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SÃO PAULO – 63 minutos de entrevista que valem por centenas de horas de estudo sobre o mercado de ações. O InfoMoney tem o prazer de publicar um dos maiores relatos já registrados com Luiz Barsi Filho, considerado por muitos o mais vitorioso investidor da bolsa brasileira.
A conversa abordou desde quando Barsi conheceu a bolsa de valores, lá nos anos 60, até os investimentos de sucesso que fizeram dele uma das figuras mais admiradas do País quando o assunto é mercado de capitais.
Desde seu início na bolsa, Barsi sempre adotou uma estratégia focada em montar o que ele chama de “Carteira de Previdência”, que basicamente consiste em comprar ações de empresas sólidas, com bom histórico de pagamentos de dividendos e, de preferência, a um preço bem atrativo. Para isso, duas qualidades são fundamentais: “paciência e disciplina”, diz ele.
A entrevista foi dividida em 7 vídeos (confira abaixo as perguntas respondidas em cada bloco). Destaque para o 6º vídeo, onde ele responde qual foi o melhor investimento que ele fez nestes quase 50 anos atuando no mercado acionário.
No último bloco, Barsi revela qual é o legado que gostaria deixar aos brasileiros: “mostrar que existe um caminho para alcançar um bom resultado na bolsa”. Certamente ele é a prova viva disso.
Confira abaixo a entrevista completa com Luiz Barsi:
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Bloco 1 – Quando você começou a investir em ações?
– Iniciou no mercado perto dos 30 anos. Era auditor; começou a se interessar por ações na década de 60
– Já naquela época, percebia a necessidade de montar a própria aposentadoria, e viu no mercado de ações essa alternativa
– Explicação do trabalho elaborado por ele na época, chamado “Ações Garantem o Futuro”
– Conta sobre investimentos na Cesp, Banco Bandeirantes, Banco Noroeste, Camargo Corrêa, entre outras.
Bloco 2 – Como foi sua trajetória quando você entrou no mercado financeiro?
– Se informar naquela época era mais difícil, mas minha formação em contábeis ajudou a entender mais sobre empresas
– Escrevia artigos semanais no Diário Popular entre 1970 e 1988 sobre Mercado de Capitais. Dava recomendações, visitava empresas etc
– Casos contados: Randon e Taesa/Cemig
Bloco 3 – De onde você tirou os conceitos do “método Barsi” de investir? E se você tivesse entrado na bolsa hoje, usaria os mesmos conceitos que utilizou lá nos anos 70?
– Eu fui um dos precursores dessas análises de mercados. Abriu-se uma janela para o serviço de analistas de investimentos, mas eu nunca me interessei.
– “Sempre tive na minha cabeça que eu tinha que ser parceiros de grandes projetos, e não dono de pequenos negócios”
– Eu criei essas estratégias lendo Warren Buffett; ele teve muita sorte, mas sempre conseguiu fazer com que a bexiga não chegasse perto do alfinete
– O importante é que você entre no mercado de ações para construir uma carteira de previdência. Se você sentimentalizar o objetivo da parceria e incorporar essa filosofia, você vai adiante.
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Bloco 4 – Banco do Brasil, Vale e Eletrobras foram três investimentos recentes que te deram ótimos resultados. O que te fez concluir que cada uma delas era uma oportunidade?
– Eletrobras: despencou depois da MP 579 da Dilma Rousseff em setembro de 2012; acreditávamos que uma hora ela ia se recuperar, mas foi mais rápido do que imaginávamos
– Banco do Brasil: chegou a pagar R$ 2/ação em dividendos em 2015, valendo R$ 12,90 na bolsa e com valor patrimonial de R$ 30/ação; estava muito barato, analisamos que alguma coisa iria acontecer.
– Vale: balanço de 2015 trouxe uma série de ativos podres provisionados; analisamos que com a limpeza do balanço, os resultados poderiam ser mais generosos em 2016. E isso aconteceu.
– Dois fatores fundamentais para ter sucesso nestes investimentos: paciência e disciplina. Se você comprar ações por 30 anos, é inevitável que você ganhará bastante dinheiro.
– 3 regras básicas para ganhar dinheiro na bolsa: i) nunca coloque em bolsa o dinheiro que você pode usar por necessidade; ii) compre empresas bem fundamentadas, nunca compre uma dica; e iii) nunca venda por necessidade
Bloco 5 – Por que o mercado de ações não decolou no Brasil?
– Educação financeira inadequada, falha de comunicação dos órgãos reguladores e custos altos
– Governo deveria facilitar que empresas acessem o mercado de ações, ao invés de ficar “dando janela” para fundos venderem participações em empresas
– História do “decreto lei 157” (década de 60), que visava isentar o imposto de renda para investir em ações
Bloco 6 – Qual foi o grande trade da sua vida na bolsa?
– Santander (SANB4) em 2007/2008; comprei as ações a R$ 0,11
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Bloco 7 – Qual legado você quer deixar para o investidor brasileiro?
– Hoje existem muito mais informações, mas é necessário que o cidadão se conscientize de que ele precisa criar uma renda mensal futura
– O legado que eu quero deixar é mostrar que existe um caminho para alcançar um bom resultado na bolsa. Eu sou a prova disso.