Ação da Vale dispara 7% com minério e dados da China, enquanto Petrobras sobe 3%; Ambipar salta 27% em dois pregões

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (14)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força e subiu mais de 1,5% na sessão desta terça-feira (14), com destaque mais uma vez para os papéis da Vale (VALE3, R$ 61,70, +7,03%), com o minério de ferro novamente em alta após os fortes ganhos da véspera.

A commodity negociada em Qingdao com 62% de pureza sobe 0,5%, a US$ 112,40 a tonelada. Os ativos subiram forte, enquanto a holding Bradespar (BRAP4, R$ 40,72, +6,74%) também avançou, assim como CSN (CSNA3, R$ 12,19, +4,46%), Gerdau (GGBR4, R$ 16,60, +2,09%) e Usiminas (USIM5, R$ 7,52, +1,76%).

Atenção ainda para os dados da China. As exportações e importações do gigante asiático avançaram inesperadamente em junho na comparação com o mesmo mês de 2019, refletindo principalmente um aumento nas demandas externa e interna, à medida que o país conseguiu controlar parcialmente a pandemia da covid-19 e alguns países desenvolvidos iniciaram o processo de reabertura.

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A Ambipar (AMBP3, R$ 31,50, +7,51%), que estreou na B3 na última segunda-feira em forte alta de 18,38%, voltou a disparar nessa sessão. Assim, em apenas duas sessões, os papéis subiram 27%.

Os ativos da Cyrela (CYRE3, R$ 26,88, +1,28%), que abriram em queda apesar dos dados operacionais do segundo trimestre serem considerados positivos, viraram para alta.

Já as ações da Petrobras (PETR3, R$ 23,64, +3,46%; PETR4, R$ 22,90, +3,34%) subiram forte seguindo o maior otimismo dos mercados, com ganhos de mais de 3%, apesar do petróleo registrar apenas leves ganhos com os investidores à espera da reunião da Opep+.

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Confira mais destaques:

Cyrela (CYRE3, R$ 26,88, +1,28%)

Em suas prévias operacionais do segundo trimestre de 2020, a Cyrela registrou uma queda de 57,3% nas vendas líquidas na comparação com o mesmo período de 2019, para R$ 818 milhões. No acumulado do primeiro semestre, as vendas somaram R$ 2,175 bilhões, recuo de 26,6%.

Os números mostram uma queda mais acentuada nas vendas de imóveis de alto padrão no trimestre, de 79% na comparação anual. Já na categoria Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a queda foi de 11%. Os imóveis de médio padrão tiveram vendas 63% menores no trimestre.

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De todas as vendas entre abril e junho, 17% foram de estoque de imóveis prontos, 63% de estoque em construção e 21% de lançamentos. A velocidade de vendas de lançamento atingiu 43% no trimestre.

Excluindo as permutas e tomando por base somente a participação da Cyrela nas vendas, o volume ficou em R$ 592 milhões no trimestre, queda de 56%. No semestre, o valor ficou em R$ 1,509 bilhão, recuo de 27,8%.

Os lançamentos da Cyrela somaram R$ 395 milhões no segundo trimestre, recuo de 81,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram cinco empreendimentos. Não foram realizados lançamentos de alto padrão no período. Para o MCMV, houve R$ 250 milhões em lançamentos, queda anual de 42,6%. No semestre, o volume de lançamentos atingiu R$ 2,039 bilhões, recuo de 22,5%.

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O Itaú BBA considerou a prévia operacional da incorporadora como neutra. Para eles, a contração desses números já era esperada devido às medidas de isolamento social. “Pelo lado positivo, as vendas de unidades acabadas foram bastante resilientes, e a empresa conseguiu manter uma velocidade de vendas saudável dos lançamentos, mesmo entre os projetos fora do segmento de baixa renda”, avaliaram.

O Credit Suisse avaliou como positivo o desempenho da Cyrela no trimestre. “O patamar de vendas no segundo trimestre ficou próximo de 80% do patamar pré-Covid. Acreditamos que esta ótima performance pode ser justificada por uma operação bem diversificada”, avaliaram os analistas do banco.

