Taxa de corretagem: entenda como funciona a cobrança

Algumas corretoras oferecem o serviço, que permite comprar e vender ações, de graça. Saiba como usar 

Equipe InfoMoney

Para operar na bolsa de valores, os investidores precisam ter um intermediário: uma corretora ou uma distribuidora autorizada a atuar no pregão. Na prática, o investidor informa à instituição financeira que operação gostaria de fazer ao enviar uma “ordem” – que podem ser compras e vendas de ações ou de contratos futuros, por exemplo.

É a instituição que fica responsável por executar a ordem na bolsa. Por essa intermediação entre o investidor e o restante do mercado, ela cobra uma comissão. Essa é a taxa de corretagem.

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O valor da taxa varia de instituição para instituição. Mas, no caso da negociação de ações, essa cobrança segue dois padrões: fixa ou variável.

Corretagem fixa

A corretagem fixa é a opção mais frequente nos home brokers das instituições financeiras. Trata-se de um valor padrão para qualquer operação realizada pelo próprio investidor na plataforma, sem a ajuda de um assessor.

Em geral, ficam dentro de uma faixa de preço que varia de R$ 10 a R$ 20 por operação. Mas a forma de cobrança varia. Algumas instituições adotam uma taxa única independentemente do valor da operação. Outras fazem uma distinção entre operações pequenas e grandes.

É bom lembrar que a taxa de corretagem é cobrada tanto na compra quanto na venda de ações. Para fazer uma operação completa, portanto, paga-se a comissão duas vezes.

Algumas instituições oferecem “pacotes” de corretagem, com descontos nas taxas. Essa opção pode ser vantajosa para os investidores que operam com bastante frequência – há pacotes mensais que incluem 30, 50 ou até mais operações por um valor fechado. Para quem não tem o hábito de operar tão frequentemente, optar por um pacote pode significar perda de dinheiro. É provável que o mês termine sem que a cota tenha sido usada.

Também é comum que o valor da taxa de corretagem seja mais baixo para as operações de day trade (compra e venda de um mesmo ativo no mesmo dia) e para a negociação de opções (contratos transacionados no mercado futuro). Isso porque, em geral, elas são mais frequentes e envolvem valores menores – se as taxas forem muito altas, inviabilizam o ganho para o investidor.

Corretagem variável

A corretagem variável costuma ser o modelo adotado quando os negócios são fechados junto à mesa de operação, pelo telefone, com o auxílio de um assessor de investimentos (e não via home broker). Em geral, ela representa um percentual do valor negociado, ou um percentual mais um valor fixo.

É bastante comum que as instituições adotem como referência a chamada “Tabela Bovespa”, criada há muito tempo pela então Bovespa (hoje B3). O seu uso não é obrigatório, mas se tornou uma espécie de tradição entre as instituições financeiras. A taxa de corretagem é cobrada segundo o valor movimentado ao longo do dia inteiro na bolsa (e não por operação). A Tabela Bovespa prevê um percentual sobre o valor das operações do dia, mais um valor fixo adicional, de acordo com o volume movimentado. Confira em detalhes:

Volume operado no dia Taxa de corretagem Adicional
De R$ 0 a R$ 135,07 zero R$ 2,70
De 135,08 a R$ 498,62 2% zero
De 498,63 a R$ 1.514,69 1,5% R$ 2,49
De R$ 1.514,70 a R$ 3.029,38 1% R$ 10,06
Acima de R$ 3.029,38 0,5% R$ 25,21

Corretagem em contratos futuros

Na B3, além do mercado de ações, há também o mercado de contratos futuros. Por meio deles, é possível comprar e vender ativos numa data futura, por um preço determinado no momento atual. Os contratos futuros mais comuns no mercado são de dólar, taxa de juros e commodities agrícolas, como milho e açúcar.

Para investidores pessoas físicas, há ainda o mercado de mini-contratos, que representam uma fração de 20% de um contrato integral.

Na negociação de futuros, a taxa de corretagem é cobrada sobre o número de contratos negociados. Assim, se um investidor compra cinco contratos futuros de dólar, paga cinco vezes o valor da taxa de corretagem padrão. O mais comum é que as corretoras trabalhem com pacotes de corretagem – de 50, 100 ou até 15.000 contratos negociados por mês. Na XP Investimentos, o preço dos pacotes pode variar de R$ 48 por mês (50 mini-contratos) a até R$ 3.750 por mês (15.000 mini-contratos).

Como não pagar corretagem

Algumas instituições financeiras oferecem condições diferenciadas. A corretora Clear, por exemplo, não cobra taxa de corretagem para a negociação de ações.

Impostos

A corretagem é um serviço – e por isso, incide ISS (Imposto Sobre Serviços) sobre a taxa cobrada pelas corretoras. A alíquota é de 5% sobre o valor da taxa, o que faz o custo final com a corretagem ser ligeiramente mais alto do que o que é anunciado pelas corretoras.

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