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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda de 1,22% após a notícia de vários jornais de que o ministro da Justiça, Sergio Moro, teria ameaçado pedir demissão depois de ser informado pelo presidente Jair Bolsonaro de que pretenderia trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo. Contudo, a notícia não foi confirmada, com os jornais apontando que os “bombeiros” do Palácio do Planalto conseguiram reverter a demissão.
Já os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 17,34, +1,11%; PETR4, R$ 16,95, +1,19%) subiram cerca de 1%. O barril do tipo WTI fechou com alta de 19,7%, a US$ 16,50, após chegar a saltar 30% com a tensão entre EUA-Irã e sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) poderão aprofundar o corte na sua produção. O Brent subiu 4,7%, a US$ 21,33.
Segundo os analistas do Bradesco BBI, a declaração na véspera do presidente Donaldo Trump, autorizando que a Marinha americana abata navios iranianos, deve “fornecer suporte para os preços do petróleo no curto prazo, já que os mercados esperam alguma potencial escalada de conflitos”.
Também havia otimismo no mercado com a avaliação de que, com os preços do petróleo nas mínimas históricas, os produtores continuarão diminuindo a produção e fechando os poços nos EUA. Os reguladores do estado de Oklahoma disseram que ajudariam os produtores a fechar os poços sem tirar os arrendamentos, o que deu um alívio para eles já que muitos querem diminuir a produção mas correm riscos regulatórios no país caso façam isso.
A maior alta ficou com as ações da Suzano (SUZB3, R$ 36,56, +3,83%), em meio à forte alta do dólar, com a divisa terminando o dia vendida a R$ 5,5285, em alta de 2,21%. Além do risco político, o novo recorde do dólar ocorreu em meio às expectativas de corte mais intenso na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 6 de maio. As ações da Klabin (KLBN11, R$ 16,96, +2,60%) também registraram uma das maiores altas do Ibovespa.
Já entre os destaques de baixa, o IRB (IRBR3, R$ 10,12, -8,50%) mais uma vez teve queda. Após a renúncia de conselheiros na véspera, a companhia retirou o seu guidance para 2020. Segundo a empresa, a decisão de retirar as projeções para este ano decorreu do cenário de incertezas, no Brasil e no mundo, provocado pelos impactos da epidemia do Covid-19.
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A CVC Brasil (CVCB3, R$ 13,92, -6,26%), teve baixa em meio à notícia de que a companhia contratou o banco Itaú BBA para avaliar opções de capitalização para a empresa.
Confira os destaques do noticiário corporativo:
CSN (CSNA3, R$ 7,50, +2,18%), Gerdau (GGBR4, R$ 11,93, +1,97%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,76, -1,24%)
CSN, Gerdau, Usiminas tiveram a perspectiva revisada a negativa pela agência de classificação de risco S&P.
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A forte desaceleração da atividade industrial e de construção por causa do surto de Covid-19 reduzirá drasticamente a demanda de aço em 2020, diz a S&P. As “siderúrgicas brasileiras estão se adaptando ao novo cenário, com alguns anunciando paralisações de capacidade e cortes de custos e investimentos para economizar dinheiro”.
O CreditWatch com implicações negativas da CSN reflete a probabilidade de um rebaixamento nos próximos três meses se a CSN não puder estender os vencimentos da dívida em 2020, segundo
o relatório.
Sobre a Gerdau, a perspectiva negativa reflete probabilidade de rebaixamento nos próximos 12 meses após a fraca demanda de aço no Brasil e nos EUA, que fará com que a alavancagem da empresa
atinja o pico em 2020, mitigada por medidas anticíclicas e forte posição de liquidez.
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Já sobre a Usiminas, a perspectiva negativa reflete provável deterioração nas métricas de crédito, com a dívida bruta ajustada em relação ao Ebitda subindo para um pouco acima de 5 vezes no final de 2020,
passando atualmente de 3,3 vezes.
Ainda no radar, a Usiminas realizará as suas assembleias gerais ordinária e extraordinária no dia 28 de abril apenas de forma digital. Segundo a siderúrgica, a medida tornou-se necessária para proteger a saúde dos acionistas por causa da epidemia do coronavírus. A empresa fará as assembleias pela plataforma Microsoft Teams e os acionistas poderão votar por meio digital durante os eventos, a partir das 13h do dia 28, ou então votar antecipadamente por boletim. A Usiminas também comunicou que permitirá aos acionistas enviarem os boletins com os votos até o final do dia 26. Os acionistas que quiserem participar das assembleias pela plataforma digital deverão enviar os pedidos até o dia 26 para o e-mail dri@usiminas.com.
