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O acordo anunciado pela Gol (GOLL4) e pela Avianca na manhã desta quarta-feira (11) ainda está sendo estudado por parte dos analistas mas, no primeiro momento, o movimento é visto com bons olhos – mais do que isso, os comentários são de que ele pode ser uma sinalização do que irá acontecer em todo o setor aéreo na América Latina.
Os acionistas das duas companhias criarão, a depender da aprovação de órgãos reguladores, um novo grupo que as controlarão. A nova holding se chamará Abra e passará a ser responsável pela direção geral, pela entrega de sinergias e pela coordenação das funções centrais das controladas. Não haverá qualquer tipo de alienação de ações por parte da Gol e da Avianca.
“Apesar dos detalhes financeiros ainda não terem sido divulgados, na nossa interpretação, trata-se de um movimento positivo para a Gol, que terá agora maior acesso ao mercado latino-americano e poderá ter oportunidades significativas de sinergias com a Avianca, com a Viva e com a Sky Airlines”, comentam os analistas Victor Mizusaki, Andre Ferreira e Pedro Fontana, do Bradesco BBI, em relatório.
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O Morgan Stanley, além das sinergias, pontua também que a união coloca a Gol em um grupo com forte posição financeira, o que ameniza eventuais preocupações com o seu balanço patrimonial ou com a capacidade da companhia de enfrentar novos reveses no futuro. A companhia brasileira, como a maioria do setor aéreo, ainda se recupera dos impactos causados pela pandemia da covid-19.
“O acordo também deve implicar em algum crescimento positivo ao apoiar a capacidade da Gol de aumentar suas operações internacionais de passageiros e de carga, embora isso possa ser limitado”, afirmam os analistas do banco americano. Eles lembram que antes da pandemia as viagens internacionais representavam apenas cerca de 16% dos Assentos‐Quilômetros Oferecidos (ASK, na sigla em inglês) da Gol e que o tráfego do Brasil para outros países da América do Sul é pequeno na comparação com o registrado para os Estados Unidos e para a Europa.
O Citi, por sua vez, destaca que a combinação deve trazer vantagens competitivas para Gol, como poder de precificação, capilaridade e atratividade para as companhias em possíveis acordos com empresas americanas.
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A sessão é de volatilidade para as ações da Gol, que chegaram a subir 4,26% na máxima do dia; já por volta das 16h05 (horário de Brasília) tinha leve queda de 0,84%, a R$ 13,05.
Gol e Avianca devem pressionar mudanças no setor aéreo
Em comum, a maioria das casas que comentaram o negócio entre as duas companhias afirma que a movimentação deve pressionar todo o setor.
“Essa transação pressionará a LATAM a responder de acordo, o que significa que a fusão com a Azul (AZUL4) pode vir à mesa, conforme já discutimos anteriormente em relatório”, pontua o Bradesco BBI.
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O Morgan Stanley e o Citi vão na mesma linha. O primeiro banco afirma que a Gol toma à frente na corrida da “clara tendência de consolidação das companhias aéreas da região” e o segundo diz que a a proposta deve “lançar uma luz sobre os possíveis passos nas tendências de fusões e aquisições das companhias sul-americanas”.
O Citi, além de tudo, lembrou em seu documento que a Gol já recebeu um investimento recentemente da American Airlines, gigante americana, e que a parceria entre da Azul e da United Airlines acaba no dia 26 de junho. “Será interessante ver se o desenvolvimento do negócio aumentará a urgência da United em firmar novo acordo com a Azul”, dizem.
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