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Ações da Vale (VALE3) passam por movimento de “acumulação”, com entrada de grandes investidores, aponta análise técnica

Confira as perspectivas para a ação da companhia, com base no modelo de Wyckoff, antes da divulgação dos resultados

Rodrigo Petry

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Às vésperas da divulgação de seus resultados do 3º trimestre, as ações da Vale (VALE3) passam por um movimento de “acumulação”, com o ingresso de grandes players, adquirindo papéis de forma passiva – ou seja, independente das flutuações de preços no curto prazo –, aponta análise técnica, elaborada pela Anova Research, a pedido do InfoMoney.

O estudo se baseia na análise técnica do modelo de Wyckoff, que busca antecipar os passos do mercado com base na estrutura de “acumulação” – período em que investidores institucionais ou grandes players compram ações, enquanto o preço está baixo ou estabilizado – ou “distribuição”, que é o movimento inverso.

“No dia 20 de outubro, após iniciar o dia com um gap de baixa, VALE3 registrou um dos maiores volumes de negociação em curto intervalo de tempo, com mais de um bilhão de reais transacionados entre R$ 63,50 e R$ 62,50, nos primeiros 60 minutos de pregão”, aponta a análise.

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Nesta semana, até as 15h15, do pregão desta quinta-feira (26), as ações da Vale já acumulam alta de 2,65%. Como comparação, mesmo com esses ganhos dos últimos dias, as ações recuam 4,75% e, em 2023, caem 24%.

Dessa forma, é possível observar, do ponto de vista do curto prazo, uma presença “marcante de interesse institucional”. “Essa recorrência fortalece e valida nossa percepção de que Vale, de fato, está em um estágio avançado de acumulação”, diz Paulo Martins, fundador e CEO da Anova Research.

Preços da Vale (VALE3)

Nesse sentido, com base no modelo de Wyckoff, mesmo que possa ocorrer uma queda brusca, nos próximos pregões, da cotação, este movimento seria limitado, abrindo oportunidades de compra.

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Isso traz uma maior atenção ao investidor, sobretudo antes da divulgação dos resultados. Analistas esperaram que a mineradora reporte números sequencialmente melhores, com alta do minério, enquanto custos e questões sobre China serão monitorados.

“Após o balanço, se VALE3 abrir negociando entre R$ 61,50 e R$ 62,50, pretendemos reforçar a posição de position trade, com um stop próximo de R$ 60,00″, destaca.

“Para posições com horizonte de 1 a 6 meses, um stop de proteção é necessário se o ativo negociar abaixo de R$ 60,00, pois isso pode acarretar em uma aceleração de preços para baixo”, acrescenta.

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Enquanto isso, o alvo para o preço da ação, segundo a análise da Anova, é de R$ 79,00, para um período de 1 a 3 meses, e de R$ 105 no médio prazo, entre 6 a 12 meses.

Fonte e elaboração: Anova Research

No gráfico superior, se observa o movimento de grandes players (como fundos de hedge, bancos de investimento e fundos de pensão, que têm a capacidade de influenciar significativamente os preços dos ativos no mercado) emitindo sinais de compra, enquanto participantes menores, “pessimistas”, encerram posições.

“A superação e a manutenção das negociações acima dos R$ 67,50 validaria a tese de que todo o movimento abaixo desse preço nos últimos dias foi uma ‘armadilha’ para induzir participantes de menor poderio financeiro a encerrar suas posições. Dessa forma, a possibilidade de novas quedas a patamares de preço inferiores ficariam substancialmente prejudiciais ou improváveis”, afirma Martins.

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Enquanto isso, no gráfico inferior, está destacado o ponto de “confirmação” das ações da Vale. Ou seja, dentro da projeção da Anova, “o ponto de partida para o início de uma nova tendência de alta para o ativo.”

Mercado chinês

O estudo destaca ainda que, junto com VALE3, se observa no mercado da China “sinais de maior interesse institucional”. “Acreditamos que uma recuperação no mercado chinês pode beneficiar positivamente o fluxo para VALE3 no Brasil”, destaca.

Segundo ele, a China desempenha um papel crucial no ecossistema global e, em particular, exerce uma influência significativa nas operações e na saúde financeira da Vale.

“Observamos que diversos ativos chineses fundamentais estão atualmente em zonas de suporte, exibindo sinais de acumulação e interesse institucional”, acrescentou.

Entre eles, estão Tencent Holdings, Alibaba Group, Meituan Diaping, hina Construction Bank Corp, Ping An Insurance Group, JD.com, Baidu e NIO.

Estes ativos, que compõem uma parte significativa do ETF XINA 11, estão negociando em regiões que, historicamente, foram dominadas pela demanda institucional, aponta a análise.

“A expectativa é que, em um futuro próximo, o mercado chinês entre em um período de recuperação, favorecendo o influxo de capital para VALE3 no Brasil”, finalizou.