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(Bloomberg) – Executivos do comando da Moderna reiteraram que as numerosas mutações da variante ômicron sugerem que novas vacinas serão necessárias. A informação agitou os mercados financeiros.
“O número de mutações neste vírus é surpreendente”, disse o cofundador da Moderna, Noubar Afeyan, em entrevista à Bloomberg Television. “Temos que interpretá-lo como a séria ameaça que representa.”
Em um momento de incerteza sobre o impacto da ômicron na evolução da pandemia e nas economias mundiais, os comentários aumentaram a preocupação. Em entrevista ao Financial Times, o CEO da Moderna, Stephane Bancel, previu uma “queda material” na eficácia das vacinas existentes e descartou a expectativa de que novas versões podem estar disponíveis em breve.
O tom categórico do executivo pareceu assustar os mercados. As bolsas da Ásia recuaram, movimento seguido pelos futuros de índices dos EUA, da Europa e contratos de petróleo.
Bancel e Afeyan reiteraram comentários feitos pelo diretor médico da Moderna, Paul Burton, durante o fim de semana.
Empresas que apostam em vacinas de RNA mensageiro – a BioNTech e sua parceira Pfizer, assim como a Moderna – têm a vantagem de conseguirem ser rápidas no desenvolvimento de uma nova vacina, assim como foram as primeiras a lançar imunizantes no fim do ano passado.
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Mas a nova variante pode proporcionar à Moderna a chance de recuperar o atraso em relação à parceria Pfizer-BioNTech, cuja vacina se tornou o produto farmacêutico mais vendido de todos os tempos. A Moderna alertou no início do mês que não atingirá suas metas de entrega e que as vendas de imunizantes ficarão entre US$ 15 bilhões e US$ 18 bilhões em 2021.
A empresa de biotecnologia de Cambridge, Massachusetts, disse na semana passada que já estudava doses de reforço desenvolvidas para antecipar mutações, como as que surgiram na ômicron, e que pretende elaborar rapidamente uma candidata com foco específico nesta nova cepa.
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“Temos armas muito melhores para lutar do que há 18 meses”, disse Afeyan ao citar vacinas com foco em diversas variantes que já estão em ensaios clínicos e podem funcionar melhor contra a ômicron do que a geração anterior.
Pesquisas ainda estão em andamento para determinar se a ômicron tem a mesma gravidade que as versões mais antigas do coronavírus, se pode minar a imunidade proporcionar pelas vacinas e infecções anteriores e se será capaz de se sobrepor às cepas existentes à medida que o patógeno continua a circular pelo mundo.
O tom da Moderna é mais pessimista do que o da Pfizer. Em entrevista anterior à Bloomberg Television, o CEO Albert Bourla disse que em duas a três semanas ficará claro o nível de eficácia da atual vacina da empresa contra a ômicron. E, mesmo no pior cenário, ele espera que a fórmula existente mantenha certa eficácia.
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Bourla disse que a Pfizer pode ter uma vacina específica para a ômicron em 100 dias, caso seja necessário.
Outros fabricantes de imunizantes, como AstraZeneca, Johnson & Johnson, Sinovac Biotech, CanSino Biologics e a farmacêutica japonesa Shionogi & Co disseram que estão conduzindo estudos sobre a nova variante.
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