Ações da TIM (TIMS3) sobem na B3 após oferta de fundo americano pela Telecom Italia, mas operação pode sofrer oposição da Vivendi

Em Milão, as ações da Telecom Italia, controladora da TIM, dispararam mais de 30% com a notícia

Mariana Zonta d'Ávila

Foto: Bloomberg
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SÃO PAULO – As ações da operadora TIM (TIMS3) operam em alta nesta segunda feira (22), após a gestora de fundos norte-americana KKR ter apresentado uma proposta não vinculante para comprar a Telecom Italia, controladora da TIM no Brasil, pelo valor de US$ 12 bilhões.

Após subirem mais de 7% na abertura, as ações TIMS3 amenizaram os ganhos e fecharam com alta de 1,71% na B3, negociadas a R$ 13,71.

O movimento segue o visto na sexta-feira (19), quando as ações da operadora encerraram o pregão com alta de 5,15%, negociadas a R$ 13,48. A alta ocorreu após ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formarem maioria pela redução do ICMS para serviços de telecomunicações em Santa Catarina, decisão essa que pode ser estendida a outros estados do país.

Na avaliação do UBS, a oferta pode trazer implicações positivas para a Tim Brasil. Segundo os analistas, se o acordo avançar, poderia haver um upside de 21% a 30% para as ações da companhia.

Em relatório, o time chama atenção para uma possível resistência por parte do governo italiano, bem como para potenciais contraofertas da Vivendi, principal investidora da Telecom Italia, além da de CVC/Advent.

O banco tem recomendação de compra para os papéis TIMS3 e preço-alvo de R$ 18 – o que implica potencial de alta de 33,5% em relação à cotação de fechamento de sexta-feira (19).

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Ações da Telecom Italia disparam

Após a oferta da KKR, os papéis da Telecom Italia, negociados na bolsa de Milão, na Itália, dispararam na bolsa. As ações encerraram o pregão desta segunda com alta de 30,25%, negociados a 0,45 euros.

Segundo a empresa, a KKR estabeleceu um preço indicativo de 0,505 euros para sua possível oferta de compra – um prêmio de 45,7% sobre o preço de fechamento das ações ordinárias na sexta-feira (19) – quase 60% a mais do que o atual valor de mercado da empresa, que gira em torno de 7 bilhões de euros.

A proposta, no entanto, estaria sujeita a uma adesão mínima de 51% do capital social da operadora, o que daria à KKR seu controle acionário.

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A notícia da oferta provocou um turbilhão na política italiana, já que o governo detém quase 10% das ações da operadora por meio do banco de investimentos Cassa Depositi e Prestiti (CDP) e tem o poder de vetar a operação.

A oferta do fundo americano ocorre em meio à turbulência na Telecom Italia, que emitiu dois alertas de lucro em três meses, levando a Vivendi, principal investidora da empresa, a pressionar uma substituição de Luigi Gubitosi, presidente-executivo da companhia.

Segundo a Bloomberg, é provável que a Vivendi bloqueie a oferta, por considerá-la muito baixa, de acordo com pessoas com conhecimento direto da situação.

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A empresa francesa, controlada pelo bilionário Vincent Bollore, vai partir para a ofensiva ao tentar destituir Gubitosi, em reunião do conselho esta semana. A Vivendi suspeita que a KKR pode ter sido convidada por Gubitosi, com quem o grupo francês entrou em conflito repetidamente, disseram as pessoas à agência, que pediram para não serem identificadas.

(Com ANSA e Bloomberg)

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