Facebook perde US$ 119 bilhões e tem a maior queda de uma empresa na história dos EUA

Rede social perdeu US$ 119 bilhões de valor de mercado, "tirando" de Mark Zuckerberg cerca de US$ 16 bilhões

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A derrocada de 19% das ações do Facebook após a divulgação de seu resultado levou a rede social a perder US$ 119 bilhões, a maior queda de valor de mercado de uma empresa em um dia na história dos Estados Unidos. No fechamento do pregão desta quinta-feira o valor da companhia ficou em US$ 630 bilhões, segundo dados do FactSet.

O valor perdido pela empresa hoje é quase igual do total da Nike, que vale US$ 125,2 bilhões, e supera gigantes americanas como a General Electric, que tem valor de US$ 114,2 bilhões. Estes US$ 119 bilhões equivalem a todo o mercado de ações da Argentina e duas vezes o PIB (Produto Interno Bruto) do Uruguai. O dono do Facebook, Mark Zuckerberg, teve perdas de US$ 15,7 bilhões com a derrocada das ações.

O desempenho acabou pressionando outras empresas de internet, como o Twitter, que teve forte queda de 2,89% nesta quinta. Na véspera, logo após a divulgação do resultado do Facebook, outras empresas como a Snap, dona do Snapchat, e a Netflix, caíram mais de 3%. Já a Amazon, na expectativa pelo seu balanço que foi divulgado hoje, também caiu conforme investidores ficaram mais temerosos após os números da rede social.

Ontem à noite, a rede social informou seus resultados, destacando que não bateu as projeções dos analistas em relação ao crescimento e receita com usuários. No after market, logo após a divulgação dos números, os papéis passaram a cair 10%, mas intensificaram as perdas com a teleconferência, onde o diretor financeiro David Wehner revelou que a gigante espera que a desaceleração da receita continue.

“Nossas taxas totais de crescimento de receita continuarão desacelerando no segundo semestre de 2018, e esperamos que nosso crescimento de receita diminua em percentuais de um dígito ante os trimestres anteriores, tanto no terceiro quanto no quarto trimestre”, afirmou. Wehner também disse que o Facebook espera que as despesas cresçam entre 50% e 60% em relação ao ano passado.

A companhia começou a mostrar os primeiros sinais de impacto dos recentes escândalos de vazamento de dados, com a receita e o número de pessoas acessando o site diariamente ficando abaixo das expectativas. O Facebook teve 1,47 bilhão de usuários diários em junho, ante uma projeção de 1,48 bilhão dos analistas consultados pela Bloomberg.

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O ritmo de crescimento dos usuários teve queda, ficando 11% acima do ano passado, em comparação com 13% no trimestre anterior. Já o lucro líquido da companhia ficou em US$ 5,1 bilhões, ou US$ 1,74 por ação, resultado levemente acima da estimativa média dos analistas, que era de US$ 1,72, mas uma alta 32% em relação ao mesmo período de 2017.

A receita, impulsionada pelas vendas de publicidade móvel, cresceu 42%, para US$ 13,2 bilhões, ficando abaixo de projeção de US$ 13,3 bilhões. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, tentou mostrar otimismo em nota divulgada após o balanço, dizendo que a comunidade e os negócios estão crescendo “rapidamente”. “Estamos comprometidos em investir para manter as pessoas seguras e continuar construindo novas maneiras significativas de ajudar as pessoas a se conectarem”, disse ele. Com a derrocada, o executivo “perdeu” US$ 16,8 bilhões com suas ações da companhia.

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De acordo com o Credit Suisse, o guidance de longo prazo da empresa indica uma compressão de margem e trouxe uma nova crise existencial para a companhia, mas mantém recomendação outperform. Já outras casas, como Raymond James e Nomura cortaram a recomendação para os papéis da rede social.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.