Ações de Azul e Gol sobem mais de 15% na sessão, mas desabam na semana; Petrobras cai novamente com petróleo

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (20)

Lara Rizério

(Shutterstock)
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SÃO PAULO  – A preocupação com o coronavírus continua rondando os mercados financeiros e, após os mercados buscarem alta, a sessão caminha para um desfecho de queda nesta sexta-feira novamente,  com as ações dos bancos centrais e governos pelo mundo para conterem o impacto da Covid-19 pelo mundo sendo ofuscadas pelos temores renovadas do impacto da doença na economia global.

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), contudo, foram as maiores altas do índice nesta sessão, com altas respectivas de 15,29% e 16,48%, chegando a registrar fortes altas de mais de 40% no intraday, mas amenizando os ganhos. Na semana, elas não escaparam de ser uma das maiores quedas da semana, com a Azul em baixa de 44,15% e a Gol em queda de 34,83%.

Elas têm sofrido muito na bolsa em meio ao impacto do coronavírus em suas operações e levando a anúncio de corte de custos e redução nas jornadas e salários. Soma-se a isso o cenário de alta do dólar, que vem impactando fortemente os custos das companhia.

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A Petrobras (PETR3;PETR4) tinha uma nova sessão de alta, com ganhos de 7% para os ativos ON e de 9% para os PN, mas sucumbiu às perdas do petróleo, em meio às medidas cada vez mais restritivas de circulação afetando a demanda já mais fraca por conta da desaceleração global.

Além disso, o petróleo desabou sem haver um acordo entre Arábia Saudita e Rússia para acabar com a guerra de preços que levou a commodity a uma perda de mais da metade de seu valor de mercado desde que a crise começou. Apesar de Trump ter afirmado que poderia intervir, nada foi feito ainda. O barril do WTI despencou 11%.

Já a Petrobras informou nesta sexta que adiará o recebimento de ofertas vinculantes nos processos de venda de refinarias em função das medidas de prevenção ao coronavírus.

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Entre as maiores quedas da semana, estiveram também as ações da Eletrobras, com baixa de cerca de 40% na semana, com a privatização devendo ser postergada para 2021.

As maiores altas da semana ficaram com ativos do Carrefour (CRFB3), com alta de 18,01%, RD (RADL3), com ganhos de 7,02%, Rumo (RAIL3), com valorização de 5,50%, Pão de Açúcar ([ativo=PCAR4]), com alta de 2,64%. No caso de supermercados e farmácias, eles estão abertos por serem serviços essenciais e têm registrado aumento pontual no fluxo por conta da ida das pessoas a esses pontos de venda para comprar alimentos e remédios.

Confira:

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Cyrela (CYRE3)

A construtora e incorporadora Cyrela publicou balanço na noite de ontem e informou que obteve um lucro líquido de R$ 149 milhões no quarto trimestre de 2019, uma expansão de 28,5% sobre igual período de 2018. No ano inteiro de 2019, a Cyrela teve lucro líquido de R$ 415,8 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 84,4 milhões em 2018.

A empresa informou que o resultado do ano passado melhorou por causa de R$ 18 milhões relativos à sua participação na construtora Cury, e do lucro vindo das ações da Cyrela Commercial Properties, sua empresa administradora de shopping centers. A receita líquida da Cyrela recuou 7,4% no quarto trimestre do ano passado, sobre igual período de 2018, para R$ 1,2 bilhão. Mas no ano inteiro a receita líquida avançou 24,9% sobre 2018, para R$ 3,93 bilhões. A empresa informou que encerrou 2019 com uma dívida líquida de R$ 851 milhões. A Cyrela declarou que pagou dividendos de R$ 400 milhões aos acionistas no ano passado.

Vale (VALE3)

A mineradora Vale comunicou na noite de ontem que manterá aberto o terminal marítimo de Teluk Rubian, na Malásia. O avanço do coronavírus no país asiático levou a empresa a estudar o fechamento do terminal a partir do dia 21. “Com base em comunicações e em nossas discussões com autoridades e agências locais e nacionais, a Vale considera que pode continuar operando o terminal”, informou a empresa brasileira. O terminal é usado como ponto de embarque de minério de ferro na região da Península Malaia.

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Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner comunicou na noite de ontem que fechará temporariamente, a partir de hoje, todas as suas no Brasil, em shopping centers ou nas ruas. Segundo a varejista, o objetivo é evitar a exposição dos funcionários e consumidores ao coronavírus. Os funcionários da área administrativa da Renner continuarão trabalhando em home office. As Lojas das bandeiras Camicado e de outras da Renner também fecharão. “Essas medidas são necessárias para preservar a integridade dos nossos colaboradores, clientes, fornecedores e de comunidade, diante da disseminação do Covid-19, bem como a preservação do negócio”, informou a Renner em comunicado. Na manhã de ontem a empresa informou que fecharia apenas as lojas na Região Metropolitana de São Paulo, mas com o vírus se alastrando, a empresa optou pela medida em todo o país.

