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SÃO PAULO – O início da sessão foi marcado por queda, de cerca de 3%, das ações da Cielo (CIEL3, R$ 3,93, +0,77%) após o anúncio da saída de Paulo Caffarelli do comando da companhia (veja mais clicando aqui). Contudo, os papéis conseguiram virar para alta.
Enquanto isso, as ações da Eletrobras (ELET3, R$ 41,70, -1,88%; ELET6, R$ 41,13, -3,02%) chegaram a abrir com ganhos de até 2%, mas passaram a operar perto da estabilidade minutos depois e logo viraram para queda acentuada durante a tarde, em meio à aprovação na Câmara dos Deputados do texto da Medida Provisória que viabiliza a privatização da companhia.
Na véspera, os ativos avançaram cerca de 4%, acumulando ganhos de 22% em 2021. Agora, os investidores estão de olho nos próximos passos da tramitação do texto, principalmente no Senado, onde a matéria deverá ser votada até dia 22 de junho para que não perca a validade.
Entre as altas nesta sessão, ficaram os ativos de aéreas como Azul (AZUL4, R$ 40,21, +1,03%), com alta de cerca de 1%, enquanto a Gol (GOLL4, R$ 25,94, +0,12%) ficou próxima da estabilidade, com as perspectivas de que a aceleração no ritmo de vacinação da população possa levar à retomada das operações.
Ainda em destaque, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgados na véspera, a aposta da Azul na aviação regional (e com aviões menores) está dando resultados. A empresa respondeu por 45,1% do mercado doméstico em abril. Com o resultado, a empresa ampliou a participação registrada em março, de 40,7%, e marcou o seu melhor “market share” mensal.
Unidas (LCAM3, R$ 26,29, +5,12%) e Localiza (RENT3, R$ 62,47, +4,53%) se destacaram entre as maiores altas do Ibovespa mesmo após o Cade enxergar concentração excessiva na fusão das empresas.
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A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avaliou que a união das companhias necessita de análise mais aprofundada pelo conselho. De acordo com despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU), a superintendência declarou o negócio “complexo”, o que significa que a operação irá para análise do tribunal do Cade, composto por seis conselheiros e o presidente. Fora do índice, a rival Movida (MOVI3, R$ 17,78, +7,24%) também subiu forte.
Apesar do órgão anti-truste decidir aprofundar a análise da fusão das empresas, houve certo alívio a receios no mercado de que o órgão antitruste recomendasse de primeira a não aprovação do acordo.
Atenção ainda para a BRF (BRFS3, R$ 23,16, +5,18%), maior alta do índice no dia, ampliando a recuperação em maio, com alta que já chega a 11,40% no mês. Nesta data, Lorival Luz, presidente-executivo da companhia, disse que a BRF tem buscado oportunidades de crescer localmente no mercado da China, que representa mais de 30% das exportações da empresa para a Ásia.
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A Vale (VALE3, R$ 111,11 -1,02%) teve queda de cerca de 1% em meio à nova queda dos preços do minério de ferro na China, após o governo buscar uma supervisão mais rigorosa dos mercados de commodities para conter os preços exorbitantes, levando a uma nova sessão de perdas.
Fora do Ibovespa, atenção para as ações da Allied (ALLD3, R$ 19,24, +1,58%), distribuidora de eletrônicos no Brasil e que estreou na B3 em 12 de abril. Os papéis chegaram a saltar 10% na máxima do dia na esteira de diversas recomendações positivas de bancos para as ações. Os ativos, porém, amenizaram a alta.
Atenção ainda para a OSX (OSXB3, R$ 11,80, -5,22%), que teve queda de mais de 6% de suas ações após a Justiça do Rio de Janeiro decretar na véspera a falência da MMX Mineração, que faz parte do mesmo conglomerado e é controlada por Eike Batista. As ações da MMX deixaram de negociar nesta quinta por conta da falência (veja mais aqui).
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Confira mais destaques abaixo:
Eletrobras (ELET3, R$ 41,70, -1,88%; ELET6, R$ 41,13, -3,02%)
A Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira o texto da medida provisória que permite a privatização da Eletrobras. A proposta autoriza o governo a diluir sua participação na estatal, hoje em torno de 60% para 45%, por meio da oferta de novas ações no mercado. A MP foi aprovada por 313 votos a favor a 166. Os deputados votaram todos os “destaques” durante a madrugada de quinta-feira. O texto agora passa à análise do Senado, onde tem de ser aprovado até o dia 22 de junho para que não perca a validade.
A MP foi aprovada sem apoio da oposição e com resistência de partidos da base aliada. Pela manhã de ontem, partidos entraram com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a votação. O líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que a votação era uma afronta à democracia, por não ter sido discutida em uma comissão mista, formada por deputados e senadores.
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Apesar da negociação do governo com o relator da proposta, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), nos últimos dias, a MP foi aprovada com diversos “jabutis”, como são chamadas as emendas que mudam o teor do texto do Executivo. Por meio de um acordo, o deputado chegou a retirar algumas das medidas, mas manteve propostas que terão como consequência o aumento da conta de luz do consumidor final.
