Ação da Centauro zera após chegar a subir 5%; Totvs dispara 6% depois de compra e Magalu cai antes de balanço

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (29)

Lara Rizério

(Divulgação)
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SÃO PAULO – O Ibovespa registrou uma sessão de perdas após atingir um novo recorde na véspera, quando fechou acima dos 108 mil pontos pela primeira vez.

Entre os destaques do mercado, as ações da CCR (CCRO3, R$ 16,51, -2,25%) caíram após o resultado, enquanto B2W (BTOW3, R$ 51,18, -1,83%) fechou em queda após subir na abertura em meio à parceria com a Centauro (CNTO3). Fora do índice, os ativos CNTO3 chegaram a registrar ganhos expressivos, de cerca de 5%, mas amenizaram os ganhos ao longo do pregão e fechou no zero.

Também fora do índice, Totvs (TOTS3, R$ 62,00, +6,38%) registrou ganhos de cerca de 6% após anunciar a compra de 88,8% do capital da Supplier Participações, pelo montante de R$ 455,2 milhões.

Vale destacar ainda que, após o fechamento do mercado, Magazine Luiza (MGLU3) , Smiles, Multiplan, Cielo, RD (RADL3), Ecorodovias e Duratex informam seus números referentes ao terceiro trimestre.  As ações do Magazine Luiza fecharam em queda de 3,56%, enquanto os ativos RD subiram 2,24%.

Confira os destaques do mercado:

B2W (BTOW3) e Centauro (CNTO3)

A B2W, controladora de sites como Americanas.com, Submarino e Shoptime, fechou parceria com a Centauro para lançar uma plataforma de venda online de artigos esportivos. Em comunicado, a B2W afirma que vai vender artigos oferecidos pela Centauro em suas páginas na categoria Esportes.

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A partir de terça (29), as companhias vão lançar o site Centauro by Americanas.com, que vai contar, segundo a B2W, como marcas e produtos que antes só eram encontrados em sites especializados. O consumidor poderá comprar os artigos e retirar nas lojas físicas da Centauro. E para os endereços próximos das lojas físicas, haverá a opção de entrega expressa.

A B2W não dá detalhes financeiros sobre o acordo, e diz que ele faz parte da estratégia de permitir ao cliente encontrar vários artigos diferentes em um único lugar, chamado de one-stop-shop.

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Para o Brasil Plural, o acordo de parceria entre B2W e Centauro é positivo para o case da B2W, “pois devem aumentar o crescimento de GMV e também mostram o esforço de encontrar novos e importantes vendedores para se tornar um verdadeiro one-stop-shop”.

Petrobras (PETR3;PETR4) e aéreas

O governo estuda quebrar o monopólio da Petrobras na venda de querosene de aviação como forma de reduzir os custos para as empresas aéreas, diz o jornal Folha de S.Paulo. A iniciativa pretende atrair empresas estrangeiras para ampliar rotas e derrubar o preços das passagens. A informação foi discutida entre o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas e o secretário nacional de Aviação, Ronei Glanzmann.

O ministro da Infraestrutura anunciou ainda que o governo federal vai eliminar a taxa adicional de US$ 18, cerca de R$ 72, em voos internacionais – que está em vigor atualmente. Popularmente conhecida como taxa de embarque, a taxa aeroportuária é o valor cobrado do passageiro e engloba as cobranças por embarque, conexão, pouso e permanência.

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Governo vai acabar com a taxa adicional de embarque de US$ 18 em voos internacionais

O preço é determinado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e todo viajante obrigatoriamente paga o valor embutido na passagem quando faz uma compra. De acordo com a Anac, hoje a taxa de embarque máxima a ser paga é de R$ 115,82. Ainda não está claro qual será o preço final depois que a mudança entrar em vigor.

Vale (VALE3)

O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a tragédia em Brumadinho (MG) propôs no parecer o indiciamento das empresas Vale, TÜV SÜD e de mais 22 pessoas. Hoje, está prevista sessão que vai discutir o parecer.

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A Coluna do Estadão destaca que a CPI de Brumadinho, comandada pela esquerda na Câmara dos Deputados, pretende propor a realização de um plebiscito sobre a reestatização da Vale. “A sociedade deve decidir se o lucro deve ou não ser revertido à sociedade”, disse Júlio Delgado (PSB-MG), presidente da comissão.

