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SÃO PAULO – As ações da JBS (JBSS3), após atingir máxima histórica na véspera, voltaram a registrar ganhos na sessão desta quinta-feira (15). Os papéis subiram 3,63%, a R$ 34,51 por ação, em uma sessão de alta também para Marfrig (MRFG3, R$ 19,30, +2,39%) e Minerva (BEEF3, R$ 11,20, +1,63%).
No radar desta sessão, estão duas notícias que movimentam o noticiário sobre a empresa.
Ontem à noite, a companhia informou que investirá R$ 1,7 bilhão até 2023 na expansão e melhorias de sete unidades de aves, suínos e alimentos preparados no Rio Grande do Sul, para atender mercados interno e externo.
No mesmo dia, mais cedo, o presidente da JBS América do Sul e da Seara, Wesley Filho, fez o anúncio durante reunião por videoconferência com o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), secretários e deputados estaduais.
Segundo nota do governo gaúcho, 35% do aporte será destinado a plantas de aves dos municípios de Trindade do Sul, Passo Fundo, Caxias do Sul e Nova Bassano. Outros 32% vão para a unidade de suínos da cidade de Seberi. O governo afirmou que os 33% restantes irão para as áreas de alimentos preparados em Bom Retiro do Sul, Seberi e Santa Cruz do Sul. Ao todo, a companhia está presente em 25 municípios gaúchos, com fábricas em 12.
A JBS ainda afirmou que tem uma rede de 2,8 mil produtores integrados no Estado, para fornecimento de matéria-prima.
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De acordo com o Bradesco BBI, que possui recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 38 para os papéis, o anúncio, ainda que positivo, é neutra para ação, uma vez que faz parte do processo de expansão que a companhia já havia anunciado no final de 2019, estimando um capex (investimentos em capital) de R$ 8 bilhões até 2024.
Ainda no radar, os analistas do Credit Suisse reiteraram perspectiva “bullish” para a JBS, após encontro com Fabio Sandri, presidente-executivo da unidade norte-americana Pilgrim’s Pride, citando que ela pode ser uma surpresa positiva nos resultados de 2021. A Pilgrim’s pertence à empresa brasileira e é uma produtora de frango nos Estados Unidos e em Porto Rico, e o segundo maior produtor de frango no México.
Victor Saragiotto e Felipe Vieira destacaram estar com uma avaliação positiva para a empresa, uma vez que o aumento nos preços de aves parece mais do que compensar a alta nos preços de grãos (que a rigor elevam os custos para a empresa), garantindo assim margens mais saudáveis. Além disso, um bom ritmo de vacinação nos EUA pode melhorar a atividade nos próximos meses, favorecendo o setor.
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Eles também apontam que, adicionalmente, a JBS USA Beef e a JBS USA Pork deverão se beneficiar da oferta ainda favorável de bovinos e suínos, levando a margens mais fortes nos próximos meses. Já no Brasil, o patamar mais depreciado do real deve ajudar a compensar parcialmente a pressão de custos vindo da Seara e da JBS Brasil (para carne bovina).
“Em resumo, continuamos vendo a JBSS3 como uma das empresas mais atrativas da cobertura e estamos otimistas com o case de investimentos”, apontam os analistas, que possuem recomendação outperform para os papéis, com preço-alvo de R$ 36.
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