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SÃO PAULO – O Ibovespa quebrou nesta semana a importante barreira dos 80 mil pontos, levantando em alguns investidores a dúvida de quanto ainda tem fôlego para subir. Para Márcio Appel, um dos mais respeitados gestores de fundos do país, a resposta é simples e agrada quem está (ou pretende ficar) comprado. “Nós não ficaríamos surpresos se a Bolsa [Ibovespa] dobrasse [de valor] nos próximos 12 meses”, afirmou o sócio-fundador da Adam Capital em entrevista ao InfoMoney.
Para Appel, não é preciso muita coisa para que isso vire realidade. Basta que a recuperação econômica continue acontecendo – o que também não depende de eventos políticos, como muitos podem imaginar. “Não acho nem que o cenário eleitoral nem a aprovação da reforma da previdência sejam condições necessárias termos um desempenho bastante significativo da Bolsa”, afirmou. “Todo mundo olha as estatísticas de curto prazo, mas não é isso que define o preço dos ativos no longo prazo”, continuou.
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Appel lembra que a queda de juros, por exemplo, já estava sendo esperada por ele e sua equipe há um bom tempo, antes do mercado começar a apostar nisso. “Falávamos que os juros iriam abaixo de 7% a.a há dois anos. A reforma da previdência não passou e mesmo assim teremos os juros abaixo dos 7%”, exemplifica.
Na opinião do gestor, o cenário de juros norte-americanos também não deve ter uma influência direta no mercado acionário brasileiro este ano. “Não acreditamos que os EUA terão uma alta de juros ‘explosiva’”, afirmou. Ainda assim, a gestora tem posições no mercado internacional que refletem suas expectativas de uma aceleração maior da inflação nos EUA. “A gente não acha que isso vai ser suficiente para descarrilhar o processo de recuperação aqui, até porque esse movimento vem com uma economia americana forte. Mas esperamos aproveitar dos dois movimentos, tanto de aumento de juros nos EUA quanto de alta da Bolsa no Brasil”, revela.
Na opinião dele o real também tem espaço para valorizar pelo menos 10% ante o dólar.
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Fundo vai fechar
Os bons resultados do ano passado e o histórico vencedor de Appel têm atraído cada vez mais investidores. O fundo multimercado Adam Strategy completou 6 meses de vida em janeiro com uma rentabilidade acumulada de 9,85%, o que equivale a 242,6% sobre o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) do período. A rentabilidade ficou à frente do Adam Macro, primeiro fundo lançado pela gestora ao público (e que está fechado há um ano) e também superou os ganhos do Advanced, fundo destinado apenas a investidores qualificados e que também está fechado.
Até metade de janeiro, o Strategy já tinha um patrimônio líquido de R$ 5,6 bilhões e deve fechar quando atingir a casa dos R$ 10 bilhões. “Esperamos chegar nesta marca entre o final de março e início de abril. Mas pode ser antes”, diz.
Após o fechamento do fundo máster, a ideia é abrir outros fundos que repliquem a mesma estratégia, mas que tenham uma carência de resgate maior. “Vamos possivelmente passar para D-60 e depois D-90 ao longo do tempo”, diz. A carência atual é de 30 dias após o pedido de resgate.
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