BNDES quer enxugar carteira de R$ 111 bi em ações; veja os papéis que seriam vendidos mais facilmente

Banco de fomento tem plano de diminuir seu balanço, mas algumas participações poderiam sofrer desinvestimento com maior facilidade que outras

Ricardo Bomfim

BNDES (Foto: Divulgação)
BNDES (Foto: Divulgação)

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SÃO PAULO – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possui R$ 111 bilhões em participações acionárias em outras empresas, segundo levantamento feito pela equipe de análise do Itaú BBA com base no balanço oficial do banco de fomento e, não é de hoje, quer diminuir a sua carteira

Um ponto interessante que foi ressaltado no relatório assinado pelos analistas Marcos Assumpção, Jorge Gabrich e André Dibe, é que o BNDES terá mais facilidade em devolver ao mercado alguns desses investimentos do que outros. 

É público que o banco estatal possui desde o governo Temer o objetivo de reduzir o seu balanço patrimonial, vendendo as participações que adquiriu nas mais diversas companhias por conta política que tentava criar “campeãs nacionais” durante as gestões Lula e Dilma.

Na hora de fazer esse desinvestimento, há 18 empresas nas quais o BNDES possui uma fatia que levaria menos de 10 dias para vender (conta baseada no valor do total de ações possuídas pelo banco dividido pelo volume médio diário negociado na Bolsa para cada um desses papéis). 

São elas: Totvs (TOTS3), Cemig (CMIG4), Copasa (CSMG3), Linx (LINX3), Engie (EGIE3), Iochpe-Maxion (MYPK4), Rossi (RSID3), Cyrela (CYRE3), Gerdau (GGBR4), Kepler Weber (KEPL3), MRV (MRVE3), Log (LOGG3), Energisa (ENGI11), TIM (TIMP3), Oi (OIBR4), CSN (CSNA3), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Br Malls (BRML3). Para o caso das duas últimas, o desinvestimento total levaria menos de um dia. 

Também entre os destaques da última publicação que lista os investimentos do BNDES, a exposição do banco público à Petrobras (PETR3; PETR4) caiu de 15,2% do total de ações da estatal no terceiro trimestre de 2018 para 13,9% no primeiro trimestre de 2019.

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A fatia investida na Vale (VALE3), por sua vez, foi de 7,4% para 6,1% no mesmo período.  

O setor de petróleo e combustíveis é o mais pesado na carteira do BNDES, respondendo por 48% dos investimentos.

Em segundo lugar vem o setor de materiais, com 21% divididos entre Vale, Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN11), CSN e Gerdau. 

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Logo em seguida vêm os setores de utilities e alimentos, que respondem por 14% da carteira do banco cada um. 

Confira a carteira do BNDES segundo a posição em 31 de março de 2019:

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.