Facebook (FBOK34), agora Meta, perde mais de US$ 230 bi em valor de mercado em pior sessão de sua história

Atualmente denominado Meta, Facebook teve lucro 8% menor no trimestre; previsão para 1º trimestre foi revisada para baixo

Equipe InfoMoney

Fonte: Chesnot/Getty Images
Fonte: Chesnot/Getty Images

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O Facebook (FBOK34), atualmente denominado Meta, reportou um lucro líquido de US$ 10,285 bilhões no balanço do quarto trimestre do ano passado, ganhos 8% inferiores aos reportados no mesmo intervalo de 2020, de US$ 11,219 bilhões.

Dessa forma, o lucro por ação somou US$ 3,67, abaixo do esperado pelo consenso da Refinitiv, de US$ 3,84.

Por sua vez, a receita líquida somou US$ 33,67 bilhões, resultado, neste caso, acima do projetado, de US$ 33,4 bilhões.

Ações do Facebook (FBOK34) desabam

Com os resultados sendo considerados fracos, as ações da companhia já reagiram no pós-mercado ontem em Wall Street com forte queda, em baixa de mais de 20%. No pregão regular de quarta-feira, as ações tinham avançado 1,25% na Nasdaq.

Já nesta quinta, os papéis fecharam em baixa de 26,39%, a US$ 237,76. A ação teve a sua maior queda em um dia de sua história na bolsa, à frente da derrocada de 19% observada em julho de 2018; a companhia estreou na Nasdaq em 2012. A queda desta quinta-feira reduziu em mais de US$ 230 bilhões seu valor de mercado, para cerca de US$ 661,4 bilhões.

A CNBC aponta que empresa emitiu uma orientação decepcionante para o 1º trimestre, além de ficar aquém na linha do lucro e no número de usuários do quarto trimestre.

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O número de usuários ativos diários recuaram no quarto trimestre frente o trimestre imediatamente anterior, no primeiro recuo trimestral registrado.

Em termos de receita, a orientação para o primeiro trimestre, é de um intervalo de US$ 27 bilhões a US$ 29 bilhões, frente expectativa de de US$ 30,15 bilhões, segundo a Refinitiv.

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“Esperamos que nosso crescimento ano contra ano no primeiro trimestre seja impactado por ventos contrários tanto no crescimento de impressões quanto de preços”, escreveu a empresa no comentário que acompanha o balanço.

Do lado das impressões, a empresa projeta tanto aumento de concorrência quanto de tempo das pessoas quanto à mudança do engajamento em seus aplicativos para superfícies de vídeo como Reels, que geram receita a taxas mais baixas do que Feed e Stories.

Pelo lado dos preços, a expectativa é de que o crescimento seja impactado negativamente por alguns fatores, entre eles, os desafios macroeconômicos após um ano de forte demanda, por conta de custos e interrupções na cadeia de suprimentos, o que afeta os orçamentos dos anunciantes.

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Em suma, a empresa afirmou que está sendo atingida por uma combinação de fatores, incluindo mudanças de privacidade no iOS da Apple (AAPL34) e desafios macroeconômicos, além de culpar o crescimento abaixo do esperado em parte pela inflação e pelos problemas da cadeia de suprimentos que estão afetando os orçamentos dos anunciantes.

Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook e principal acionista da empresa, disse em conferência após os resultados que a empresa está investindo pesadamente no Reels. Contudo, aponta a XP, embora o Reels esteja ganhando força, a competição com o Tik Tok é acirrada, uma vez que a plataforma concorrente vem apresentando um crescimento extremamente acelerado.

Dados do Sensor Tower apontam que nos últimos dois anos, enquanto o Facebook e Instagram contribuíram juntos 45% do crescimento total de tempo gasto em aplicativos de redes socais, o Tik tok contribuiu com 60%. “Contudo, uma parte do mercado é otimista com o progresso do Reels, uma vez que a empresa conseguiu inovar no período de 2017-2018 com o sucesso dos stories que acabou se revertendo em uma fonte de receita para a companhia”, aponta a XP.

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Mais dados operacionais do Facebook

Em termos de impressões de anúncios entregues no quarto trimestre, a empresa reportou um aumento de 13% na comparação anual e um alta de 6% no preço médio por anúncio.

Ao longo de 2021, as impressões de anúncios aumentaram 10% ano a ano e o preço médio por anúncio aumentou 24%.

Segundo a empresa, a partir do quarto trimestre de 2021, haverá o reporte dos resultados financeiros com base em dois segmentos: família de aplicativos, o que inclui Facebook, Instagram, Messenger, WhatsApp e outros serviços; e de “reality labs”, o que inclui hardware, software e conteúdo de consumo relacionado à realidade aumentada e virtual.

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Ação barata?

Em relatório, a XP ressalta que a  Meta está passando por uma desaceleração significativa no crescimento da receita proveniente de anúncios e no número de usuários do Facebook, enquanto embarca em uma transição cara e ainda incerta de longo prazo para o Metaverso.

A competição do Tik Tok e as mudanças no iOS da Apple poderão exercer um impacto significativo sobre os negócios da em 2022, visto que o Reels ainda tem um grande caminho a percorrer até a monetização.

Mas, avaliam os analistas, a empresa que já negociava com um múltiplo de P/L (preço sobre o lucro) mais baixo que as FAAMG’s – acrônimo para as grandes empresas de tecnologia americanas Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Google- tornou-se ainda mais “barata”.

“Considerando o vasto histórico de sucesso do Facebook em implementar novas ferramentas dos concorrentes em suas plataformas, a sua robusta base de usuários e a grande presença de seus aplicativos no cenário das redes sociais, a desaceleração apresentada na última divulgação de resultados pode ainda ser revertida e traduzida em uma oportunidade para os investidores. Estes fatores podem ainda ser alinhados com as novas frentes de monetização futuras provenientes dos investimentos do metaverso”, avalia a XP.

A Levante também destaca que, embora o resultado não tenha sido empolgante, enxerga que alguns catalisadores permanecem intactos no longo prazo, como exemplo a receita do metaverso e inteligência artificial que fazem parte da receita de Reality Labs e que atingiram US$ 877 milhões contra 558 milhões no quarto trimestre de 2020.

“Em linhas gerais, empresas de crescimento (growth) sacrificam uma compressão de margens e até redução do mesmo e do lucro no curto prazo, em prol de um crescimento acelerado no futuro. Desta forma, apesar do impacto negativo no curto prazo no preço das ações do Meta (FB), acreditamos que o Facebook continuará sua trajetória de crescimento no longo prazo’, avaliam.

Após os resultados, o Morgan Stanley cortou o preço-alvo para as ações da Meta de US$ 395 para US$ 360 (um potencial de alta de 11% em relação ao fechamento da véspera), mas manteve recomendação overweight (desempenho acima da média do mercado) para os ativos.

Os analistas avaliam que a incerteza no curto prazo é alta, mas veem a ação sendo negociada a múltiplos baixos e estão otimistas com a capacidade de execução da empresa em meio aos desafios.

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