Além de 160 mil? Após rali, instituições sobem projeções do Ibovespa para 2024 e 2025

Nos últimos dias, BBA, XP e JPMorgan revisaram seus números para o índice, após recordes sucessivos da bolsa

Augusto Diniz

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Quando o Ibovespa superou os 131 mil pontos em 12 de agosto, ficou no ar se o índice se sustentaria nesse patamar, já que havia ocorrido o mesmo em fevereiro, sendo que o índice depois acabou registrando forte recuo. Mas em agosto o Ibovespa não só se manteve, como bateu sucessivos recordes, fechando pela primeira vez na história acima dos 137 mil pontos na quarta passada (28).

Isso provocou nas instituições novas revisões de projeção para o índice, tanto para esse ano quanto para 2025. As estimativas oscilam agora entre 143 mil pontos e 165 mil pontos, números jamais alcançados pelo bolsa brasileira.

Valuation atrativo

O Itaú BBA divulgou nova estimativa para o Ibovespa, projetando o índice a 165 mil pontos ao fim de 2025. O banco se apoia em dois pontos positivos para a mudança.

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O BBA vê o Brasil negociando a um valuation atrativo frente a seus pares e a sua média histórica. Além disso, aponta que o lucro das empresas do Ibovespa deve crescer próximo a 12% em 2024-2025.

Outro aspecto apontado pelo banco, mas visto como neutro, refere-se ao fato de investidores domésticos ainda estarem com posicionamento leve no mercado de ações, abaixo de seus picos recentes.

Melhora do cenário global

A XP também ajustou suas projeções para o Ibovespa, anunciadas nesta segunda (2). A estimativa agora é de 155 mil pontos em doze meses, ajustando as projeções ante 147 mil pontos para o fim de 2024 da previsão anterior. A casa explica que ainda há motivos para ficar otimista, principalmente devido à melhora do cenário global e provável início de corte de juros nos Estados Unidos a partir de setembro.

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Sobre o último mês, que se iniciou turbulento no âmbito internacional, para a XP o Brasil saiu ileso. Ao longo de agosto, ventos favoráveis nos mercados internacionais e a volta dos fluxos estrangeiros ao país deu ânimo à Bolsa.

A casa ressalta, no entanto, que é importante observar estes fluxos para a Bolsa com a queda provável dos juros nos Estados Unidos e o comportamento dos investidores domésticos com relação à renda variável, em meio aos juros altos no Brasil.

Maiores projeções do PIB

Durante o rali de agosto, no último dia 22, o JPMorgan refez sua estimativa de 135 mil pontos, atualizada em 25 de junho, para cerca de 143 mil pontos.

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O banco ressaltou que em junho o Ibovespa negociava a 120 mil pontos e que, desde então, entregou um retorno positivo de 13,3%. Com aumento, principalmente por conta das projeções do PIB, a instituição avaliou que o número de 140 mil pontos poderia ser até “facilmente” superado.

Os estrategistas do JPMorgan, em análise conservadora, assumem que os lucros de 2024 devam contrair 1% e subir 10% em 2025 em moeda local. O banco mantém o número de 143 mil pontos, mas crê que uma nova revisão forte nas expectativas de lucros das empresas listadas na B3 pode levar o Ibovespa a 155 mil ou perto de 160 mil pontos.

Gestoras também opinaram sobre o Ibov

O Barômetro do Mercado, pesquisa feita pelo InfoMoney, divulgada na sexta (30), indica que o ponto médio das estimativas de gestoras consultadas aponta que o Ibovespa deve encerrar 2024 aos 145 mil pontos.

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O levantamento, realizado entre os dias 26 e 28 de agosto, ouviu 44 gestoras de recursos, que juntas somam patrimônio acima de R$ 500 bilhões. Apenas 18% das gestoras creem que o Ibovespa poderá terminar o ano abaixo dos 140 mil pontos, e somente 2% superará os 160 mil pontos no final de 2024.