazos de pagamento. “Com essa estratégia, a empresa eliminou vencimentos previstos para anos eleitorais, até 2026, reduzindo riscos associados a possíveis turbulências”, finaliza.
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