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(Bloomberg) — Na disputa por uma fusão, vale a pena apostar no ofertante que perde, segundo estudo recente.
Apesar de vencedores e perdedores exibirem desempenhos similares no mercado de ações nos três anos que antecedem o anúncio de uma fusão, as empresas norte-americanas que acabam não ficando com seu alvo têm desempenho 24 por cento superior ao dos compradores nos três anos seguintes à operação, segundo estudo publicado na edição de agosto da Review of Financial Studies. A diferença entre os perdedores internacionais foi de cerca de 14 por cento.
Em um possível alerta para os negociantes mais agressivos, os autores, entre eles a professora de finanças da Universidade da Califórnia em Berkeley Ulrike Malmendier, descobriram que o preço elevado pago pelo alvo e o aumento da alavancagem parecem estar por trás do desempenho inferior do ofertante vencedor.
“Os pagamentos elevados de transações relativamente grandes, especialmente pagamentos em dinheiro, parecem ser o indicador mais importante de desempenho inferior a longo prazo e não outros fatores relacionados à produtividade da empresa combinada”, escreveram os autores em versão do estudo publicada em papel anteriormente.
Os resultados “também são consistentes com a visão comportamental de que a superestimação dos retornos futuros dos gerentes é um fator importante para explicar as atividades de fusão que destroem valor”, disseram.
Apesar de o estudo ter focado em disputas ocorridas de 1985 a 2012, deve ter particular relevância hoje, considerando que a mania de fusões continua. As empresas anunciaram globalmente US$ 2,1 trilhões em transações no primeiro semestre do ano, colocando 2018 a caminho de bater o recorde de US$ 4,1 trilhões de 2007, segundo dados compilados pela Bloomberg.
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Nem mesmo as maiores empresas estão se esquivando de competir por seus alvos. Walt Disney e Comcast, por exemplo, disputam a aquisição dos ativos de entretenimento da 21st Century Fox de Rupert Murdoch no momento. A Disney tem vantagem — graças a um acordo de US$ 71,3 bilhões que já foi aprovado pelos órgãos reguladores dos EUA.
O estudo analisou 112 fusões norte-americanas e 72 fusões internacionais com ofertas concorrentes de pelo menos dois possíveis compradores.
–Com a colaboração de Nabila Ahmed.
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Repórter da matéria original: Cormac Mullen em Tóquio, cmullen9@bloomberg.net
Para entrar em contato com os editores responsáveis: Christopher Anstey, canstey@bloomberg.net, Cecile Vannucci, Naoto Hosoda
©2018 Bloomberg L.P.
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