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SÃO PAULO – Após chegar a cair forte com um novo ruído na guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Ibovespa chegou a zerar as perdas na tarde desta quinta-feira (7). O movimento, porém, durou pouco e a bolsa perdeu força novamente após o boletim médico do presidente Jair Bolsonaro apontar um quadro de pneumonia.
O Ibovespa fechou com queda de 0,24%, aos 94.405 pontos, após chegar a cair 0,8% após a notícia do estado de saúde de Bolsonaro. O volume financeiro ficou em R$ 17,237 bilhões.
O contrato de dólar futuro com vencimento em março, por sua vez, teve alta de 0,57%, a R$ 3,724, enquanto o dólar comercial fechou com alta de 0,12%, cotado a R$ 3,7108 na venda.
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Julio Fernandes, gestor do fundo XP Macro, destacou que a queda passou a se intensificar com a notícia uma vez que postergará a saída de Bolsonaro do hospital, o que pode atrasar os prazos para que a equipe econômica entregue uma versão final do projeto da reforma da previdência.
Segundo ele, o mercado já estava muito ligado nas questões dos prazos e caído bem na véspera com a notícia da nova PEC que poderá estender o tempo de tramitação e a notícia de hoje é mais um ingrediente de aversão ao risco do mercado em meio aos temores com o tempo para a aprovação da reforma.
Mais cedo, o Ibovespa também chegou a cair forte após o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmar que os Estados Unidos e a China estão longe de fechar um acordo comercial, azedando os mercados por lá e levando a quedas de mais de 1% nas bolsas norte-americanas.
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Além disso, a CNBC informou, citando fontes, que é improvável que um um encontro entre Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping aconteça antes do término da trégua na guerra comercial entre os países, que termina neste mês.
No noticiário doméstico, vale destacar ainda que a S&P reafirmou o rating do Brasil em BB-, com perspectiva estável. Na avaliação da agência, o governo de Bolsonaro enfrenta o desafio de manter capital político amplo e conseguir uma aliança efetiva no Congresso para aprovar projetos que corrijam “derrapadas fiscais estruturais” e “uma crescente dívida”, bem como impulsionar a tendência de crescimento.
Segundo a S&P, a perspectiva foi mantida em estável como reflexo da expectativa da agência de um “gradual fortalecimento do perfil fiscal do país”, conforme a nova administração “avançar lentamente com políticas para reduzir o grande déficit fiscal do Brasil e fomentar crescimento mais sólido”.
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Ainda no radar dos investidores está a defesa do Copom (Comitê de Política Monetária) de “cautela, serenidade e perseverança” para as próximas decisões, o que enfraquece as apostas de queda na taxa de juros nos próximos meses. Ontem, a Selic foi mantida em 6,50%, como já era esperado.
Neste contexto, o contrato com vencimento em janeiro de 2021 subiu 13 pontos-base, para 7,15%, enquanto o contrato para janeiro de 2023 avançou 9 pontos, a 8,26%.
Destaques de ações
No âmbito corporativo estão a possibilidade de revisão dos dividendos trimestrais da Petrobras (PETR3; PETR4) e a informação de que a Vale (VALE3) sabia dos problemas com a sirene na barragem de Brumadinho, item que poderia ter auxiliado no evacuamento e salvado vidas. Além disso, a mineradora teve suas operações na barragem de Laranjeiras, na mina de Brucutu, suspensas após ação civil pública. Confira os impactos para a Vale aqui.
