Ações da Hapvida (HAPV3) já caíram demais? Analistas acreditam que sim

Para XP, BBA e Citi, companhia ainda pode oferecer bons resultados e potencial de ganho de ações é positivo

Camille Bocanegra

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A Hapvida (HAPV3) segue sua trajetória de desvalorização em 2024, com recuo de 23,14% no ano após a recente queda de mais de 11% na semana passada. Só na sessão de quarta-feira (14) a companhia perdeu 2,56%, a R$ 3,42, e tem uma sessão instável nesta quinta-feira. Mas será que a má fase para os papéis da companhia tem data para acabar? De acordo com analistas do Citi, da XP e do Itaú BBA, sim.

O Citi considera que as más notícias que envolvem a companhia já estão precificadas e que o potencial de ganhos de ações está inclinado para o lado positivo. De acordo com a análise, a queda nos papéis reflete as preocupações de investidores com a demora na recuperação das margens. Associado à possível continuidade de fraqueza comercial, poderia impulsionar outro ciclo de revisões negativas. Contudo, o banco acredita que, mesmo com estimativas mais conservadoras, os papéis poderiam negociar a múltiplos de 11,4 vezes o preço sobre lucro (P/L) no fim de 2025 e apresentam rendimento de 9% em fluxo de caixa livre (FCFE, na sigla em inglês). O Citi segue recomendando compra para o nome, com preço-alvo de R$ 6,00.

Se o pior já passou, a primeira luz no caso Hapvida deverá vir dos resultados do quarto trimestre de 2023, que serão apresentados em 27 de março, para a XP. A expectativa do research da corretora é que o balanço apresentado seja positivo, com fortes aumentos de preços trazendo avanço para a receita total. A taxa de sinistralidade deverá ser um dos destaques positivos pela diminuição sequencial esperada, que é fruto da estratégia comercial da empresa e de maior controle na utilização.

A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) deverá crescer, acompanhando a redução de despesas operacionais em relação à receita. O único porém observado pela análise da XP é o endividamento líquido ainda elevado da empresa, que deve impactar o resultado final. A XP recomenda compra, com preço-alvo estabelecido em R$ 5,70.

O Itaú BBA considera que a forte queda dos papéis reflete a comunicação da companhia para os investidores reforçar que o foco em 2024 deve ser na integração das operações da NDI. A Hapvida deve manter abordagem cautelosa para reduzir eventuais impactos para os beneficiários de NDI, o que deve significar que alguns ajustes nas operações do Sudeste devem ser postergados, de acordo com a análise. O banco considera o nome como compra, mas revisou o preço-alvo para baixo, de R$ 7 para R$ 6.

A redução do target reflete a diminuição de expectativas para melhora de sinistralidade e rentabilidade. A nova projeção do BBA sugere revisão de 17% no lucro para 2024 e de 10% para 2025. Ainda assim, a expansão forte de lucro líquido é esperada pelo banco e o nome ainda é apoiado pela sua operação verticalizada, considerada uma vantagem competitiva relevante para o BBA. A estratégia permite que a companhia siga como opção mais acessível no mercado de planos de saúde brasileiro e apresenta maior eficiência, garantindo rentabilidade e geração de caixa, na visão dos analistas.

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A projeção de relação entre P/L é de 14 vezes em 2024 e 9 vezes em 2025, com ajustes de amortização de intangível, ou 18 vezes e 12 vezes sem o ajuste, respectivamente (em estimativa para 2025 muito próxima do observado pelo Citi).