Telebras (TELB3, R$ 93,60, +28,22%;TELB4, R$ 28,90, +60,56%)
A Telebras aprovou o aumento do seu capital social de R$ 1,59 bilhão para R$ 3,1 bilhões, com a subscrição de 10,1 milhões de novas ações ordinárias e 8 milhões de novas ações preferenciais. A operação foi informada ao mercado na noite de ontem. Com o aumento de capital, a estatal federal de telecomunicações passou a ter 67,8 milhões de ações, das quais 49,4 milhões são ordinárias e 18,4 milhões são preferenciais.
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Cada ação ordinária (TELB3) foi subscrita ao preço de R$ 117,59, enquanto cada preferencial foi subscrita a R$ 39,02. Segundo a empresa, os acionistas poderão comercializar as ações na B3 em cinco dias úteis a partir da publicação do fato relevante na CVM, isto é, no dia 30 de abril.
Totvs (TOTS3, R$ 58,61, -2,80%)
A Totvs aprovou uma emissão de debêntures simples e não conversíveis no valor de R$ 200 milhões. Segundo a empresa, será a sua segunda emissão de debêntures. Cada papel terá o valor unitário de R$ 1 mil. A empresa pagará sobre cada debênture juros das médias diárias dos DI mais um spread de 2,65% ao ano. As debêntures vencerão em 22 de abril de 2021 e poderão ser resgatadas antecipadamente pela Totvs, a partir de 22 de julho deste ano.
A empresa de informática esclareceu que, se fizer o resgate antecipado, pagará um prêmio de 0,10% por papel, mais os juros pro rata temporis até o resgate. A Totvs informou que usará os R$ 200 milhões justamente para fazer a “liquidação programada” das debêntures da sua primeira emissão, que vencerão em 22 de setembro deste ano. A empresa pretende reforçar seu caixa com a emissão. Em breve, a Totvs deverá pagar R$ 455 milhões pela aquisição de 88,8% do capital social da Supplier, que a empresa anunciou em outubro do ano passado. A Totvs informou que tinha R$ 1,4 bilhão no caixa no final de março. “A companhia pretende manter a sua posição sólida de liquidez”, comunicou a Totvs.
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brMalls (BRML3, R$ 10,61, +1,34%)
A brMalls informou que dois dos seus shopping centers reabriram após terem cumprido fechamento temporário por causa da epidemia do coronavírus. Segundo a empresa, o Shopping Iguatemi de Caxias do Sul (RS) e Shopping Campo Grande (MS) reabriram nos dias 20 e 22 de abril, respectivamente, e operam com horários reduzidos entre 12h e 20h. “Os demais shoppings da companhia seguem fechados por determinação das autoridades públicas. Os serviços de delivery e as atividades essenciais seguem nos shoppings”, informou a brMalls.
Eletrobras (ELET3, R$ 25,05, -6,07%; ELET6, R$ 28,71, -4,20%)
A privatização da Eletrobras ficará mesmo para o segundo trimestre de 2021, confirmou o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar.
Unidas (LCAM3, R$ 13,83, -7,74%)
O Conselho da Unidas aprovou a recompra de até 20,3 milhões de ações, que correspondem a 4% do total do capital social da companhia. O programa poderá ser realizado dentro do prazo de até 18 meses
a partir de 20 abril de 2020.
Recomendações
A Bradespar (BRAP4, R$ 29,40, +0,14%) teve a recomendação elevada pelo HSBC de manutenção para compra, com preço-alvo de R$ 38,85, implicando potencial de alta de 32% em relação ao último fechamento.
Já a Cesp (CESP6, R$ 27, -0,55%) teve a recomendação elevada para outperform pelo Itaú BBA, que destacou a relação risco-retorno atrativa.
O BBA reduziu o preço-alvo da ação da empresa de R$ 36,00 para R$ 33,00 em 2020, mas esclarece que esta mudança faz parte da incorporação dos efeitos da epidemia do Covid-19 sobre o cenário de energia.