Smiles (SMLS3, R$ 14,49, -1,90%)

A Smiles convocou Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para 20 de agosto a pedido de minoritários. A convocação de assembleia foi aprovada pelo conselho de administração.

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A AGE vai discutir eventual propositura de ação de responsabilidade civil contra membros da diretoria da companhia que celebraram contratos de compras antecipadas de passagens. Acionistas minoritários pedem ressarcimento de R$ 426 milhões pelo acionista controlador, Gol, à empresa.

O Conselho não acatou pedido dos minoritários para que AGE discuta invalidade das compras antecipadas de passagens. Também não foi aceito pedido para AGE deliberar sobre ressarcimento à empresa de cerca de R$ 15 milhões por despesas com consultores financeiros do processo de reorganização societária.

Em 6 de julho, foi aprovada a compra de R$ 1,2 bilhão em passagens aéreas da Gol pela Smiles, o que acirrou a disputa entre os acionistas da empresa de programa de fidelidade.

O Bradesco BBI informou a manutenção das ações da Gol em “outperform” e da Smiles em “neutro”. “Acreditamos que a compra antecipada de passagens aéreas pode tornar o programa de fidelidade mais competitivo”, avaliaram os analistas.

B3 (B3SA3, R$ 61,14, +2,09%)

A B3 divulgou a prévia operacional referente ao mês de junho. O número de investidores ativos chegou a 2,678 milhões, mais do que o dobro dos 1,161 milhão registrados em igual mês de 2019, embora o número de empresas com ações negociadas tenha ficado praticamente estável (390 ante 391).

O volume financeiro médio do mercado de ações foi de R$ 32,473 bilhões, uma alta de 104% em 12 meses.

Os analistas do Credit Suisse lembram que o ambiente de baixa taxas de juros contribui para o desenvolvimento do mercado de ações, dando sustentação a volumes mais robustos. “Neste cenário, a B3 continuará sendo uma das maiores beneficiárias”, avaliaram, reforçando a recomendação de “outperform” para os papéis.

Já o Morgan Stanley ajustou as projeções para a B3. O preço-alvo passou de R$ 45 para R$ 64 e a estimativa de lucro por ação de 2020 foi elevado de R$ 1,66 para R$ 1,96. Para 2021, o lucro por ação subiu para R$ 2,15 (ante R$ 1,76).

“O forte crescimento de volume, melhor alavancagem operacional, Capex estável, menor endividamento e benefícios fiscais devem apoiar a forte geração de caixa e lucratividade da empresa”, avaliaram.

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 22,74, +3,36%)

A BR Distribuidora conseguiu decisão favorável transitada em julgado (quando não há mais recursos) para reaver os valores de PIS/Cofins sobre a base de cálculo do ICMS cobrados entre abril de 2012 e julho de 2020.

A estimativa inicial dos valores de recuperação pela BR Distribuidora é de aproximadamente R$ 376 milhões, que serão reconhecidos como ativo nas demonstrações financeiras do segundo trimestre.

O aproveitamento desse montante como crédito tributário, no entanto, depende de aprovação da Receita Federal.

Lojas Americanas (LAME4, R$ 34,65, +1,46%)

Ocorre nesta terça-feira, após o fechamento dos mercados, a fixação do preço para as ações da Lojas Americanas.

A empresa pretende levantar entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões e parte dos recursos será destinado à B2W, controlada pela varejista.

Triunfo (TPIS3, R$ 1,32, -0,75%)

A Triunfo Participações divulgou na segunda a atualização semanal sobre o tráfego nas rodovias que administra, e entre os dias 03 e 09 de julho, houve queda de 7,8% na comparação com o movimento entre os dias 13 e 19 de março. Na semana anterior, de 26 de junho a 02 de julho, a queda havia sido de 5,1%.

