Alavacagem da Auren deve subir com a aquisição da AES Brasil, diz analista

Isso deve ocorrer especialmente se os acionistas da AES escolherem receber pagamento total em caixa pela ação

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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A combinação de negócios da Auren (AURE3) com a AES Brasil (AESB3) atende aos objetivos buscados por ambas empresas há algum tempo. A partir de agora, os olhos do mercado se voltam às sinergias e como o investidor se comportará diante do surgimento da nova companhia.

Vladimir Pinto, head de energia e saneamento no research da XP, participou nesta sexta-feira (17) do Morning Call da XP, e pontuou que o negócio foi anunciado envolvendo três opções para os acionistas da AES Brasil.

AES (AESB3): opções aos acionistas

O analista explicou que a primeira opção seria o pagamento total em caixa ao acionista pela ação, ao custo de R$ 11,55 cada. “Isso explica a alta na Bolsa (da AES) porque está se precificando esse valor em dinheiro”, afirmou durante o programa.

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A outra opção é o pagamento em caixa ao acionista da metade do valor da cota detida em suas mãos, com o restante do pagamento sendo feito em ações da Auren. E a última, seria o acionista receber 90% em ações da Auren e 10% em caixa.

“Obviamente, o que o investidor vai olhar é essa relação matemática. Ele vai ver o preço da ação da Auren. A conta que der maior valor, ele vai escolher”, disse.

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Perspectivas positivas

Sobre as perspectivas da nova empresa com a aquisição pela Auren da AES, Vladimir Pinto vê uma série de sinergias que podem ser aproveitadas.

“Parte corporativa da empresa, por exemplo, tem corte de custos a serem feitos. Algumas operações também podem ser otimizadas”, comentou. Há ainda possibilidade de melhoras dos ativos eólicos no Nordeste de usinas da AES.

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O analista alertou, no entanto, que a AES tem um custo de dívida muito alto. “Tendo uma empresa com balanço mais estável como a Auren, isso vai ajudar para que se possa reduzir esse custo de dívida”, ressaltou.

Dividendos futuros podem ser menores

“Ponto importante é que se tiver uma grande adesão para oferta em caixa (pelo acionista da AES), vai se ter um aumento da dívida líquida da empresa resultante. Isso deve fazer com que a Auren, pelo menos nos 2 a 3 primeiros anos, faça pagamentos de dividendos um pouco menores para reduzir a alavancagem”, explicou.

O especialista em energia acrescentou que a Auren já tem liberado linha de crédito, caso todos os acionistas da AES optem pela oferta em caixa e seja necessário esse desembolso integral – que tem valor estimado de R$ 6,7 bilhões.

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“Mas é uma aquisição que pode criar valor aos acionistas da Auren, dependendo da velocidade com que eles consigam desenvolver as sinergias”, destacou.

Não há obstáculos regulatórios

Sobre a aprovação dos órgãos competentes, como Cade e Aneel, o analista não enxerga nenhum problema e a previsão é de que as análises estejam concluídas até outubro. “Tem também a aprovação de credores, principalmente da AES, mas a gente não vê nenhum tipo de obstáculo”, afirmou.