Alíquota de Trump para China cai de 60% para 10% e mercado reage bem, aponta analista

Durante campanha, o presidente americano chegou a dizer que a taxação aos chineses seria de 60%; agora, ele indica 10%

Augusto Diniz

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Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, comandou o programa Morning Call da XP nesta quinta (23) e apontou que o recuo do dólar no Brasil, após dois meses pressionado acima de R$ 6, se deve a um tom mais ameno de Donald Trump, após a posse na presidência dos Estados Unidos, com relação às tarifas de importação.

“Com a indicação de Trump que pretende taxar a importação de produtos chineses em 10%, o mercador reagiu bem a isso”, disse. “Havia uma expectativa da taxação chegar até 60%, que foi o que ele mencionou durante a campanha”, complementou.

Tarifa de forma direcionada

Não foram poucas vezes em que o republicano falou antes das eleições de uma tarifa de importação para os produtos chineses mais alta do que passou a indicar atualmente.

“Essa menor precificação e risco (do mercado) vem de que essas tarifas (de importação) podem ser usadas (pelo governo Trump) de forma mais direcionada e estratégica e não como um objetivo de guerra comercial”, comentou a analista.

Mas ressaltou que é preciso acompanhar os passos do presidente dos Estados Unidos a novos anúncios relacionados ao tema.

Corte de juros nos EUA

“Essas tarifas mais brandas têm como potencial um menor impacto inflacionário do que se esperava, de alíquotas mais fortes”, afirmou. Isso, segundo ela, dá espaço para mais cortes de juros pelo Federal Reserve (o banco central americano), na semana que vem, nos dias 28 e 29 de janeiro.

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“Por isso, a gente teve um dia bom para o câmbio (no Brasil). Ele fechou no nível mais baixo desde de 27 de novembro. Uma queda de 1,4%, a R$ 5,95, abaixo da barreira psicológica dos R$ 6”, disse.

Camilla Dolle explicou que semana que vem tem também reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a expectativa da XP é de aumento da Selic em 1 p.p. (ponto percentual), chegando a taxa a 13,25%, em linha do que foi indicado pelo BC na última reunião, realizada nos dias 10 e 11 de dezembro.