Ações da Petrobras têm reviravolta e sobem mais de 3%, Vale, Usiminas e Ambev reagem a balanços; Cogna dispara 6,8%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (29)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma sessão de forte volatilidade para o Ibovespa entre a tentativa de recuperação do índice e os temores renovados sobre o coronavírus na Europa e nos EUA, o índice conseguiu fechar com fortes ganhos, superior a 1%.

Os destaques entre as maiores reviravoltas foram as ações da Petrobras (PETR3, R$ 19,33, +3,70%;PETR4, R$ 19,29, +3,32%). No início da sessão, os ativos chegaram a cair quase 5% acompanhando o dia de forte queda do petróleo, que chegou a ter queda de cerca de 6%, apesar do resultado bastante positivo do terceiro trimestre destacado pelos analistas (confira a análise sobre Petrobras e mais balanços clicando aqui). Contudo, os papéis amenizaram as perdas ao longo da sessão e passaram a registrar ganhos; durante a tarde, o papel engatou a alta, fechando com valorização superior a 3%, apesar da baixa do petróleo.

Os contratos futuros de petróleo tiveram fortes perdas diante dos temores de que o persistente avanço global do coronavírus atrapalhe a já ameaçada recuperação da demanda. Ontem, Alemanha e França decretaram novas medidas de restrição à circulação de pessoas para conter a disseminação na doença. As incertezas estimularam a demanda pelo dólar, que se apreciou e pressionou o ativo energético.

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O petróleo WTI para dezembro fechou em baixa de 3,26%, em US$ 36,17 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para janeiro recuou 3,48%, a US$ 38,26 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

As ações de empresas ligadas a viagens, como CVC (CVCB3, R$ 12,68, -0,70%), Gol (GOLL4, R$ 16,61, -1,83%) e Azul (AZUL4, R$ 23,39, -0,04%), chegaram a cair cerca de 10% no início da sessão, mas também amenizaram as fortes perdas.

A ação da Ambev (ABEV3, R$ 12,89, -3,59%), por sua vez, abriu com ganhos, mas virou para perda e fechou como a maior queda do Ibovespa no dia. A companhia também apresentou resultado considerado bastante positivo pelos analistas de mercado, com destaque para o crescimento das vendas de cerveja, um número bastante esperado pelos investidores. Contudo, a sustentabilidade dos bons resultados em meio ao fim do auxílio emergencial seguem sendo uma questão para a companhia.

Bancos também abriram em forte queda, após registrarem rali até a sessão do dia 26 de outubro, mas depois passaram a registrar movimentos distintos, que perpetuaram até o fechamento da sessão. Na noite da véspera, o Bradesco (BBDC3, R$ 18,74, -0,79%;BBDC4, R$ 20,79, -1%) divulgou seus números. Apesar de serem considerados fortes, o banco estabeleceu  uma perspectiva mais cautelosa para os resultados de 2020, segundo apresentação a jornalistas.

O banco disse que vê sua margem financeira total, uma medida dos ganhos com empréstimos menos os custos com depósitos, crescendo abaixo da expansão da carteira de crédito. Anteriormente, o banco previa uma expansão em linha com os empréstimos. O Bradesco acrescentou ainda que os resultados de seguros e as receitas de tarifas devem ficar sob pressão.

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Apesar da queda, as ações do banco fecharam em baixa bem mais amena frente à mínima do dia, quando chegaram a ter baixa superior a 4%. Ativos de outros bancos que também sofreram nas últimas sessões, como Santander Brasil (SANB11, R$ 33,39, +4,11%), Itaú (ITUB4, R$ 23,90, +0,50%) conseguiram fechar com ganhos ou próximos à estabilidade, como o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,96, -0,58%).

Usiminas (USIM5, R$ 11,24 , +3,69%) e Vale (VALE3, R$ 62,12, +3,09%) também divulgaram resultados e viram suas ações subirem. Segundo o BBI, os resultados da Usiminas foram melhores do que o esperado, com a divisão de minério sendo um catalisador-chave.

Ainda no radar do setor, os futuros do minério de ferro na China subiram pela terceira sessão consecutiva nesta quinta, apoiados por dados do setor que mostraram recuo nos embarques semanais do produto a partir da Austrália. O minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian encerrou o dia de negociações com alta de 0,7%, a 779,50 iuanes (116,18 dólares) por tonelada.

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Fora do Ibovespa, a ação que mais se destacou após o resultado foi a Tupy (TUPY3, R$ 19,76, +14,22%). Fernando de Rizzo (CEO) e Thiago Struminski (CFO) participam da série Por Dentro dos Resultados do InfoMoney para comentar os números da companhia em live nesta quinta, às 18h. Para participar e fazer suas perguntas — e para receber informações sobre a série —, basta se cadastrar, gratuitamente, aqui.

Voltando para o Ibovespa, em destaque entre as altas, estiveram as ações da Cogna (COGN3, R$ 4,54, +6,82%) como a maior alta do setor, ainda que em queda de 6,39% na semana. A companhia de educação registrou faturamento de R$ 365 milhões com vendas no PNLD 2021, número considerado positivo pelo BBI. 