Guararapes (GUAR3)

A Riachuelo suspendeu as atividades nas fábricas do Grupo Guararapes em dois estados do Nordeste, em princípio por prazo indeterminado.

A decisão, que passou a valer ontem para o parque fabril de Fortaleza e hoje para o de Natal, é uma das medidas adotadas pela empresa como prevenção ao avanço do coronavírus. Além do fechamento das fábricas, o grupo deu férias coletivas a todos os funcionários do parque fabril.

Segundo a empresa, a ação tem como objetivo “impedir a aglomeração de pessoas no mesmo ambiente, a utilização de equipamentos coletivos e evitar expor seus funcionários a maiores riscos como o uso do transporte público, em que ainda circulam milhares de pessoas por dia”.

A Riachuelo também reduziu o quadro de funcionários em seus escritórios e alterou o horário de funcionamento de lojas, centros de distribuição e centro de atendimento ao cliente.

Multiplan (MULT3)

A Multiplan informou na noite de ontem que fechará todos os seus shopping centers em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília a partir de hoje. A empresa informou que o objetivo da medida é proteger funcionários e consumidores do Covid-19.

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Azul (AZUL4)

Diante da crise com o coronavírus no setor aéreo e a disparada do dólar, a Azul anunciou uma série de medidas para reduzir o custo fixo de suas operações – que representa cerca de 40% do total das despesas operacionais da empresa. O plano de contingência abre espaço para a licença não remunerada – com 600 pedidos aprovados até o momento – e prevê a redução de salário de 25% dos membros do comitê executivo até a normalização da situação.

No plano, foi suspensa também novas contratações, além de terem determinado a postergação do pagamento referente à participação nos lucros e resultados de 2019. O plano aponta para o estacionamento de aeronaves e suspensão de novas entregas de aviões.

Gol (GOLL4)

A Gol Linhas Aéreas anunciou a redução da jornada e salários para funcionários e diretores diante da crise no setor com o coronavírus.

Segundo a empresa, todos os diretores, vice-presidentes e o CEO terão uma redução salarial de 40%, válida para os meses de abril, maio e junho. Já a jornada dos colaboradores internos e aeroviários será reduzida em 35%, assim como as remunerações e benefícios.

A empresa também anunciou a postergação de pagamento de PLR (Programa de Participação nos Lucros e Resultados) 2019 para a partir de agosto de 2020, além da implementação de trabalho remoto para todos os colaboradores de áreas administrativas. Para os aeronautas, a redução de remuneração e jornada também acontecerá, levando em conta as horas de voo que serão adequadas à demanda do período.

“Mais uma vez, a Companhia ressalta que todos esses movimentos são feitos com as informações atualmente disponíveis, e que futuras revisões não estão descartadas”, acrescentou a Gol.

Ânima (ANIM3)

A Ânima Educação informa que desde quinta-feira, 19, 100% da sua base de aproximadamente 140 mil alunos (incluídos Unicuritiba e Unisul) já acompanham as aulas em salas virtuais, a partir de suas casas. A empresa esclarece ainda que este cenário não deve ser confundido com o denominado Ensino à Distância (EAD), em que, por definição da própria norma, profissionais da educação e alunos estão em lugares e tempos diferentes.

Em comunicado ao mercado, a empresa destaca que tem mobilizado esforços desde 9 de março para enfrentar os desafios que se apresentam em razão da pandemia do coronavírus (Covid-19) e que entende “ser primordial, nesse momento de isolamento social, a continuidade das atividades intelectuais”.

Toda a equipe da Ânima está trabalhando remotamente a partir dessa semana, com exceção das times de segurança e manutenção, que adotaram regime de escala. A companhia marcou um webinar para 24 de março, às 10h, onde fará uma atualização sobre a situação.

Grendene (GRND3)

A Grendene resolveu conceder férias coletivas em todas as unidades localizadas no Brasil a partir da próxima segunda-feira (com duração de 21 (vinte e um) dias.

A adoção de férias coletivas pressupõe a paralisação das atividades fabris e administrativas, com restrição de acesso às unidades da companhia.

“A decisão faz parte de uma série de ações preventivas adotadas pela companhia para mitigar o risco de contaminação e preservar a saúde de seus colaboradores, familiares e das comunidades em que está presente.

Diante da incerteza da evolução do Covid-19 e de suas consequências, torna-se muito difícil, neste momento, prever o impacto final que este terá no mercado financeiro e na economia global e, consequentemente, sobre as atividades da Companhia no Brasil e no exterior.

C&A (CEAB3)

A C&A divulgou balanço de 2019 e informou um lucro líquido de R$ 971,9 milhões no ano passado, uma forte expansão de 459% sobre 2018. A varejista de vestuário, que entrou na B3 no ano passado com uma oferta primária de ações, mostrou resultados robustos em 2019. A margem líquida avançou de 3,4% em 2018 para 18,4% em 2019. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), foi de R$ 633,1 milhões em 2019, uma queda de -0,3% sobre 2018.

A margem Ebitda ficou em 12%, praticamente estável em comparação ao ano anterior. A receita líquida avançou 2,8% sobre 2018, para R$ 5,2 bilhões no ano passado.

