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(Bloomberg) – As ações das maiores marcas globais de artigos esportivos despencaram depois que a Nike Inc. anunciou que cortaria empregos em resposta às vendas mais fracas. A Nike afirmou pretende cortar custos em até US$ 2 bilhões, demitindo funcionários e simplificando a linha de produtos devido a uma perspectiva de vendas mais fraca.
As ações caíram 11% no aftermarket (negociações após o fechamento da bolsa) de quinta-feira em Nova York, após um ganho de 4,7% no acumulado do ano. No pregão em Frankfurt na manhã de sexta-feira, a Adidas AG caiu 6,5%, com a Puma SE caindo 4,9%, à medida que os investidores temiam uma desaceleração semelhante nas vendas das rivais europeias da empresa americana.
O diretor financeiro da Nike, Matt Friend, disse em uma teleconferência da empresa que a nova perspectiva reflete um ambiente desafiador, “especialmente na Grande China e na região EMEA”, referindo-se à Europa, Oriente Médio e África. Ele acrescentou que há “indicações de um comportamento do consumidor mais cauteloso ao redor do mundo”.
A gigante americana de artigos esportivos prevê um aumento de cerca de 1% na receita do ano inteiro, após quedas no trimestre atual e um aumento modesto no próximo. “Adotamos uma abordagem mais prudente para o planejamento do restante do ano”, disse o CEO John Donahoe no evento, acrescentando que a Nike está observando níveis mais baixos de crescimento no comércio eletrônico.
Em seu comunicado, a Nike disse esperar despesas de reestruturação de US$ 400 milhões a US$ 450 milhões no trimestre atual, “principalmente relacionadas a custos de rescisão de funcionários”. Friend disse que a empresa está buscando eliminar camadas de gerenciamento.
A receita no trimestre foi de US$ 13,4 bilhões, aproximadamente em linha com a estimativa média dos analistas compilada pela Bloomberg. As vendas na importante região da Grande China ficaram abaixo do esperado, enquanto o lucro por ação superou a estimativa de Wall Street.
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O desempenho regional contrasta ligeiramente com o de rivais da Nike. Em outubro, a Puma citou uma forte demanda na Europa e uma recuperação na China, que compensou um desempenho mais fraco nos Estados Unidos no terceiro trimestre. Em novembro, a Adidas mencionou desafios contínuos nos EUA, incluindo altos níveis de estoque, embora esteja se beneficiando das vendas de mercadorias remanescentes de sua parceria com o rapper Ye.
A Nike busca economizar simplificando suas linhas de produtos, ao mesmo tempo em que aumenta a automação e impulsiona a tecnologia. “Sabemos que em um ambiente como este, quando o consumidor está sob pressão e a atividade promocional está maior, são a novidade e a inovação que fazem o consumidor agir”, disse Friend.
As preocupações dos investidores sobre a China são um foco importante para a empresa de artigos esportivos diante dos temores de uma redução nos gastos do consumidor no país. Até recentemente, durante a teleconferência após o último relatório trimestral, no final de setembro, Donahoe afirmou que a Nike tinha “grande confiança no futuro e no consumidor chinês em nosso segmento”. Os resultados mais recentes podem aumentar as dúvidas sobre uma recuperação.
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Donahoe reiterou a confiança da Nike na China, que tem visto um consumo mais lento em meio a crescente preocupação com as perspectivas econômicas do país.
“A decisão da Nike de cortar até US$ 2 bilhões em custos nos próximos três anos pode trazer mais eficiência e margens mais altas, mas pode pesar nos resultados de curto prazo. A redução de 14% no estoque pode continuar a ajudar a margem bruta, mas a receita pode permanecer em fluxo em meio a uma economia incerta”, diz Poonam Goyal, analista sênior de consumo da Bloomberg Intelligence.
“Nós nos sentimos muito bem em relação à nossa posição na China e à nossa capacidade de competir, e isso não mudou desde 90 dias atrás”, afirmou.
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Em uma área importante, a Nike relatou uma melhoria: a margem bruta no trimestre foi de 44,6%, superior às estimativas dos analistas.
A administração passou grande parte do ano ajustando o estoque após um excesso de mercadorias impedir que novos produtos chegassem às prateleiras das lojas. Os estoques caíram 14%.
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