Confira mais destaques:

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Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
COGN3 6.82353 4.54
RAIL3 4.56361 18.33
FLRY3 4.49524 27.43
VVAR3 4.34534 18.25
BPAC11 3.95833 74.85

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
ABEV3 -3.59013 12.89
CRFB3 -2.53807 19.2
EZTC3 -2.25624 36.39
GOLL4 -1.83215 16.61
JBSS3 -1.65165 19.65

(USIM5, R$ 11,24 , +3,69%)

A Usiminas teve lucro líquido de R$ 198 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 139 milhões.

O volume de vendas de aço teve queda 10% ano a ano e o de minério caiu 7% na mesma base de comparação, mas a receita cresceu 14%, conforme o setor siderúrgico tem conseguido implementar aumentos de preços de aço.

Em relação ao segundo trimestre, porém, os volumes de vendas de aço e minério subiram 54% e 21%, com a receita avançando 81%.

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O custo dos produtos vendidos aumentou em 3%, para 3,5 bilhões de reais. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 87%, para R$ 826 milhões, com a margem aumentando para 19%, de 11% um ano antes.

A companhia encerrou o terceiro trimestre com R$ 3,7 bilhões em caixa e equivalentes de caixa, mais do que o dobro na comparação com o mesmo período de 2019.

Na apresentação dos resultados, a empresa afirmou que os dados são animadores para o segmento industrial, apesar de não atingirem os níveis pré-crise. A empresa chamou atenção, no entanto, para o quadro fiscal do país “que poderá limitar as medidas de apoio do governo a famílias e empresas mais vulneráveis e conter investimentos, dificultando uma retomada mais consistente da atividade no curto prazo”.

(PETR3, R$ 19,33, +3,70%;PETR4, R$ 19,29, +3,32%)

A Petrobras registrou prejuízo de R$ 1,546 bilhão no terceiro trimestre de 2020, queda de 43% ante resultado negativo de R$ 2,713 bilhões no segundo trimestre de 2020. No terceiro trimestre de 2019, a companhia havia registrado lucro de R$ 9,087 bilhões.

A projeção, de acordo com estimativa média dos analistas compilada pela Refinitiv, era de lucro de R$ 736 milhões no terceiro trimestre deste ano. Esse foi o terceiro resultado negativo seguido da companhia estatal, que acumula prejuízo de R$ 52,7 bilhões nos nove primeiros meses do ano.

De acordo com a companhia, o prejuízo ocorreu uma vez que os ganhos com maiores volumes de vendas de petróleo e derivados e maiores preços do Brent foram mais do que compensados por despesas financeiras, influenciadas por prêmios pagos na recompra de títulos. “Em relação ao segundo trimestre, o resultado deste trimestre foi melhor, pois as melhorias operacionais e ganhos de imposto de renda superaram o efeito positivo no segundo trimestre da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS”, destacou a empresa no release de resultados.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado, por sua vez, foi de R$ 33,4 bilhões, acima da estimativa média de R$ 29,7 bilhões compilada pela Refinitiv. O número foi 33,8% acima do registrado no segundo trimestre (R$ 24,986 bilhões) e 2,6% superior ao registrado no mesmo período de 2019 (R$ 32,582 bilhões).

O resultado do Ebitda, afirmou a estatal, deve-se principalmente ao aumento dos preços do Brent e do volume de vendas, parcialmente compensado por menores crack spreads nos derivados de petróleo, principalmente diesel, óleo combustível, GLP e gasolina, em função do elevado nível de estoques globais. Também contribuíram para esse resultado menores despesas com paradas, menores provisões para planos de desligamento voluntário e menores despesas com hedge.

Por outro lado, houve maiores despesas exploratórias principalmente em função da baixa do bloco de Peroba e maiores impostos devido à aprovação da adesão aos programas de anistia fiscal. “O Ebitda ajustado teria sido ainda melhor excluindo os efeitos positivos do segundo trimestre relacionados à: (i) exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS e (ii) equalização referente ao acordo de individualização da área de Tupi e Campos de Sépia e Atapu”, apontou a companhia.

A receita de vendas da estatal totalizou R$ 70,73 bilhões, alta de 39% na base sequencial, mas queda de 8,2% na comparação com julho a setembro de 2019.

Segundo a companhia, i) a recuperação da demanda de derivados de petróleo no Brasil (crescimento de 18% no trimestre no volume de vendas), ii) o aumento da participação de mercado, iii) a manutenção do patamar elevado das exportações e iii) o crescimento de 48% nos preços do Brent em reais resultaram no aumento da receita na comparação com abril a junho deste ano.

A dívida líquida foi de US$ 66,2 bilhões (cerca de R$ 381,31 bilhões), queda de US$ 12,2 bilhões na comparação com o final do terceiro trimestre de 2019. Já a dívida bruta caiu US$ 11,5 bilhões em 12 meses, fechando setembro em US$ 79,6 bilhões.

