Publicidade
As ações do GPA (PCAR3) registraram nova sessão de ganhos nesta quinta-feira (7), em sequência a rumores sobre uma possível saída do seu principal acionista – o grupo Casino – e encontro com investidores. Ao final do pregão, o papel subiu 2,51%, a R$ 4,08, ampliando a alta semanal para quase 16%.
Na véspera, a diretoria executiva se reuniu com analistas e investidores, quando o CEO do grupo, Marcelo Pimentel, reforçou a evolução das iniciativas para reestruturação da empresa e o compromisso com aumento de rentabilidade e redução da alavancagem.
No evento, a administração abordou principalmente pontos relacionados à receita, como foco na gestão de sortimento e na redução das quebras de produtos para impulsionamento de crescimento, e aos clientes, que motivaram grandes investimentos para melhora de NPS (que, de fato, demonstrou avanço em todas as áreas).
Continua depois da publicidade
GPA detalha ações
“Melhorias na experiência da loja foram o foco principal nos principais banners do GPA, enquanto a administração vê potencial de crescimento de unidades, especialmente para o formato de proximidade”, considera o Morgan Stanley.
Sobre a atuação digital, a descontinuação do aplicativo James Delivery e a transferência das operações online para lojas levou ao aumento no nível de serviço e redução de custos logísticos, além de dias de inventário.
Com as alterações, a operação digital alcançou margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) positiva de um dígito médio, em comparação com a margem negativa anterior. O grupo reforçou a projeção de margem Ebitda ajustada de 8 a 9% para ano que vem.
Continua depois da publicidade
A rentabilidade da companhia foi abordada com a expectativa de redução de R$ 130 milhões nas despesas administrativas, com medidas de ajuste de tamanho, e de R$ 230 milhões com a implementação da iniciativa de Orçamento Base Zero (OBZ) em 2023.
Outros pontos que poderão impulsionar a margem bruta são as negociações com fornecedores e melhor precificação.
A administração também destacou que o fortalecimento com fornecedores poderá garantir melhor rentabilidade, assim como o crescimento contínuo de produtos frescos unido às iniciativas de rótulos próprios.
Continua depois da publicidade
“Para o futuro, a administração permanece comprometida com o aumento contínuo da penetração de perecíveis e destacou um foco em produtos prontos para consumo nas lojas (incluindo frutas e legumes processados) e um programa de assinatura online para FLV (frutas, legumes e vegetais)”, considera o Morgan Stanley.
Sortimentos
O BBI destacou, em sua análise, que a gestão também pretende expandir o sortimento de produtos frescos na plataforma digital.
“Além disso, a GPA utilizará produtos de marca própria para aumentar a frequência e a rentabilidade, pois os clientes que compram rótulos próprios visitam as lojas 2,4 vezes mais do que os clientes que não o fazem”, destaca o BBI.
Continua depois da publicidade
Sobre a atual alavancagem, o GPA informou que considera a trajetória como “descrescente”. A expectativa de redução se baseia em melhorias operacionais e no programa de venda de ativos, considerando cerca de R$ 850 milhões em fluxo de caixa oriundos da venda tanto da Éxito quanto da Cnova.
Além disso, há consideração de receitas adicionais da execução de outras vendas de ativos, como a monetização do imóvel da sede e também a venda de postos de gasolina.
Recomendação neutra e estimativas revisadas
Mesmo com as demonstrações consideradas positivas, as análises se mantém cautelosas em relação às ações, em especial considerando a atual velocidade de crescimento de vendas e recuperação das margens.
Continua depois da publicidade
A classificação dos papéis é Neutra, com preço-alvo estabelecido em R$ 4,50 tanto para o Morgan Stanley quanto para o Bradesco BBI.
Para o banco estrangeiro, o preço alvo foi reduzido dos R$ 5,00 considerados anteriormente e os resultados do terceiro trimestre motivaram a redução de previsões do Ebitda em 4% para 2024, com margens líquidas projetadas para -1,9% em 2024 (-1,2% anteriormente).
“Nossa receita estimada para 2023 permanece amplamente inalterada, enquanto ajustamos nossas vendas projetadas para 2024 em -5% devido a previsões mais baixas. Com uma leve redução nos custos operacionais, a margem Ebitda ajustada é revisada em +10 pontos-base para 6,2% em 2023 e +10 pontos-base para 8,1% em 2024”, considera.
As expectativas de prejuízo líquido para a companhia também se alteraram para R$ 390 milhões negativos contra os R$ -260 milhões estimados antes.
“Vemos a avaliação da GPA de 4,6x EV (valor da companhia)/Ebitda para 2024 como justa, dada a alta execução de riscos ainda embutidos em nossas estimativas e nas estimativas do consenso, enquanto o desconto atual de cerca de 30% para Grupo Mateus (GMAT3) é considerado justo”, reforça o BBI.
Planilha
Resultados do 3º trimestre
Acesse gratuitamente a planilha secreta do InfoMoney para acompanhar a temporada de balanços. Clique no link abaixo para receber a sua por email.