Ações da Unidas (LCAM3) sobem mais de 3% após balanço; por fusão com Localiza, empresas buscam comprador para desinvestimento

Diretoria mantém estratégia crescimento visando ampliar margem, enquanto não obtém autorização do Cade para estratégia conjunta com Localiza

André Cabette Fábio

(divulgação)
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As ações da Unidas (LCAM3) fecharam com alta de 3,25%, cotadas a R$ 25,36, no pregão desta terça-feira (22) após divulgar balanço com lucro 40,5% superior na comparação anual, que foi considerado “forte” e “sólido”, por analistas do mercado.

Conforme o Bradesco BBI, a Unidas registrou forte desempenho em Seminovos, embora o RoIC comece a se acomodar. O BBI acrescentou que o Ebitda de R$ 638 milhões ficou em linha com as projeções do banco e 9% abaixo do consenso de mercado.

Para o Credit Suisse, à primeira vista, os resultados foram sólidos, com Ebitda consolidado 3% abaixo das estimativas do banco, mas devido a um menor número de carros vendidos no trimestre. O Ebitda dos negócios de locação superou as projeções do banco em 8%, enquanto o lucro líquido superou as expectativas do banco em 21%.

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No entanto, analistas explicam que o resultado da locadora de automóveis foi ajudado por créditos fiscais. O resultado dos negócios de locação deve-se aos estudos técnicos que reduziram a vida útil dos carros RAC utilizados para fins fiscais de 60 para 24 meses, gerando PIS/COFINS extra.

Se for excluído esse efeito para melhor comparar os dados reportados, o Ebitda teria ficado aquém das expectativas em todas as linhas de negócios, destacou o Credit em relatório.

Enquanto isso, analistas da XP avaliaram que a locadora apresentou resultados fortes, embora esperados, com resultado de R$ 277 milhões vindo apenas um pouco abaixo do consenso

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O Bradesco BBI manteve classificação de outperform para o papel, com preço-alvo de R$ 28, assim como Credit Suisse também seguiu com recomendação outperform para Unidas, com preço-alvo de R$ 33,00.

Fusão Unidas e Localiza

Durante teleconferência, a diretoria da Unidas afirmou que mantém a estratégia de buscar crescimento com ampliação de margem, e que ainda não há autorização para pensar em uma estratégia conjunta com a Localiza até a decisão final do Cade sobre a fusão de ambas.

A aprovação pelo Cade ocorreu em dezembro, e transitou em julgado na semana passada. Agora, a diretoria afirma que Localiza e Unidas buscam um comprador para o desinvestimento negociado com o Cade.

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Depois disso, a aprovação ainda precisaria ser ratificada pelo Cade para a conclusão do acordo. A expectativa é que isso ocorra “ao longo das próximas semanas e meses”, sendo difícil precisar um prazo, afirmou a diretoria.

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A empresa afirmou ainda que tem expectativa de volume maior de vendas a partir do final do segundo trimestre por conta do recebimento de carros neste ano, reforçando que as montadoras estão confiantes quanto a uma entrega maior do que no ano passado.

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Adicionalmente, a diretoria da Unidas afirmou que não há nenhuma expectativa de mudanças quanto às previsões de recebimento de carros das montadoras, apesar de notícias sobre falta de componentes fundamentais vindos da Ucrânia.

Nos últimos anos, o mercado vem sendo pressionado pela falta de peças. A diretoria afirmou que as montadoras vêm afirmando que a queda, ou mesmo paralisação, do mercado de carros da Rússia é o suficiente para compensar pelas faltas de peças vindas da Ucrânia.

Margens

Enquanto isso, o diretor financeiro da Unidas, Marco Tulio de Carvalho, afirmou que a idade média da frota para aluguel está mais alta do que o normal, o que traz custos maiores de manutenção. Os carros para venda também estão mais velhos do que o normal, o que eleva o custo de preparação dos veículos.

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Esses fatores pressionam as margens neste trimestre, que tendem a cair com a renovação da frota. No quarto trimestre, ​​a margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ajustada atingiu 75,3%, alta de 4,1 pontos percentuais frente à margem registrada no mesmo período de 2020.

Luís Fernando Porto, CEO da Unidas, ressaltou que a empresa se preparou com investimentos em estrutura de unidades para uma entrega maior de carros nos próximos trimestres, elevando a alavancagem operacional e as margens nos próximos trimestres.

A empresa afirmou, no entanto, que também foram fechadas unidades que tiveram um desempenho abaixo do adequado para novos e seminovos, algumas das quais deverão ser reabertas em 2022.

Após pandemia, provisões se normalizam

Também na teleconferência, a diretoria da Unidas afirmou que a provisão para devedores duvidosos (PDD) ficou pior no quarto trimestre de 2021 em comparação com o quarto trimestre de 2020 porque o provisionamento havia sido muito alto por conta da pandemia.

Entretanto, a companhia destacou que houve reversões no terceiro e quarto trimestre por conta de impacto menor do que o esperado. Agora, o cenário está mais normalizado, acrescentou a diretoria.

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André Cabette Fábio

Jornalista colaborador do InfoMoney