Na avaliação da XP Investimentos, os números foram fortes. “Em um trimestre em que preços de petróleo Brent foram em média de US$ 43 o barril, a companhia conseguiu registrar uma geração de caixa em patamares que consideramos extraordinários, demonstrando a maior resiliência da companhia a menores preços de petróleo”, apontam os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado. Eles reiteraram a recomendação de compra das ações, com preços-alvo de R$ 30 por ação PETR4 e R$ 29 por ação PETR3.

Eles também destacaram que existem outros fatores positivos da tese de investimentos da Petrobras para se manter no radar no curto e médio prazo, com destaque para a execução do plano de venda de ativos da companhia. Ao todo, estimaram que tal plano possa gerar recursos entre R$89 e R$115 bilhões, com destaque para ativos de refino e gás natural.

Após o resultado, o Morgan Stanley reforçou a avaliação da ação companhia como top pick do setor. “A companhia está sob pressão devido ao ceticismo dos investidores em relação ao mercado de petróleo em geral. Fundamentos sólidos, sólido fluxo de caixa livre e um caminho mais claro para o pagamento de dividendos estão sendo ignorados. (…) A Petrobras é a nossa principal escolha, com valuation atrativo e boa relação risco-recompensa”, apontam.

O Credit Suisse ressaltou que as expectativas para o resultado da companhia não eram baixas mas, mesmo assim, o balanço foi surpreendentemente bom.

“Os mercados estão afetados pelo medo de novos lockdowns, especialmente na Europa, mas se as condições macro permitirem, haverá uma forte reação positiva ao resultado”, apontam os analistas, que ressaltam uma surpresa positiva com o fluxo de caixa livre.

Vale (VALE3, R$ 62,12, +3,09%)

A Vale registrou lucro de US$ 2,908 bilhões no terceiro trimestre de 2020, informou a companhia nesta quarta-feira (28), uma alta de 192% ante o lucro de US$ 995 milhões do segundo trimestre e de 76% sobre os US$ 1,654 bilhão do mesmo período do ano passado.

expectativa era de um lucro de US$ 3,656 bilhões, de acordo com estimativa mediana dos analistas compilada pela Refinitiv.

Segundo a mineradora, o melhor resultado se deu principalmente ao maior Ebitda no trimestre e à melhora no resultado de participações, já que no segundo trimestre foi fortemente impactado pelas provisões de despesas futuras com Samarco e Fundação Renova.

“Os efeitos positivos foram parcialmente compensados por maiores despesas financeiras, principalmente devido a maior marcação a mercado das debêntures participativas e a reavaliação do valor justo das garantias financeiras emitidas pela Vale”, explicou a empresa.

Entre os destaques do período, a companhia apontou que o Sistema Norte atingiu um recorde de produção trimestral de 56,9 milhões de toneladas, enquanto os Sistemas Sul e Sudeste melhoraram o desempenho em todas as unidades operacionais, especialmente no Complexo Itabira e no site de Timbopeba, que operou por um trimestre completo após o retorno em junho, e com a retomada na mina de Fazendão em julho.

Já a receita líquida com vendas atingiu US$ 10,762 bilhões entre julho e setembro, um avanço de 43% em relação o segundo trimestre, enquanto na comparação anual, a alta foi de 5%.

Enquanto isso, o Ebitda ajustado teve alta de 80% entre o segundo e terceiro trimestres, chegando a US$ 6,095 bilhões. O dado também registrou avanço de 26% sobre os US$ 4,603 bilhões de Ebitda do mesmo período de 2019.

De acordo com a mineradora, estes números do Ebitda incluem US$ 129 milhões de despesas relacionadas a Brumadinho e de doações relacionadas à Covid-19, além de iniciativas de suporte ao combate a pandemia, no total de US$ 6,095 bilhões.

A dívida líquida, por sua vez, encerrou o terceiro trimestre em US$ 4,474 bilhões, uma leve melhora ante os US$ 4,697 bilhões do trimestre anterior. No mesmo período do ano passado, a dívida da empresa era de US$ 5,321 bilhões.

A Vale reportou outro conjunto de fortes resultados, aponta a XP, com Ebitda ajustado em US$ 6,1 bilhões, 12% acima do esperado pela XP e 3% acima do consenso. O fluxo de caixa livre das operações foi de US$ 3,8 bilhões, como resultado do forte EBITDA e da normalização do capital de giro. O analista Yuri Pereira reiterou a recomendação de compra para a Vale (preço-alvo de US$ 16,50 por ADR e R$ 86 por ação).

Para o Credit Suisse, a Vale reportou resultados do terceiro trimestre fortes, mas já esperados. “No geral, os números melhoraram bastante sequencialmente, principalmente devido a entregas mais fortes e preços realizados tanto de minério, quanto de níquel e cobre, também maiores”, apontam os analistas, vendo como principal destaque do trimestre a forte geração de fluxo de caixa livre. Os analistas do banco mantêm recomendação equivalente à compra para os ativos.