O primeiro parecer apresentado por Nascimento condicionava a privatização da Eletrobras à contratação prévia de 6 mil megawatts (MW) de termelétricas em locais definidos pelo relator. A contrapartida foi retirada do texto em uma nova versão do relatório, apresentado nesta tarde durante análise da matéria no plenário.
A exigência foi suprimida após o governo alegar que não havia projetos para todas essas usinas e com o risco de que isso impedisse a privatização, prevista para ser concluída no início de 2022.
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Contudo, o relator manteve a contratação dessas termelétricas, por meio de leilão, nas Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, onde há poucas reservas e gasodutos. A construção de infraestrutura para escoar o insumo deve resultar no aumento de custos para o consumidor. Deputados se manifestaram contra à proposta. “Estamos reduzindo a eficiência do setor como um todo, criando um custo desnecessário. Podemos, sim, contratar energia de térmicas, onde há gás e gasodutos”, afirmou o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES).
Ao contrário do que foi acordado com o governo, o deputado não retirou a obrigação permanente de contratar uma mínima de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em leilões de energia nova. Ele manteve uma regra pela contratação mínima de 2 mil MW de PCHs nos leilões A-5 e A-6. Depois desses 2 mil MW, os leilões ainda deverão contratar 40% de PCHs nos leilões até 2026, por 20 anos, ao preço do leilão A-6 de 2019, de R$ 285,00 por MWh.
O texto aprovado também permite a prorrogação dos contratos das usinas contratadas no âmbito do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Com o vencimento dos contratos, as usinas teriam de disputar leilões de energia velha e reduzir seus custos. A MP, no entanto, vai permitir que elas tenham as outorgas estendidas de forma automática, por mais 20 anos, a preço de energia nova – que inclui o valor da construção de um novo empreendimento, embora elas já estejam prontas.
Allied (ALLD3, R$ 19,24, +1,58%)
O Itaú BBA iniciou cobertura para a ação da distribuidora varejista de produtos eletrônicos Allied Tecnologia com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 32, o que corresponde a um potencial de valorização de 69% frente o fechamento da véspera. A companhia estreou na B3 em 12 de abril de 2021: desde então, até o fechamento da véspera, os papéis subiram cerca de 5%.
“Vemos a empresa como um nome interessante que oferece um crescimento saudável a uma valuation barato”, apontam os analistas do BBA. Eles destacam que a companhia possui participação de mercado dominante no negócio de distribuição, presença saudável na frente digital e expansão contínua da operação de varejo devem impulsionar o crescimento sólido de lucro por ação nos próximos quatro anos.
“A combinação aprimorada resultante da expansão digital e do varejo do negócio de distribuição deve se traduzir em melhores métricas de retorno”, avaliam, destacando que a empresa tem um balanço sólido e algumas opcionalidades que podem jogar a favor da Allied no médio prazo.
O BTG também iniciou cobertura para a ação com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 34, ou um potencial de valorização de 79,5%.
Na véspera, o Bradesco BBI também havia iniciado cobertura para o papel com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28.
“A Allied é uma distribuidora líder de eletrônicos no Brasil e está alavancando sua escala e capilaridade para entrar no varejo
direto ao consumidor (físico e digital). Embora existam riscos (principalmente concorrência), acreditamos que eles estão mais
do que refletidos no valuation, o que deixa muito espaço para expansão”, apontaram os analistas do BBI.
Segundo o BBI, a Allied já entregou uma “prova de conceito” sobre a mudança para D2C (diret to consumer, ou direto para
o consumidor), com o varejo (físico e digital) representando 25% da receita e 47% da lucro bruto, mostrando a capacidade da empresa de executar essa nova estratégia de margem superior. A empresa também está construindo novos serviços como “iPhone para Sempre” e sua solução de crédito Soudi, criando assim novas vias de crescimento que alavancam seus negócios de Distribuição e Varejo.
Cielo (CIEL3, R$ 3,93, +0,77%)
O conselho de administração da Cielo aprovou em reunião na véspera o pedido de renúncia do diretor-presidente da companhia Paulo Rogério Caffarelli. Na mesma reunião, o colegiado elegeu para o posto, por unanimidade, Gustavo Henrique Santos de Sousa, que hoje ocupa os cargos de Diretor sem Designação Específica (vice-presidente de Finanças) e de Diretor de Relações com Investidores.
Em comunicado, a companhia afirma que Santos de Sousa ficará até a primeira reunião a ser realizada pelo Conselho de Administração imediatamente após a Assembleia Geral Ordinária da companhia que deliberar sobre questões referentes ao exercício social de 2021. O documento também diz que o executivo preenche todas as condições previstas em resolução do Banco Central e somente tomará posse após a homologação de sua eleição pelo BC.
