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As ações da Suzano (SUZB3) fecharam em queda de 3,7%, a R$ 58,36, com a quarta maior baixa do Ibovespa nesta quinta-feira (10). O desempenho ocorreu mesmo com a empresa divulgando um balanço com resultado acima das expectativas, sobretudo no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).
Para o Morgan Stanley, o Ebitda ajustado reportado ficou 1,5% acima do consenso, enquanto o normalizado em linha. Em relação as projeções do banco, maiores embarques de papel, preços de exportação de papel e CPV à vista mais baixo por tonelada mais do que compensaram maiores despesas de SG&A.
O lucro por ação normalizado foi de R$ 1,62 bem acima do consenso de R$ 1,05, menores perdas cambiais não monetárias e um crédito fiscal impulsionaram o aumento do lucro por ação. Para Suzano, o Morgan Stanley mantém avaliação outperform, com preço-alvo de R$ 65,00.
Enquanto isso, o Itaú BBA classificou os resultados como ligeiramente positivos no quarto trimestre, com números fortes, embora esperados.
Sobre os resultados de celulose, eles foram suportados por volumes acima do esperado, em mais um movimento de desestocagem no 4T21 e a desvalorização do real no período, que mais do que compensou o aumento de 5% no custo caixa de celulose/tonelada.
O Itaú BBA mantém avaliação outperform para Suzano, e preço-alvo de R$ 74,00, frente a cotação de quarta-feira (9) de R$ 60,60.
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Para o BBI, a Suzano apresentou o maior Ebitda de todos os tempos no 4T21, uma vez que as pressões de custo e os preços mais baixos da celulose foram compensados por um real mais fraco.
Olhando para o futuro, o Bradesco espera que o impulso dos lucros melhore, impulsionado pelos preços mais altos da celulose, enquanto os custos caixa da celulose podem ter atingido o pico no final do 4T21.
Desafios logísticos da Suzano
Amplamente citado no relatório de divulgação dos resultados do 4T21 da Suzano (SUZB3), o contexto de restrição logística em 2022 segue desafiador, de acordo com a empresa. Os executivos que apresentaram os resultados na teleconferência realizada nesta quinta-feira (10), pela manhã, ressaltaram a questão.
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Leonardo Barreto de Araújo Grimaldi, diretor Executivo de Comercial Celulose e Gente e Gestão da Suzano, disse que com relação à cadeia de suprimentos, “a situação se complica no primeiro trimestre por conta das contaminações nas tripulações, congestionamento em porto”. Segundo ele, “o quadro fica complicado”.
E afirma: “Não podemos detectar melhora significativa pincipalmente no primeiro semestre. Pode continuar gerando desconforto até o final do ano. Monitoramos com atenção a disponibilidade de transporte ferroviário, algo que pode impactar oferta de madeira e celulose, impactando também mercado de papel”.
Para o executivo, “a covid impacta os portos chineses que operam em circuito fechado, ninguém entra ninguém sai, retardando as operações. Quadro é desafiador. Estamos nos esforçando para manter alto nível de serviço aos clientes”.
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Custo caixa da Suzano poderá ter pico no 1º tri do ano
Durante a apresentação, Aires Galhardo, diretor-executivo de operação da companhia, afirmou que com relação ao custo caixa da empresa, a pior parte poderia ter ficado para o 4T21.
“Tivemos níveis mais altos dos últimos dez anos com várias paradas programadas. Depois do primeiro tri (desse ano), principalmente com relação a combustíveis, deveremos ver alguma redução que poderá trazer os custos de caixa a níveis normais”, afirmou.
Walter Schalka, presidente da Suzano, disse, porém, na mesma data, à tarde, em teleconferência com a imprensa, que alta do Brent e paradas programadas para manutenção ainda impactarão no custo caixa no 1T22, levando o item ao pico.
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“Está em muitas partes de nossa cadeia (o combustível). Os tratores e colheitadeiras na silvicultura, nos caminhos de transporte para a fábrica, na parte de gás (na fábrica), que é uma questão de petróleo. Nos navios (de transporte transoceânico). É um custo relevante”, disse.
“Como o petróleo começou esse ano acima do que havia fechado ano passado, está provocando um novo aumento de custo”, explicou. “Imaginamos o pico do custo caixa da empresa no primeiro trimestre desse ano decorrente desse aumento de custo”.
Em outra vertente, há muitas paradas programadas que estão agendadas para este trimestre: “Teremos um volume menor de produção”.
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Para o executivo, “essa combinação vai levar aumento de custo nesse trimestre, que deve ser o pico do ano”.
Mas ressaltou que o custo caixa da empresa será menor mais adiante.
“Temos feito um programa grande de retrofit das nossas fábricas e aumentado nosso base florestal e aproximação da base florestal das nossas fábricas. Isso, ao longo do tempo, vai gerar redução de custos”, ressaltou.
No relatório do balanço, o custo caixa sem paradas de celulose do 4T21 ficou em R$ 747/t, 5% superior ao 3T21 em decorrência de maior custo com insumos.
Isso em função do maior preço dos químicos (com destaque para a soda cáustica dada alta nos preços internacionais e dióxido com o aumento de encargos de energia), impacto do Brent sobre energéticos (principalmente gás natural), e elevação do custo com madeira, em função do maior custo com transporte, em grande parte devido à elevação do preço do diesel.
Capex da Suzano em 2022
Durante a teleconferência, a Suzano (SUZB3) informou que o Capex da empresa para 2022 será de R$ 13,6 bilhões. Ano passado, a empresa realizou um Capex de R$ 6,3 bilhões.
Boa parte do recurso será destinada ao Projeto Cerrado: R$ 7,3 bilhões, que envolve a construção de uma nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul. O projeto, que está hoje com avanço físico de 3%, envolve aportes totais de R$ 19,3 bilhões e deve entrar em operação em 2024.
Também com relação ao Capex, R$ 5 bilhões serão destinados à manutenção; R$ 600 milhões em terras e florestas e R$ 700 milhões em expansão, modernização e outros.
Oferta impactado por atrasos nos projetos
O Bradesco BBI destacou a situação de estoque apertado globalmente, demanda saudável em regiões-chave, estoques de papel baixos e um preço de US$ 100/t de celulose de revenda vs celulose importada na China, em sua análise sobre a teleconferência da Suzano.
“O lado da oferta continua sendo impactado por atrasos nos projetos, interrupções como greves na Finlândia e no Canadá e aumentos de volume mais graduais no mercado em relação às expectativas anteriores. Sobre os custos, espera-se mais pressão no primeiro trimestre, com normalização a partir de então’, sublinha.
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