Bradesco (BBDC3, R$ 18,74, -0,79%;BBDC4, R$ 20,79, -1%)

O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 5,031 bilhões no terceiro trimestre, alta de 29,9%% na comparação com o segundo trimestre – quando teve resultado positivo de R$ 3,873 bilhões -, mas ainda com queda de 23,1% na comparação com julho a setembro do ano passado, quando lucrou R$ 6,542 bilhões.

expectativa era de um lucro de R$ 4,532 bilhões, de acordo com estimativa mediana dos analistas compilada pela Refinitiv.

Enquanto isso, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) do banco ficou em 15,2% no terceiro trimestre, aumento de 3,3 pontos percentuais ante o período anterior.

“O ótimo desempenho do resultado operacional do trimestre é reflexo das menores despesas com PDD, que apresentaram queda de 37,1%, mesmo com a constituição de R$ 2,6 bilhões de provisões relacionadas ao cenário econômico adverso”, afirma o Bradesco em seu release.

Além disso, a empresa destaca o seu elevado nível de provisionamento, comprovado pelo índice de cobertura para créditos vencidos acima de 90 dias, que atingiu 398,2% em setembro.

O banco registrou ainda um crescimento de 6,5% nas receitas com prestação de serviços ante o segundo trimestre, atingindo R$ 8,121 bilhões. “Tais fatores compensaram as menores receitas obtidas com a margem financeira e o menor resultado das operações de seguros, previdência e capitalização”, complementa a instituição.

Enquanto isso, a margem financeira chegou a R$ 15,288 bilhões, uma queda de 8,4% ante os R$ 16,684 bilhões do trimestre anterior, mas uma alta de 3,5% sobre o mesmo período do ano passado.

Já as despesas operacionais tiveram um aumento de 2,3% entre o segundo e terceiro trimestre, ficando em R$ 11,724 bilhões. Já quando comparado com o mesmo período de 2019, o banco teve um recuo de 5,7% nas despesas.

Conforme destaca o analista Marcel Campos, da XP Investimentos, os destaques do resultado foram: i) menor custo de crédito, uma vez que as recuperações vieram acima das expectativas e houve redução de provisões; ii) maiores receitas de serviços, dado que o banco se beneficiou de um maior nível de atividade econômica no trimestre; e iii) custos surpreendentemente controlados, uma vez que o banco manteve seus custos estáveis ​​no trimestre, embora o segundo trimestre tenha sido um período de menor atividade.

Por outro lado, : i) a margem financeira do banco surpreendeu negativamente caindo 8% na base trimestral, embora os ativos rentáveis tenham crescido 7% no mesmo período, devido a uma queda de 72 pontos-base na margem financeira sobre os ativos rentáveis (NIM); e ii) um número mais normalizado de sinistros e resultados financeiros deterioraram a operação de seguros que, apesar disso, acreditamos que a seguradora ainda se beneficia da baixa utilização pelos clientes.

“No geral, temos uma visão positiva e de alta qualidade para os resultados, pois não acreditamos que a margem financeira com o mercado e a sinistralidade de seguros do segundo trimestre sejam sustentáveis. No entanto, o sinal do banco sobre possíveis menores provisões pode tornar as estimativas de mercado conservadoras, implicando em um P/L de 2021 atraente”, aponta o analista, que reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 27 para o ativo.

O banco divulgou quatro análises positivas sobre a qualidade dos ativos, destaca o analista: i) índice de inadimplência entre 15 e 90 dias estável; ii) modelos de risco indicando que provisões podem diminuir; iii) índice de cobertura acima de 90 dias em ~400%; e iv) sinais positivos para as operações prorrogadas.

A XP ainda ressalta que, ao contrário do Santander, o índice de inadimplência entre 15-90 dias do Bradesco ficou estável em 2,6%, o que o analista avalia ser um bom sinal, pois 75% das operações prorrogadas já foram realizadas e estão em situação regular (com 98% em dia).

Já o Credit Suisse aponta que o resultado do Bradesco é neutro para o papel com o lucro superando o consenso, mas com uma composição dos resultados pior do que esperado já que lucro pré-provisão veio 7% abaixo das estimativas do banco, com uma Margem financeira bruta (NII) mais fraca, assim como o resultado da seguradora, compensados na parte de provisões que foram melhores do que esperado.

Com o aumento das renegociações dos empréstimos causando um pouco de preocupação à primeira vista, os analistas destacam queda de 20% em NPL incluindo renegociações e uma performance positiva dos ativos saudáveis dos portfolios renegociados continuam a apoiar essa redução no custo do risco.

“O Bradesco também já demonstrou bastante disciplina na performance de gastos, algo que devemos continuar vendo, já que o banco deve continuar a reduzir e otimizar sua rede de distribuição”, avaliam.  O segmento corporativo continua impulsionando crescimento e houve uma desaceleração do varejo.

Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 62,78, -0,78%)

O GPA registrou lucro líquido consolidado de R$ 386 milhões aos acionistas controladores no terceiro trimestre de 2020, o resultado é de alta de 151,3% ante o mesmo período de 2019. O Ebitda ajustado do grupo, por sua vez, ficou em R$ 1,663 bilhão, um crescimento de 74,5%.