“Dado o perfil defensivo e o valor muito atrativo da CESP, nós elevamos a recomendação”, comenta o BBA, que tornou a CESP sua “top pick” no setor energético. Segundo o banco, como a ação da CESP perdeu 21,6% do valor nos últimos dois meses, agora o papel oferece uma relação risco-recompensa equilibrada.
“A CESP não tem exposição ao varejo. Fornece gás para hospitais, energia para a mineração e para a indústria de materiais de construção, tem um sólido perfil de clientes”, comenta o BBA. “A CESP encerrou março com uma sólida posição de caixa e não terá nenhuma amortização de dívidas em 2020 e 2021. O endividamento é baixo, a relação dívida líquida sobre o Ebita é de 1,5 vezes (1,5x)”, conclui o BBA.
Afya
O Itaú BBA manteve a recomendação outperform – acima da média de mercado, para o grupo educacional brasileiro Afya, que não tem capital aberto no Brasil mas tem na Nasdaq. Segundo o BBA, o Afya tem mostrado uma “alta resiliência” nas faculdades de medicina que controla no Brasil, face à epidemia do Covid-19, ao tornar disponíveis aos estudantes aulas online e material didático pela Internet.
“As taxas de inadimplência permanecem baixas, porque a Afya negocia com os estudantes”, comentou o BBA. “Nas próximas semanas, o grupo passará a oferecer residência para os estudantes de medicina do sexto ano nos hospitais, para mitigar os impactos do lockdown provocado pelo coronavírus”, comenta o BBA. O BBA fixou um preço-alvo de US$ 28,00 para a ação da Afya no Nasdaq em 2020, uma alta de 45% sobre os US$ 18,62 de ontem.
CVC (CVCB3, R$ 13,92, -6,26%)
A operadora turística CVC contratou o banco Itaú BBA para avaliar opções de capitalização para a empresa, informa a Bloomberg. O montante da possível capitalização está sob estudo e nenhuma decisão ainda foi tomada. Face ao cenário da epidemia, que derrubou o setor inteiro de turismo, a CVC afirma que “possui um balanço sólido, permanece avaliando outras medidas para a proteção da sua situação financeira e ressalta que a maior parcela do seu endividamento tem vencimento a médio e longo prazos”.
IRB (IRBR3, R$ 10,12, -8,50%)
A resseguradora IRB Brasil retirou o seu guidance para 2020. Segundo a empresa, a decisão de retirar as projeções para este ano decorreu do cenário de incertezas, no Brasil e no mundo, provocado pelos impactos da epidemia do Covid-19.
“Tão logo a nova diretoria executiva tenha conforto obre as premissas que norteiam a definição das projeções a serem apresentadas, ficará com a atribuição de avaliar a conveniência e a oportunidade de divulgar as projeções financeiras revisadas”.
Vale (VALE3, R$ 43,51, +1,42%)
A mineradora Vale informou que deu início ao protocolo de emergência em nível 1 do dique Borrachudo II da mina Cauê, em Itabira (MG). Segundo a empresa, o protocolo em nível 1 não requer a retirada dos moradores a jusante da barragem. O dique Borrachudo II teve sua Declaração de Condição de Estabilidade emitida em 31 de março e segundo a Vale ela permanece em vigor. “A decisão é uma medida preventiva acertada junto aos órgãos de fiscalização externos e tem como objetivo prover um melhor entendimento sobre as condições atuais de drenagem da barragem”, comentou a Vale.
A mineradora esclareceu que o dique Borrachudo II é uma estrutura de pequeno porte, construída para conter os sedimentos da pilha de estéril Borrachudo-Ipoema. Segundo a empresa, a produção no local não foi prejudicada.
TIM (TIMP3, R$ 13,35, -0,96%) e Vivo (VIVT4, R$ 48,68, -0,96%)
O Conselho Administrativo de Defesa econômica (CADE) aprovou o acordo de compartilhamento de redes feito entre as operadoras TIM e Vivo.
Ecorodovias (ECOR3, R$ 11,52, +2,31%)
A Ecorodovias informou na manhã de hoje os números do tráfego nas suas rodovias entre 16 de março e 21 de abril deste ano. A comparação é sobre 18 de março a 23 de abril de 2019. Segundo a concessionária, trafegaram por suas sete rodovias 26,8 milhões de veículos pagantes entre 16 de março e 21 de abril de 2020, uma queda de 24,7% sobre o período do ano passado.
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(Com Bloomberg)