Na avaliação do Itaú BBA, a notícia é ligeiramente negativa, destacando que Caffarelli, que é CEO da Cielo há três anos, liderou mudanças importantes na empresa, incluindo o foco estratégico no desenvolvimento de uma plataforma de distribuição, produtos, CRM e soluções centradas na segmentação de lojistas de SMB.
Além disso, a Cielo enfrenta atualmente enormes desafios operacionais, com o setor de pagamento passando por mudanças disruptivas impulsionadas pela intensificação da competição em produtos de aquisição tradicionais e pela implementação de novas iniciativas regulatórias e tecnológicas (por exemplo, avanço do PIX, WhatsApp Pay, etc.). Por fim, concorrentes como PagSeguro, Stone e Mercado Pago, entre outros, estão ampliando sua oferta de produtos, principalmente em produtos bancários, de crédito e de software.
“Acreditamos que a renúncia de Caffarelli representa um desafio a mais no contexto dinâmico e competitivo que a Cielo está enfrentando e deve se somar às incertezas do mercado quanto à capacidade da empresa de se reinventar em um cenário extremamente adverso”, avaliam os analistas do BBA.
Banco Inter (BIDI11, R$ 184,40, +3,17%) e ABC Brasil (ABCB4, R$ 16,62, -0,24%)
O banco Inter firmou parceria com o Banco ABC Brasil para atuar conjuntamente no mercado de capitais brasileiro.
A parceria, segundo comunicados divulgados na noite de quarta-feira, utilizará a expertise do ABC Brasil em originação e estruturação de operações de debêntures de infraestrutura, crédito privado e de distribuição no segmento institucional; e a capilaridade e expertise em crédito imobiliário do Inter para a distribuição entre os seus mais de 11 milhões clientes.
“A parceria entre os dois bancos deve gerar sinergias pelo fato de os bancos terem potenciais complementariedades”, afirmou o analista da Guide Investimento Luis Sales, em nota a clientes.
Na visão de analistas do BTG Pactual, o acordo é positivo para o Inter, mas especialmente positivo para o ABC Brasil, que aproveita do poder de distribuição no varejo do Inter.
O ABC Brasil é controlado pelo Arab Banking Corporation (ABC) enquanto o Inter é controlado pela família Menin, de Minas Gerais.
Ambev (ABEV3, R$ 17,54, -0,11%)
O Itaú BBA rebaixou ainda a recomendação para as ações da Ambev, que passaram de outperform (desempenho acima da média do mercado) para marketperform (desempenho em linha com a média do mercado), apesar da elevação do preço-alvo para 2021 de R$ 18 para R$ 19.
“Os resultados do quarto trimestre de 2020 e do primeiro trimestre de 2021 foram positivos e superaram nossas estimativas, com os principais fatores sendo preços acima do esperado e volumes melhores do que o esperado. Enquanto incorporamos esse momentum em nossas projeções revisadas, levando a revisões positivas, destacamos que a partir da segunda metade do ano haverá uma base de comparação mais difícil para o resto do ano. Somando-se a isso, vemos uma inflação de custos persistente se estendendo até 2022, o que poderia criar desafios adicionais à medida que a Ambev busca expandir suas margens”, apontam os analistas.
De acordo com os analistas, apesar da notável execução da empresa em termos de inovação tecnológica e de produto, a redução da recomendação é baseada no: forte desempenho das ações desde a elevação da recomendação em dezembro, levando a um potencial de alta mais limitado e as perspectivas desafiadoras para o segundo semestre de 2021 e para 2022.
CCR (CCRO3, R$ 13,68, -0,80%)
A CCR comunicou que a diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou a celebração do Primeiro
Termo Aditivo ao Contrato de concessão firmado por sua controlada direta MSVia com a União em 2013, por intermédio da agência reguladora.
O termo estabelece as obrigações relativas à relicitação do trecho concedido da BR-163/MS, trecho
entre a divisa do estado do Mato Grosso e a divisa com o Paraná, nos termos da qualificação do empreendimento aprovada em março.
Simpar (SIMH3, R$ 48,90, +2,30%), Movida (MOVI3, R$ 17,78, +7,24%), Vamos (VAMO3, R$ 48,25, +3,12%) e JSL (JSLG3, R$ 11,06, -0,98%)
O Itaú BBA participou do Dia do Investidor da Simpar. O banco afirma que a gestão apresentou uma visão positiva para todas as suas subsidiárias nos próximos anos. As expectativas para 2025, em especial, estão “substancialmente acima” de suas estimativas. As previsões otimistas são sustentadas pela baixa taxa de penetração de empresas de aluguel de veículos leves e caminhões no Brasil.
Assim, o banco reitera sua avaliação outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) para Simpar, Movida, Vamos e JSL.
Fras-le (FRAS3, R$ 11,40, -0,96%)
A Fras-le divulgou seus dados sobre receita relativos a abril. A receita bruta total ficou em R$ 294,2 milhões, frente a R$ 354,4 milhões em março. A receita líquida consolidada ficou em R$ 203,6 milhões, frente a R$ 252,6 milhões em março.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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