A receita bruta consolidada do grupo foi de R$ 23,5 bilhões, alta de 11,2% sobre o mesmo período de 2019. O destaque, mais uma vez, foi o braço de atacarejo Assai. O faturamento do atacarejo foi de R$ 10,1 bilhões, incremento de R$ 2,5 bilhões ante o ano anterior. No conceito mesmas lojas o crescimento foi de 18,1%.

No multivarejo o faturamento ficou em R$ 7,4 bilhões, crescimento de 10,4% em mesmas lojas, excluindo postos e drogarias. O Grupo Éxito faturou R$ 6 bilhões, avanço de 23,7% nas vendas totais e de 2,3% no critério mesmas lojas, excluindo postos e em moeda constante.

A companhia tem em caixa R$ 7,3 bilhões, o que corresponde a 124% da dívida de curto prazo (12 meses).

Conforme destaca a XP, o GPA reportou resultados sólidos, em linha com AS estimativas. No Brasil, o faturamento bruto foi de R$ 17,5 bilhões, acima da estimativa da equipe de análise, com o principal destaque sendo a operação de atacado (Assaí) com crescimento de vendas mesmas lojas em 18,1% na comparação anual.

Ambev (ABEV3, R$ 12,89, -3,59%)

A indústria de bebidas Ambev registrou lucro líquido atribuído a controladores de R$ 2,274 bilhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 8,9% em relação ao mesmo intervalo de 2019. Já o lucro líquido reportado no período teve alta de 2,2%, para R$ 2,495 bilhões, na mesma base de comparação.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 5,073 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 15% sobre igual intervalo de 2019. A margem Ebitda ajustada atingiu 32,5%, queda de 4,4 pontos porcentuais sobre o indicador do ano passado.

O resultado financeiro líquido saltou 274,3% entre julho a setembro de 2020 e o mesmo período de 2019, para R$ 1,144 bilhão.

A receita líquida do terceiro trimestre somou R$ 15,604 bilhões, aumento de 30,5% sobre igual intervalo de 2019.

“O impacto total da pandemia da covid-19 em nossos resultados futuros permanece incerto, mas nossas ações serão orientadas no sentido de manter o momentum da nossa recuperação em formato de “V” dos volumes e da receita”, diz a administração da cervejaria, nos comentários de desempenho. De acordo com a Ambev, o cenário permanece desafiador, mas a empresa se diz confiante da sua “posição forte” no mercado e de estar tomando “as decisões corretas”.

A AmBev divulgou resultados acima do esperado para o 3º trimestre, sinalizando uma recuperação em V, destaca a XP, com o Ebitda ajustado ficando 20% acima das projeções da XP e crescendo 52% versus o segundo trimestre de 2020.

“A melhora nos resultados ocorreu em 7 dos 10 principais mercados, mas a surpresa positiva veio (novamente) de Cerveja Brasil, com volumes crescendo 25,4% na base anual, exatamente nossa estimativa (XPe +26% A/A) e acima do consenso do mercado”, avalia.

O Credit Suisse também destacou o resultado como notável. “Em última análise, a melhoria do posicionamento competitivo da AmBev durante a pandemia sustentou ganhos de participação de mercado e base de clientes de volta aos níveis pré-COVID”.

Tanto os analistas do Credit quanto da XP reiteraram recomendação de compra para a ação, com preços-alvos respectivos de R$ 18 e R$ 17,15.

Multiplan (MULT3, R$ 19,10, -0,42%)

A administradora de shopping centers Multiplan teve forte alta do lucro no terceiro trimestre, sob a influência pontual da venda de um ativo, mas as receitas seguiram sob pressão, diante dos efeitos econômicos da Covid-19.

A companhia anunciou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de R$ 568,7 milhões de julho a setembro, um salto de 368% ante mesma etapa do ano passado.

O Ebitda atingiu R$ 703,85 milhões, o triplo do apurado um ano antes. A pesquisa Refinitiv com analistas apontava Ebitda de R$ 121,2 milhões.

Em julho, a Multiplan vendeu o edifício Diamond Tower por R$ 810 milhões, operação que contribuiu R$ 547,1 milhões para o Ebitda e R$ 519,8 milhões paro o lucro líquido. O edifício foi desenvolvido por R$ 266,8 milhões.

Considerando indicadores operacionais, porém, a receita de locação no trimestre foi de R$ 150,2 milhões, queda de 43,7% sobre mesma etapa de 2019, com a Multiplan citando condições facilitadas de aluguel oferecidas a lojistas após a suspensão temporária das operações de varejo e restrições operacionais ainda em vigor, ligadas ainda à pandemia.

“A companhia tem sido seletiva na assinatura de novos contratos com lojistas, a fim de priorizar a receita de locação e a qualidade de seu mix”, afirmou a Multiplan no balanço.

Além disso, a receita de estacionamentos caiu 59,3% no comparativo ano a ano, para R$ 22,3 milhões. A empresa ainda reportou inadimplência líquida de 7,2%, bem menor do que os 16,3% do trimestre anterior, porém mais de 10 vezes os 0,6% de um ano antes.