A maior queda na semana foi registrada na Concer, que liga Juiz de Fora (MG) ao Rio de Janeiro, de 11,7%. O menor recuo foi registrado na Transbrasiliana, no interior de São Paulo, de 2%. Na Concebra, que atua no Centro-Oeste até Brasília, a queda no tráfego foi de 8,1%. E na Econorte, no norte do Paraná, a queda foi de 9,5%.

Petrobras (PETR3, R$ 23,64, +3,46%; PETR4, R$ 22,90, +3,34%)

A Petrobras volta a ser elegível a investimentos do Fundo KLP. O fundo norueguês destacou que a companhia fortaleceu significativamente sua governança nos últimos anos, de forma que o risco de corrupção na Petrobras foi “significativamente reduzido”, disse a companhia em nota no seu website.

Ainda no radar da companhia, a Petrobras informou que concluiu os testes em escala industrial para a produção do diesel renovável. Os testes foram realizados na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), onde foram processados 2 milhões de litros de óleo de soja, que foram convertidos em cerca de 40 milhões de litros de óleo diesel com conteúdo renovável.

A estatal informou ainda que o novo combustível traz benefícios ambientais ao reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além de melhorar o desempenho dos motores em comparação ao biodiesel.

Segundo estudos da Associação dos Produtores de Biodesel (Aprobio), em comparação com o biodiesel, a utilização do diesel renovável melhora o desempenho dos motores, evitando problemas como entupimentos de filtros, bombas e bicos injetores.

Os resultados obtidos serão informados à ANP para contribuir para a regulação do produto. O objetivo é atender, em conjunto com o biodiesel já existente, a parcela de biocombustível que deve ser misturada ao diesel comercializado nos postos.

Também no radar, a Petrobras anunciou que reduziu pela metade o tempo e custo de construção de poço no pós-sal após a dotação do conceito “TOTUS” (True One Trip Ultra Slender), que permite simplificar as etapas de construção.

No início de julho, a Petrobras concluiu, em metade do tempo, a construção do poço submarino 7-GLF-49H-ESS, no campo de Golfinho, na Bacia do Espírito Santo, a 100 km de Vitória (ES), que deve entrar em operação em outubro. A construção durou 44 dias ante média de 96 dias. O custo caiu em 50%.

Segundo a Perobras, esse novo conceito, aplicado a campos maduros do pós-sal no período de 2021 a 2025, tem um potencial de redução de custo entre US$ 20 milhões e 35 milhões por poço.

RD (RADL3, R$ 110,15, +0,57%)

A rede de farmácias Raia Drogasil realizou, desde o dia 25 de maio, mais de 100 mil testes rápidos para detecção da covid-19, em 800 de suas lojas espalhadas pelo País, segundo informações do jornal “O Estado de São Paulo”. Ao todo, segundo dados da Abrafarma, associação do setor, foram feitos mais de 196 mil testes em farmácias no Brasil nesse período.

Valid (VLID3, R$ 12,07, -2,19%)

O desembolso inicial pela aquisição de 51% da Mitra é de R$ 9,5 milhões e poderá atingir R$ 17,5 milhões, desde que cumpridas condições previstas no contrato e métricas previamente
estabelecidas, disse a companhia em comunicado.

Com a aquisição, a Valid amplia seu portfólio de produtos e serviços para a vertical de Cidades Inteligentes, com soluções dedicadas à qualificação da gestão pública através da tecnologia
e inclusão digital.

A Mitra fornece sistemas integrados de modernização da gestão municipal, em cidades como São Caetano do Sul (SP), Santo André (SP), Vinhedo (SP), Araraquara (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ).

Suzano (SUZB3, R$ 36,66, +1,66%) e Klabin (KLBN11, R$ 20,40, +1,90%)

Os preços da celulose de fibra curta tiveram queda na semana (-US$ 2,00 a tonelada), para US$ 443,90 a tonelada.

“No longo prazo, acreditamos que os níveis de preço atuais não sejam sustentáveis, na medida em que se encontram há muito tempo abaixo do custo marginal (cerca de US$ 500 a tonelada, em nossa opinião). Adicionalmente, esperamos que uma recuperação da demanda na China seja gatilho para um movimento de recomposição de estoques”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.