Ações de Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) caem forte com resultados ruins da rival americana Tyson Foods

Papéis da BRF também tiveram forte baixa, mesmo operando em segmento um pouco distinto; cenário reforça números mais fracos para brasileiras no 4T22

Equipe InfoMoney

BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) se destacam entre altas do Ibovespa
BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) se destacam entre altas do Ibovespa

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As ações de frigoríficos, com destaque para a Marfrig (MRFG3), tiveram um dia de queda na B3 após a divulgação dos dados do quarto trimestre da rival dos EUA Tyson Foods. A companhia americana teve resultado trimestral abaixo do esperado e cortou as projeção de margens operacionais, o que afeta expectativas para os números das empresas brasileiras que têm operação importante naquele país. Os papéis da Tyson fecharam em queda de 4,62%, a US$ 61,07, na Bolsa de Nova York.

Já as ações da Marfrig caíram 6,75%, a R$ 7,18, enquanto JBS (JBSS3) teve baixa de 2,89%, a R$ 19,12; já  BRF (BRFS3) recuou 7,24%, a R$ 7,17. Minerva (BEEF3), por sua vez, registrou baixa bem menos expressiva, de 0,59% (R$ 13,48).

A Tyson Foods não atingiu as estimativas de Wall Street para o seu lucro trimestral e cortou suas expectativas para as margens operacionais este ano diante da queda nos preços da carne bovina e da demanda menor por carne suína.

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Um ano antes, os lucros da Tyson subiram devido ao aumento dos preços da carne e à forte demanda. Diante da alta inflação, alguns consumidores reduziram seus gastos e mudaram para tipos mais baratos de carne, como hambúrgueres em vez de bifes.

As vendas subiram 2,5%, para US$ 13,26 bilhões, nos três meses encerrados em 31 de dezembro, abaixo da estimativa média dos analistas de US$ 13,52 bilhões, segundo dados do IBES Refinitiv. O lucro ajustado de US$ 0,85 por ação ficou muito abaixo das expectativas de US$ 1,34 por ação.

Os resultados foram “ruins em todos os aspectos”, disse o Credit Suisse em nota.

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No negócio de carne bovina da Tyson, seu maior segmento, as margens operacionais encolheram para 3,5%, ante 19,1% no ano anterior. Os preços médios da carne bovina caíram 8,5%, em comparação com um aumento de quase 32% no ano anterior, segundo a empresa.

Os preços médios da carne suína da Tyson subiram 1,4% no último trimestre, enquanto os volumes de vendas caíram 7,4%. A empresa reduziu sua perspectiva de margens operacionais ajustadas em carne suína para 0% a 2% no ano fiscal de 2023, de uma previsão anterior de 2% a 4%.

A Tyson reduziu sua perspectiva de margens operacionais em seu negócio de frango para 2% a 4%, de 6% para 8%, embora os preços tenham subido 7,1% no último trimestre.

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O JP Morgan disse que ficou “surpreso com a magnitude dos ganhos perdidos e das reduções de orientação”.

Analistas de Wall Street também disseram que os preços do frango estão com tendência de queda.

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Em relatório sobre as perspectivas para os resultados do quarto trimestre de 2022, a Genial destacou que, durante 2021 e a maioria de 2022, o setor de alimentos teve sua geração de caixa impactada positivamente pelo ciclo do gado em momento favorável nos EUA e câmbio desvalorizado. Para 4T22, o cenário é diferente – observando a virada do ciclo no mercado americano e maior pressão nas margens dos frigoríficos com operações relevantes no país, principalmente de JBS e Marfrig.

“Com o preço de grãos em patamares elevados e aumento do custo do gado, devemos observar compressão nas margens operacionais, o que deve se refletir em menor geração de caixa e consequentemente menor distribuição de proventos”, avalia.

Já para as empresas com produção concentrada na América do Sul, o cenário é o oposto – os analistas da casa esperam maior disponibilidade de gado e custos mais atraentes, fatores que, por consequência, devem contribuir para uma maior geração de caixa, sendo a Minerva a principal a se beneficiar desse cenário.

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(com Reuters)