Porém, a companhia citou dados que mostram evolução gradual dos negócios, conforme medidas de quarentena são retiradas pelo país. As vendas dos lojistas dos shoppings da Multiplan em setembro foram 74,6% do vendido um ano antes, enquanto as do terceiro trimestre como um todo foram 58,4% do apurado de julho a setembro de 2019.

“O quarto trimestre começou seguindo a tendência observada no terceiro trimestre. Em outubro, as vendas dos lojistas já registravam a maior marca desde março, alcançando 80,8% dos níveis do ano passado”, afirmou a empresa. O grupo ainda comentou que mais da metade dos shoppings atingiram 80% dos níveis do ano passado, sendo que 5 ultrapassaram a marca de 90%.

Para o Credit Suisse, os resultados corroboram a visão do banco suíço de que a volta do setor está mais acelerada do que o esperado e que a estratégia adotadaapoiando os inquilinos durante o pico da pandemia valeu a pena.

A maioria dos números operacionais apontam para uma recuperação (vendas, aluguel, inadimplência) enquanto que vacância expandiu levemente. “Olhando para frente, esperamos que os resultados melhorem ainda mais com a normalização do horário de abertura e área de lazer”, avaliam os analistas.

Eles ressaltam que os investidores têm sido cautelosos, com medo de uma deterioração no curto prazo ou mudanças estruturais de longo prazo. Contudo, o balanço demonstra que ambas as preocupações foram exageradas. O banco suíço reitera recomendação outperform e top pick para o papel.

Odontoprev (ODPV3, R$ 12,84, -1%)

A Odontoprev informou na quarta-feira lucro atribuído aos acionistas de R$ 85,8 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 60% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita de vendas e serviços da companhia caiu 4,92%, para R$ 430,35 milhões.

O lucro bruto foi de R$ 256 milhões, alta de 12% frente os R$ 228,39 milhões do mesmo período de 2019.

As despesas operacionais foram de R$ 134,14 milhões, queda de 14,26% frente o mesmo período de 2019.

O Credit Suisse destacou que a empresa adicionou 121 mil beneficiários em comparação com o segundo trimestre, uma alta de 1,7%. Mesmo assim, ainda ficou com 153 mil beneficiários a menos do que no primeiro trimestre.

O banco ressaltou que as adições são principalmente em planos individuais. Para o banco, o movimento mostra o poder de fogo da Odontoprev no segmento de massa, o que “compensa a estagnação nos planos corporativos”. Mas avalia que a empresa ainda precisa crescer a partir de uma base de beneficiários reduzida, em um cenário macroeconômico difícil. O banco manteve a avaliação como neutra, com preço alvo de R$ 15, frente preço atual de R$ 13.

O Morgan Stanley destacou que a receita da Odontoprev caiu 5% frente o terceiro trimestre de 2019, com ambiente corporativo desafiador. O banco avaliou que a empresa é uma das melhores de seu setor, mas deve sofrer pressão sobre suas margens em 2021. Mesmo assim, classificou os resultados como bons, e destacou que elevou a avaliação das ações recentemente para equal weight. O preço-alvo é de R$ 13,50.

Cesp (CESP6, R$ 26,93, -2,67%)

A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) reportou prejuízo líquido de R$ 58,52 milhões no terceiro trimestre de 2020. No mesmo período de 2019, o prejuízo fora de R$ 7,85 bilhões. Quando se considera os nove primeiros meses de 2020, a Cesp registrou lucro de R$ 133,08 milhões, frente prejuízo de R$ 170,1 bilhões no mesmo período de 2019.

O lucro Ebitda foi de R$ 228,8 milhões no período, aumento de 2% frente o ano anterior. A margem Ebitda ajustada no trimestre foi de 50% da receita bruta total, 6 pontos percentuais a menos do que o mesmo período do ano anterior.

O endividamento bruto em 30 de setembro de 2020 era de R$ 1,77 milhões, frente R$ 1,791 milhões no final de 2019.

O Itaú BBA afirmou que os resultados da Cesp estão em linha com o esperado, e avaliou suas ações como outperform, e preço alvo de R$ 38, frente preço atual de R$ 27,91.

Tupy (TUPY3, R$ 19,76, +14,22%)

A fabricante de blocos e cabeçotes de motores Tupy reportou lucro líquido de R$ 128,02 milhões no terceiro trimestre de 2020, um avanço de 92,6% no mesmo período de 2019. Foi o maior resultado líquido da história da companhia.

Mesmo assim, quando se considera os nove primeiros meses de 2020, a empresa registra prejuízo de R$ 162,3 milhões, frente lucro de R$ 206,37 milhões um ano antes.

O lucro Ebitda foi de R$ 257,47 milhões, frente R$ 206,59 milhões no terceiro trimestre. Nos nove primeiros meses de 2020, o Ebitda foi de R$ 419,73 milhões.

