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As ações da Sabesp (SBSP3) chegaram a se destacar entre as maiores altas do Ibovespa, em meio ao avanço da privatização e subiram até 5,96% na máxima do pregão desta quinta-feira (15). Os papéis, contudo, diminuíram o ímpeto e fecharam com ganhos de 2,15%, a R$ 80,69.
Na manhã desta quinta, o governo do Estado de São Paulo divulgou o início do processo de consulta pública aos documentos para a privatização da Sabesp, incluindo minuta do contrato de concessão a ser assinado pela companhia com municípios.
A consulta pública aos documentos, que incluem plano regional de saneamento, vai até 15 de março.
“Visto o avanço do processo de privatização da Sabesp, enxergamos importantes gatilhos que devem proporcionar destravamento de valor para a empresa a médio e longo prazo”, aponta a Levante Corp.
Em relatório do fim de janeiro, o Bradesco BBI apontou ver a ação podendo disparar até os R$ 180 com a privatização.
Para o JP Morgan, o novo regime regulatório proposto pela Sabesp é considerado promissor. Dentre os documentos apresentados hoje no processo de discussão, as notas técnicas sobre o novo arcabouço tarifário para a empresa privatizada estavam em grande parte em conformidade com o que foi originalmente indicado pela ARSESP. Ainda assim, o banco considera que a confirmação/desvinculação desse catalisador crucial é uma notícia positiva.
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O valor justo da ação é calculado em R$ 125,00, com múltiplos de 1,3 vez o valor da empresa sobre a base de ativo regulatório (EV/RAB, na sigla em inglês) para fim de 2024. A companhia é recomendada como overweight (exposição superior, similar à compra) e o banco estrangeiro considera que os papéis oferecem potencial de valorização de 52%.
“Nossa avaliação preliminar indica que não há grandes surpresas e uma visão geralmente positiva. Todos os detalhes fornecidos nas notas técnicas estão em grande parte em conformidade com nossas conversas anteriores com a ARSESP, declarações públicas anteriores do governador de São Paulo, reuniões com outros investidores sobre o caso. O conteúdo das notas técnicas não deve surpreender o mercado. No entanto, o desempenho positivo das ações hoje pode ser atribuído à confirmação por escrito e à abertura da consulta pública para provavelmente confirmá-las”, considera o JPMorgan
O tom dos detalhes fornecidos pelo governo de São Paulo sobre o futuro da Sabesp é visto como predominantemente otimista, de acordo com o Citi. Na análise, o banco destacou que um entrave observado é que o regulador (ARSESP) terá mais poderes que o esperado a partir do terceiro ciclo (que se inicia em 2036). Ainda assim, a ARSESP terá menos atribuições que atualmente e as normas regulatórias parecem positivas.
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O Citi considera a Sabesp como compra, com preço-alvo estabelecido em R$ 84,00. Dentre os maiores riscos elencados para a companhia, estão os possíveis atrasos na revisão das tarifas ou mudanças muito importantes na regulação e interferência política do governo do estado de São Paulo.