Ações da Sabesp (SBSP3) disparam antes de eleições no Estado de São Paulo

Candidato ao governo de São Paulo que já defendeu privatização da companhia vem ganhando força em pesquisas eleitorais

Vitor Azevedo

(Divulgação/Sabesp)
(Divulgação/Sabesp)

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As ações ordinárias da Sabesp (SBSP3), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, avançam mais de 6,9%, por volta das 14h30 desta sexta-feira (30), entre as maiores altas da bolsa, no último pregão antes do primeiro turno das eleições para governador do Estado de São Paulo.

Uma eventual vitória de Tarcísio de Freitas, do Republicanos, é vista com bons olhos por agentes do mercado. Isso porque ele já defendeu abertamente a privatização da companhia, mesmo que, nos últimos tempos, tenha suavizado e evitado comentar sobre essa possibilidade.

“Não estou falando que a Sabesp não seja uma empresa arrumada, perante as outras que nós temos, é uma empresa já listada. Mas sem dúvida nenhuma o controle privado vai ser muito melhor, não tenho dúvida disso. Chegando lá a gente vai vender a Sabesp, sim”, declarou em um evento em maio.

No entanto, mais recentemente, ele mudou o tom: “Tem que tomar muito cuidado com esse negócio de privatização’, declarou, em outro evento, desta vez realizado no início de setembro.

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Ontem, uma pesquisa eleitoral do Datafolha, realizada entre 27 e 29 de setembro, trouxe que a disputa pelo cargo de governador de São Paulo, provavelmente, irá para um segundo turno, com a participação de Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, e Tarcísio.

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O primeiro tem 41% das intenções de voto neste domingo e o segundo, 31%. Rodrigo Garcia, do PSDB, ficou com 22%.

No segundo turno mais provável, entre Haddad e Tarcísio, a diferença também vem caindo. Na última pesquisa, feita entre os dias 20 e 22 de setembro, o petista tinha 49% das intenções de voto e, agora, 48%; o candidato do Republicanos, por sua vez, saiu de 38% para 40% no mesmo intervalo.

Gestores veem eleição de Tarciso como possível trigger para Sabesp

Para Guto Leite, gestor da Western, a Sabesp é um caso de estatal que tem espaço para melhora operacional e que possui chances de apresentar um trigger [catalisador] de privatização – principalmente em caso de vitória de Tarcísio de Freitas.

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“É difícil falar em privatização, por enquanto, porque temos em primeiro lugar o Fernando Haddad [PT]. Acredito que o PT, se eleito, buscaria fazer um processo de reposicionamento da empresa”, afirmou.

“Mas no caso de o Tarcísio ganhar, dado tudo que ele fez no governo Bolsonaro, o mercado precificaria uma chance maior de privatização”.

Pedro Queiroz, especialista em renda variável da SVN Investimentos, tem uma visão similar. “Nós acreditamos que pode ocorrer algo parecido na Sabesp ao que ocorreu na Eletrobras. Tarcísio não está na primeira posição da pesquisa, mas pode ir para um segundo turno e pode levar a uma reprecificação”, defende Queiroz.

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“É uma empresa com operacional interessante, existe um desconto nos ativos regulatórios, mas por conta da ineficiência da empresa pública.”

Segundo ele, o marco legal de saneamento trouxe segurança jurídica e também aumentou o interesse de investidores que antes não olhavam para o setor.

As estatais de saneamento têm dificuldades em realizar novos investimentos, devido as suas situações econômicas, e a nova legislação disponibiliza formas para que o capital seja buscado na iniciativa privada.

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O Credit Suisse escreveu, em relatório, que a probabilidade de um candidato “market friendly” ganhar força em São Paulo é alta, destacando que Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia vem avançando nas pesquisas, nos últimos dois meses.

“Com o desempenho recente dos papéis, achamos que os investidores já estão pagando 35% do potencial de valorização da privatização para a Sabesp”, concluiu o banco suíço.