A receita da companhia para o terceiro trimestre de 2020 foi de R$ 1,25 bilhão, queda de 6,6% frente o mesmo período do ano anterior. A receita acumulada nos nove primeiros meses do ano foi de R$ 2,987 bilhões, queda de 25,8% frente o mesmo período de 2019.

EDP Brasil (ENBR3, R$ 17,47, -0,17%)

A EDP Energias do Brasil, do setor de geração, distribuição e comercialização de energia, divulgou na quarta-feira (28) resultado do terceiro trimestre de 2020. A empresa teve lucro líquido de R$ 299,772 milhões, queda de 15,3% frente o mesmo período do ano anterior.

O lucro Ebitda foi de R$ 699,408 milhoes, queda de 10,2% frente o trimestre anterior. A margem Ebitda foi de R$ 590,144 milhões, alta de 19,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. E a receita líquida foi de R$ 3,006 bilhões, frente R$ 3,435 bilhões no mesmo período do ano anterior.

A dívida líquida ficou em R$ 5,801 bilhões, alta de 4,4% frnete o terceiro trimestre de 2019.

O Itaú BBA classificou os resultados como “neutros”, dentro de suas expectativas. O banco ressaltou que a EDP pretende implementar um programa de recompra de até 24,8 milhões de ações nos próximos 18 meses. A empresa recomprou 3 milhões no terceiro trimestre. O Itaú BBA avalia as ações como outperform, e preço alvo de R$ 19, frente os R$ 17,5 atuais.

O Credit Suisse avaliou que os resultados da EDP são bons e dentro das expectativas, mas indicam que os impactos da Covid ainda estão sendo sentidos, com a dívida líquida aumentando em parte para fazer caixa durante a pandemia. O banco classificou as ações como outperform, com preço-alvo de R$ 24,60.

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 19,61, +2,61%)

A BR Distribuidora deverá ter um impacto positivo de R$ 874,6 milhões nas demonstrações financeiras do quarto trimestre como resultado de uma decisão judicial contra a qual não cabe mais recurso, informou a companhia.

A decisão, da 12ª Vara Federal do Rio de Janeiro, refere-se a valor de ICMS a ser excluído da base de cálculo do PIS/Cofins, acrescentou a empresa em comunicado.

“Desta forma, a confirmação judicial do conceito jurídico e da metodologia de cálculo para apuração de tal crédito irá gerar um reconhecimento total no resultado da companhia em 2020 de 1,4 bilhão de reais, entre principal e atualização, já incluído neste valor os 551 milhões de reais registrados no 2° e 3° trimestres”, explicou.

O ganho adicional no 4ª trimestre será no valor total de R$ 874,6 milhões, sendo R$ 647,4 milhões de principal, como “outras receitas”, e R$ 227,2 milhões de atualização monetária, como receita financeira.

Stone, Linx (LINX3, R$ 36,24, -0,08%) e Totvs (TOTS3, R$ 28,50, +3,64%)

A Linx afirmou nesta quinta-feira que a Stone melhorou os termo de sua proposta pela empresa de software para o varejo, desistindo de uma das multas previstas no acordo e ampliando parcela em dinheiro da oferta.

A empresa de meios de pagamento afirmou à Linx que desistiu de receber multa de R$ 112,5 milhões relacionada a uma eventual rejeição pelos acionistas de dispensa de listagem no Novo Mercado e outras condições, após receber ordem de superintendência de regulação da B3.

“A Stone concordou em renunciar à referida multa não apenas em relação à rejeição de dispensa de sua listagem no Novo Mercado, mas também em relação às demais matérias da ordem do dia relacionadas à operação”, afirmou a Linx em fato relevante ao mercado.

A Stone também afirmou à empresa que decidiu elevar em R$ 0,50 por ação da Linx parcela em dinheiro da oferta, para R$ 32,06. Na véspera, as ações da Linx fecharam a 36,27 reais.

A Linx, que já estava inclinada em aceitar a oferta anterior da Stone, afirmou que seu conselho de administração manteve a preferência por um acordo com a empresa.

A oferta da Stone está sendo desafiada pela produtora de software corporativo Totvs. Os acionistas da Linx farão uma assembleia para discutir as ofertas em 17 de novembro.

Cogna (COGN3, R$ 4,54, +6,82%)

A Cogna informou faturamento de R$ 365 milhões com vendas no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2021, sendo que R$ 158 milhões foram reconhecidos no terceiro trimestre de 2020.

“Em decorrência da conclusão das negociações entre a Saber e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o volume total de vendas das Editoras Ática, Scipione e Saraiva Educação no PNLD 2021 foi de 44,1 milhões de livros”, afirmou a companhia.

O processo de recompra das obras dos anos iniciais do ensino fundamental, obteve 100% de aprovação na adequação à base nacional comum curricular (BNCC). “Em função das reprovações de obras de outras editoras, houve um crescimento de aproximadamente 4 p.p. no market share de nossas editoras, representando um acréscimo de 6 milhões de exemplares, e colocando-nos como líderes deste segmento.”