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Os preços do petróleo caem mais de 2% com o aumento do estoque do combustível nos Estados Unidos.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
LOGG3 | LOG COM PROPON | 18,40 | -4,42 | +2,11 | 9,58M |
BRFS3 | BRF SA ON | 23,21 | -4,01 | +5,84 | 436,34M |
B3SA3 | B3 ON | 31,00 | -3,73 | +15,63 | 904,87M |
MRFG3 | MARFRIG ON | 6,03 | -3,67 | +10,44 | 31,57M |
SBSP3 | SABESP ON | 39,77 | -3,26 | +26,25 | 240,22M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 18,81 | +3,98 | +22,30 | 723,97M |
CIEL3 | CIELO ON | 10,70 | +3,38 | +20,36 | 239,93M |
VVAR3 | VIAVAREJO ON | 5,45 | +3,02 | +24,15 | 116,81M |
CSNA3 | SID NACIONALON | 9,52 | +2,26 | +7,69 | 143,85M |
ENBR3 | ENERGIAS BR ON | 17,33 | +2,24 | +23,56 | 70,92M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 25,09 | -1,57 | 1,40B | 1,48B | 53.174 |
VALE3 | VALE ON | 41,59 | -2,05 | 1,31B | 1,56B | 55.729 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 36,53 | +0,36 | 1,12B | 879,63M | 55.245 |
B3SA3 | B3 ON | 31,00 | -3,73 | 904,87M | 366,67M | 42.524 |
BBDC4 | BRADESCO PN EJ | 44,20 | +1,52 | 848,24M | 659,08M | 35.728 |
BBAS3 | BRASIL ON | 51,36 | +0,08 | 746,39M | 532,17M | 33.510 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 18,81 | +3,98 | 723,97M | 446,29M | 49.734 |
RENT3 | LOCALIZA ON | 31,76 | +1,28 | 440,48M | 195,50M | 31.017 |
BRFS3 | BRF SA ON | 23,21 | -4,01 | 436,34M | 173,78M | 36.526 |
LREN3 | LOJAS RENNERON | 43,35 | +0,32 | 283,45M | 169,86M | 23.724 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Reforma da Previdência
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), reiterou à GloboNews, na noite de ontem, que a votação da reforma da Previdência será tratada como prioritária no plenário da Casa.
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Segundo o parlamentar, o projeto de combate ao crime apresentado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, poderia tramitar nas comissões da Câmara junto com a reforma, mas avaliou que o debate em torno do projeto de segurança é “mais longo”. Antecipá-lo, portanto, poderia “contaminar” o plenário para a votação das novas regras de aposentadoria.
O presidente da Câmara reafirmou ainda que a reforma previdenciária deverá seguir o rito tradicional de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), destacando que o prazo é suficiente para que o governo organize sua base e angarie os votos suficientes para a aprovação do texto e também para a recuperação da saúde do presidente Jair Bolsonaro, que está internado após cirurgia para retirada da bolsa de colostomia. A conclusão do texto da reforma depende da alta do presidente e ainda não há estimativa para que isso aconteça.
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O encaminhamento de uma nova proposta de PEC é justamente o que preocupa o mercado financeiro, uma vez que não aproveitar o texto do governo de Michel Temer, que já está pronto para ir à votação, deve atrasar a tramitação do projeto em alguns meses.
A proposta do governo para a reforma incluirá um novo regime trabalhista. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, se aprovado o projeto de emenda constitucional, coexistirão no mercado de trabalho os dois sistemas: o novo, desconstitucionalizado, desregulamentado e com maior oferta de empregos; e o atual com a Justiça do Trabalho, os sindicatos e poucos empregos.
Segundo o ministro, “os jovens terão a oportunidade de escolher” o regime antigo com “muitos direitos e poucos empregos” ou o novo, que teria menos direitos e mais empregos.
Por outro lado, Maia disse na entrevista que esta é a “última” chance de o Congresso aprovar a reforma da Previdência Social sem tirar direitos da população.
Agenda econômica
Em meio a uma agenda de indicadores esvaziada, a temporada de resultados corporativos do quarto trimestre de 2018 segue forte. Chamam atenção a Lojas Renner (LREN3), na quinta-feira (7) também após o fechamento da bolsa, além da Klabin (KLBN11), que no mesmo dia apresenta seu resultado financeiro, mas desta vez antes do início dos negócios na B3.
Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.
Noticiário político
O Ministério de Infraestrutura enviará ao Congresso um projeto de lei criando a ANT (Agência Nacional dos Transportes), uma espécie de superagência de infraestrutura, informa o jornal Folha de S. Paulo. Ela será formada pela junção da ANTT (de regulação dos transportes terrestres) e da Antaq (terminais portuários), ambas com diretores envolvidos em esquemas de corrupção e favorecimento a empresas. Em entrevista à Folha, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou que, ao juntá-las, haverá somente cinco diretores.
A equipe econômica do governo estuda a criação de uma nova contribuição das empresas para financiar o INSS, substituindo a atual cobrança de 20% sobre folha de pagamentos, considerada muito alta. Seria uma forma de aliviar a carga tributária das empresas, uma promessa feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em sua posse.
O governo também tem planos de amenizar os descontos sobre os salários dos trabalhadores de baixa renda e estuda a redução da alíquota mínima cobrada no INSS, de 8% para 7,5%, e aumentar para os que ganham mais, dos atuais 11% para até 14%.