Ações de bancos regionais dos EUA caem pelo 2º dia seguido e reacendem temor no mercado

A venda frenética de ações bancárias reacendeu temores sobre instituições financeiras regionais, embora muitos analistas e investidores tenham dito que os problemas do NYCB eram, em sua maioria, específicos do banco

Reuters

Agência fechada do New York Community Bank em Nova York 31/01/2024 REUTERS/Mike Segar
Agência fechada do New York Community Bank em Nova York 31/01/2024 REUTERS/Mike Segar

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WASHINGTON (Reuters) – Uma liquidação de ações de bancos regionais dos Estados Unidos continuava nesta quinta-feira, somando-se às perdas do dia anterior, quando o New York Community Bancorp chocou o mercado ao relatar problemas em seu portfólio de imóveis comerciais, renovando temores sobre a saúde do setor.

O índice bancário regional KBW perdia 4,8% depois de registrar sua maior baixa em um único dia desde o colapso do Signature Bank em março do ano passado. Ele estava a caminho de sua maior queda percentual em dois dias desde junho de 2020. Já o índice bancário do S&P 500 também cedia quase 2,7%.

As ações do NYCB perdiam outros 13,4% de seu valor e eram negociadas a 5,60 dólares. Os papéis registraram uma queda recorde de 37,6% em um único dia na quarta-feira, de acordo com a LSEG.

A venda frenética de ações bancárias reacendeu temores sobre instituições financeiras regionais, embora muitos analistas e investidores tenham dito que os problemas do NYCB eram, em sua maioria, específicos do banco.

“As instituições financeiras precisam reavaliar urgentemente suas carteiras e explorar opções alternativas de financiamento — ou correm o risco de serem atingidas por uma nova crise”, disse Martin Rauchenwald, sócio da empresa de consultoria de gestão Arthur D. Little.

A compra do Signature Bank pelo NYCB, juntamente com a aquisição do Flagstar Bank em 2022, elevou seus ativos acima do limite regulatório de 100 bilhões de dólares, que está sujeito a requisitos mais rigorosos de capital e liquidez.

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O NYCB prevê uma receita líquida de juros em 2024 entre 2,8 bilhões de dólares e 2,9 bilhões de dólares, cujo ponto médio está abaixo dos 2,88 bilhões de dólares que os analistas esperavam, de acordo com dados da LSEG.

O analista do JPMorgan Steven Alexopoulos manteve sua recomendação de “overweight” para as ações da NYCB e disse que continua sendo a “principal escolha da corretora para 2024”.

“Vemos os problemas que afetam o NYCB como sendo específicos da empresa, com pouca repercussão nos bancos regionais mais amplos. Em nossa opinião, a liquidação do NYCB foi exagerada e as ações estão prontas para se recuperar substancialmente”, disse ele.

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Entretanto, a Moody’s colocou suas classificações do NYCB em revisão para um rebaixamento que poderia levar o banco para o “junk territory”.

Uma possível dor de cabeça para os bancos regionais é sua exposição ao problemático setor de imóveis comerciais, que tem estado sob pressão devido aos altos custos de empréstimos e ao trabalho remoto.

O prejuízo do NYCB no quarto trimestre foi impulsionado por uma provisão de 552 milhões de dólares para perdas de crédito, parte da qual foi alocada em sua carteira de imóveis comerciais, onde o banco mencionou especificamente dois empréstimos, um para escritórios e outro para cooperativas.