No processo de escolha no segmento de Ensino Médio, a Cogna disse que as suas editoras tiveram a aprovação de 100% das obras inscritas no Objeto 1 – Projetos Integradores e Projeto de Vida. Isso representou um market share de 24,1% das obras aprovadas, “deixando a companhia bem posicionada para o processo de escolha das referidas obras no primeiro semestre de 2021”, acrescentou.

Segundo o Bradesco BBI, a notícia é positiva, uma vez que a Cogna conseguiu manter sua posição sólida no PNLD e até aumentar sua participação de mercado. O resultado também deve ajudar a mitigar o impacto negativo do COVID-19 nos resultados da empresa no terceiro trimestre. Os analistas do BBI seguem com recomendação neutra para a ação e preço-alvo de R$ 6,50.

IRB (IRBR3, R$ 6,11, +0,33%)

O IRB Brasil informou que, nesta quinta-feira, ocorreu liquidação de emissão de debêntures, que terá os recursos utilizados para reenquadrar a companhia aos critérios definidos pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), para a cobertura de suas provisões técnicas e da margem adicional de liquidez regulatória, bem como para fortalecer a estrutura de capital.

A emissão é composta por 597.439 debêntures, sendo que, foram emitidas 450.439 debêntures da 1ª Série, com vencimento em outubro de 2023; e 147.000 da 2ª Série, com prazo até outubro de 2026; no montante total de R$ 597,439 milhões.

BRF (BRFS3, R$ 16,92, -0,47%)

A BRF contratou crédito rotativo de até R$ 1,5 bilhão com o Banco do Brasil, com prazo de três anos. A companhia ainda informou que liquidou antecipadamente empréstimo de R$ 1,57 bilhão que venceria entre agosto de 2021 e janeiro de 2022.

Qualicorp (QUAL3, R$ 31,92, +2,44%)

A Qualicorp anunciou nesta quarta-feira a compra de uma carteira de cerca de 4,3 mil vidas no segmento coletivo por adesão da Health Administradora de Benefícios, sem mencionar valores.

A carteira, no Estado de São Paulo, envolve pessoas atendidas pela Notre Dame Intermédica (GNDI3).

“A transação, que envolve somente os direitos e obrigações sobre a carteira, está alinhada à estratégia de crescimento da companhia nas suas frentes de negócio e ao seu objetivo de diversificação do portfólio de vidas em diferentes operadoras”, afirmou a Qualicorp, adicionando que a carteira será adicionada à sua unidade que atendem os públicos C, D e E.

Via Varejo (VVAR3, R$ 18,25, +4,35%)

A Via Varejo comunicou a aquisição da I9XP, empresa de tecnologia situada em São Paulo com 155 colaboradores, sendo 120 desenvolvedores, especializada em desenvolvimento de soluções para e-commerce.

“Essa mais nova aquisição faz parte da estratégia de aceleração da transformação digital da Companhia, desta vez focando na evolução de projetos especiais como marketplace e logística”, apontou a Via Varejo, que afirmou que a consumação da aquisição está sujeita ao cumprimento de algumas condições de praxe previstas nos documentos definitivos.

Por fim, a companhia informou que a compra será feita por sua subsidiária VVLog Logística Ltda. e não está sujeita ao disposto no artigo 256 da Lei das S.A.

Randon (RAPT4, R$ 12,86, +4,30%)

A Randon anunciou a conclusão favorável de uma discussão judicial referente à exclusão do ICMS do PIS e da COFINS da Randon e de suas controladas Fras-Le, Jost e Master. Em junho de 2020, a empresa informava que essa disputa poderia resultar em um ganho pontual de R$ 485 milhões a R$ 560 milhões, ou R$ 1,45 a R$ 1,66 por ação.

“As notícias são positivas para a Randon, pois essa disputa tributária deve resultar em um ganho pontual no resultado do quarto trimestre. Os R $ 485 milhões-R $ 560 milhões serão atualizados e também podem incluir o período de dezembro de 2001 a janeiro de 2005. Em um cenário conservador de ganho pontual de R $ 485 milhões, estimamos que o preço das ações poderiam subir 12%, para precificar esse ganho pontual”, apontam os analistas.

Locaweb (LWSA3, R$ 70,60, +7,54%)

A Locaweb comunicou  a aquisição da “Vindi” (comunicado), sendo  a terceira aquisição da companhia desde fevereiro de 2020, reforçando o plano de M&A da companhia divulgado na época de IPO para 2020 de oferecer um ecossistema completo para auxiliar varejistas no processo de digitalização dos seus negócios.

De acordo com o comunicado, a empresa foi avaliada em R$ 180 milhões, considerando uma aquisição de 100% do capital social.

“Vemos a aquisição como positiva, sendo relativamente maior do que as anunciadas no mês de setembro. As aquisições recentes são sinalizações importantes em relação ao comprometimento da companhia com o plano de M&A desenhado à época do IPO. (…) Vemos espaço para mais oportunidades de aquisições se materializarem ao longo dos próximos meses”, avalia a XP, que mantém recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 71 ao final de 2021.

(Com Agência Estado e Reuters)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.