Ações de construtoras ganham até 8% com melhora das expectativas para setor

Segmento de média renda ainda enfrenta ventos contrários, mas construtoras experientes podem contornar cenário desafiador

Felipe Moreira

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Após um longo período, analistas do Credit Suisse acreditam que é hora das construtoras voltarem ao radar dos investidores. Refletindo as novas expectativas, as ações de Cyrela (CYRE3) dispararam 8,15% no pregão desta quarta-feira (28), enquanto as ações de MRV (MRVE3) subiram 7,52%, seguidas por Even (EVEN3), + 4,35%; Direcional (DIRR3), +3,07%; e EzTec (EZTC3), 2,79%.

“É muito cedo para confirmar se o cenário macro ficou positivo, mas se a tendência de queda nas taxas de longo prazo se acentuar, esperamos que as ações tenham uma reavaliação significativa e os investidores não vão querer perder”, comenta o banco, em relatório.

O Credit ressalta sua preferência pelo segmento de baixa renda, pois o vê como uma alternativa de hedge (proteção) dos resultados eleitorais e deve se beneficiar dos ventos favoráveis ​​dos ajustes no programa Casa Verde e Amarela (CVA).

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Segundo relatório, o programa habitacional do Brasil está protegido dos resultados das eleições e provavelmente será estimulado por ambos os candidatos, como no passado, tornando as construtoras de baixa renda uma alternativa atraente para o curto/médio prazo.

Em relação ao segmento de média renda, a equipe de research ainda enxerga ventos contrários, mas espera que construtoras experientes com um forte pipeline de lançamentos e know-how comercial poderiam contornar o cenário desafiador com vendas e rentabilidade razoáveis.

Além disso, segundo Credit Suisse, os custos, que têm sido uma das principais preocupações do setor, começaram a esfriar, abrindo espaço para que a tendência de queda das margens se amenize.

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Tendência de queda nas taxas de longo prazo

O Banco Central manteve a Selic em 13,75% após 12 altas consecutivas, potencialmente encerrando o ciclo de aperto monetário no Brasil. “Embora possa ser muito cedo para definir as perspectivas macroeconômicas, os dados de deflação têm sinalizado que novos aumentos nas taxas podem ser desnecessários, o que sustenta uma tendência de queda nas taxas de longo prazo”, explicam analistas.

Com base na correlação de 88% entre ações e taxas futuras, o banco acredita que é hora dos investidores adicionarem as construtoras de volta aos seus portfólios.

Credit Suisse eleva Cyrela e Direcional para outperform

O banco suíço elevou Cyrela para outperform (equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 21 (a ação fechou esta quarta-feira em R$ 17,38), apesar da visão cautelosa para o segmento.

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Isso porque enxerga a Cyrela como a melhor posicionada em relação aos pares para alcançar bons números de vendas e rentabilidade, e considerando a liquidez das ações, o que pode atrair investidores estrangeiros, caso tenha uma entrada no mercado de ações do Brasil.

Mesmo que o ambiente macro ainda apresente riscos relevantes, tanto internos quanto externos, o Itaú BBA diz enxergar uma “assimetria positiva para a Cyrela, uma vez que há: a) um prêmio de risco significativo implícito na curva de juros; e b) pouco espaço para maior deterioração do microambiente”.

Credit Suisse também atualizou Direcional para outperform, com preço-alvo de R$ 21 (a ação fechou esta quarta em R$ 15,46), pois espera que a construtora entregue números de retorno sobre patrimonio líquido (ROE, na sigla em inglês) fortes por meio de operações resilientes e sua avaliação justa sendo 2,3x P/BV.

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Além disso, analistas do banco suíço reforçam avaliação outperform para MRV e mantêm classificação neutra para Ez Tec e Tenda.

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