Segundo a empresa, houve aumento de 4,1% nas vendas das coleções masculina e feminina, o que influenciou positivamente no avanço do faturamento líquido. Já a receita líquida de serviços financeiros, em parceria com a Bradescard, caiu 10%. A C&A destacou dois eventos importantes: a reforma de 149 lojas e a oferta pública de ações na B3, acontecimento que permitiu à empresa liquidar grande parte das dívidas. O investimento nas lojas somou R$ 197 milhões, dos quais R$ 65 milhões na abertura de dez novas unidades.

A abertura de capital aconteceu em 28 de outubro e a C&A afirma que com a captação “liquidou as dívidas de curto e longo prazo, encerrando 2019 com um caixa líquido de R$ 447,1 milhões”. A empresa pagará dividendos de R$ 75 milhões aos acionistas, em data a ser definida na próxima Assembleia Geral da companhia.

Lojas Marisa (AMAR3)

A Lojas Marisa, rede de departamentos voltada ao público feminino, obteve um lucro líquido de R$ 34,3 milhões no quarto trimestre de 2019, revertendo um prejuízo de R$ 38,1 milhões em igual período de 2018. Os resultados da varejista melhoraram no quarto trimestre, mas não o suficiente para salvar o ano inteiro: a Marisa fechou 2019 com prejuízo de R$ 90,9 milhões.

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 85,1% em 2019 sobre 2018, para R$ 190,9 milhões. Já a receita líquida da Lojas Marisa cresceu 12,3% no quarto trimestre de 2019, sobre 2018, para R$ 899,7 milhões. No ano fechado de 2019, a receita líquida avançou 4,5% para R$ 2,89 bilhões.

O endividamento líquido da empresa cresceu de R$ 521,9 milhões no final de 2018 para R$ 814 milhões no final de 2019. A relação dívida líquida sobre o Ebitda cresceu de 1,2 vezes (1,2x) no final de 2018 para 1,9 vezes (1,9x) no final de 2019. O cartão da loja contribuiu para o lucro no quarto trimestre, com uma expansão de 16,2% na receita sobre igual período de 2018, para R$ 69,7 milhões. Outro destaque positivo foram as vendas mesmas lojas, que avançaram 9,5% em 2019. Em dezembro do ano passado, a Marisa realizou um aumento de capital de R$ 550 milhões.

Cemig (CMIG4

A Cemig divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2019 e do ano passado inteiro. A estatal elétrica mineira teve uma queda de 50,6% no lucro líquido no quarto trimestre de 2019, sobre 2018, para R$ 497,5 milhões. No ano inteiro de 2019, contudo, o lucro líquido da Cemig avançou 83,95% sobre o ano anterior, para R$ 3,12 bilhões.

A receita líquida avançou 16,77% no quarto trimestre de 2019, sobre igual período de 2018, para R$ 6,3 bilhões. No consolidado de 2019, a receita líquida cresceu 14,03% para R$ 25,3 bilhões. Segundo a Cemig, o mercado de distribuição de energia elétrica mostrou o melhor desempenho, principalmente no quarto trimestre.

A empresa também obteve um resultado não recorrente, que foi o recebimento de créditos fiscais do PIS-Pasep e da Cofins sobre o ICMS, no valor de R$ 1,4 bilhão. O fornecimento total de energia elétrica em 2019 foi de 55,05 milhões de Megawatts, praticamente estável em comparação a 2018, quando foi de 55,5 milhões de Megawatts. Embora o fornecimento tenha tido leve queda, o preço médio do megawatt-hora subiu de R$ 447,70 para R$ 489,20 em 2019, o que ajuda a explicar o melhor resultado financeiro. O consumo comercial e residencial subiram no ano passado, mas o industrial caiu.

EZTEC (EZTC3)

A construtora paulista EzTec divulgou balanço do quarto trimestre de 2019 e do consolidado do ano passado, mostrando um forte crescimento no lucro líquido. No quarto trimestre de 2019, o lucro líquido cresceu 147% sobre igual período de 2018, para R$ 107,6 milhões. No ano consolidado de 2019, o lucro líquido avançou 188% sore o ano anterior para R$ 281 milhões.

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) também foi robusto, avançando 347% no quarto trimestre de 2019, sobre igual período de 2018, para R$ 92,6 milhões. O Ebitda do ano inteiro de 2019 cresceu 1.932% sobre 2018, para R$ 237 milhões.

A receita líquida da empresa avançou 114% para R$ 308,5 milhões no quarto trimestre de 2019. No consolidado de 2019, a receita líquida da EzTec cresceu 106% sobre 2018, para R$ 804,3 milhões. A construtora informou que encerrou 2019 com R$ 1,2 bilhão de caixa líquido e com um endividamento baixo, de R$ 41,5 milhões. Como destaques para atingir os resultados, a EzTec realizou uma oferta primária bem sucedida na B3, levantando R$ 941 milhões. A EzTec informou ter encerrado 2019 com um estoque de terrenos com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 7,4 bilhões.

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.