Em seu relatório, Rogério Correia (PT-MG) diz ser necessário questionar os benefícios desse tipo de mineração, finita, que não compartilha lucros com municípios e deixa populações expostas a tragédias ambientais.

CCR (CCRO3)

A CCR teve lucro líquido de R$ 340,2 milhões no terceiro trimestre, montante 6,9% inferior que o reportado um ano antes. A empresa informou que, em bases comparáveis, o lucro atingiu R$ 352,1 milhões, retração de 3%.

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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recuou 21,4%, para R$ 1,527 bilhão. Já margem Ebitda ajustada atingiu 63,4% (+3,2 p.p.). Em bases comparáveis, o Ebitda avançou 6,2%, a R$ 1,388 bilhão – com margem 0,4 p.p. menor, a 62,9%.

A receita líquida, sem construção, atingiu R$ 2,409 bilhões, alta de 15,3%. Em mesmas bases, a receita somou R$ 2,205 bilhões, incremento de 6,9%.

Para o Itaú BBA, a CCR apresentou resultados neutros no terceiro trimestre, marcados por alguns eventos não recorrentes. O tráfego comparável aumentou 2% e a receita líquida aumentou 15,3% na comparação anual, em linha, enquanto o Ebitda e o resultado final ficaram abaixo das estimativas do Itaú BBA.

Em relatório, a analista do Itaú BBA Renata Faber destaca que o Ebitda reportado foi favorecido por eventos não recorrentes no valor de R$ 47,7 milhões e teria melhorado 13,2%, excluindo esses itens pontuais, ao invés de 21,4%.

Segundo o relatório, o resultado líquido foi afetado por uma receita patrimonial abaixo do esperado e por um item negativo na linha de imposto de renda relacionado à baixa de R$ 30,8 milhões para o teste de impairment da MSVia.

BRF (BRFS3)

A BRF informou que irá investir US$ 120 milhões em uma unidade de processamento de produtos de frango na Arábia Saudita. Segundo comunicado ao mercado, um Memorando de Entendimentos (MOU) foi assinado com a Saudi Arabian General Investment Authority (SAGIA), em caráter não-vinculante, contemplando a construção e operação, pela BRF, da planta.

A companhia destacou que o investimento irá possibilitar a expansão e a consolidação no mercado saudita. “O portfólio de produtos da nova fábrica incluirá empanados, marinados, hambúrgueres e outros. Os produtos serão destinados majoritariamente ao mercado saudita, mas também poderão ser exportados para outros países na região”, afirmou a BRF.

Segundo o comunicado da BRF, o local, a capacidade, o fluxo de desembolso do investimento, a estrutura de capital e as demais condições relacionadas a esta planta serão estabelecidas em breve, durante a fase de especificação do projeto.

Já sobre os avanços nas conversas entre EUA e China para a chegada de um acordo comercial, que podem incluir concessões na área do agronegócio, como no comércio de proteínas animais, o Bradesco BBI destacou, em relatório, sobre possíveis impactos sobre a concorrência com o frango brasileiro.

Segundo os analistas Leandro Fontanesi, Tiago Mello e João Grandi, embora haja risco para a BRF e Seara, assim como oportunidade para o Pilgrim’s Pride, ”aguardaremos mais clareza sobre os volumes em potencial e conheceremos o ritmo das compras de frango dos EUA pela China em um acordo comercial.”

Os especialistas destacam, entretanto, que há dois fatores que podem atenuar qualquer impacto negativo para os players de frango no Brasil. O primeiro a aprovação de plantas adicionais de exportação de proteínas para a China (de 25 plantas para 78 até agora).

Em segundo lugar, um acordo comercial inclua a China retomando as importações de soja dos EUA poderia levar a custos mais altos de alimentação para os players de frango dos EUA, o que seria menor para as brasileiras.

Totvs (TOTS3)

A Totvs realizou a compra de 88,8% do capital da Supplier Participações, pelo montante de R$ 455,2 milhões, “sujeito a ajustes, a ser pago no fechamento da transação”. Segundo a empresa, adicionalmente, está previsto o pagamento de preço de compra complementar condicionado ao atingimento de metas estabelecidas para a Supplier relativas aos exercícios de 2020 e 2021.

Os fundados da Supplier seguem como gestores à frente da operação e acionistas com 11,2% do capital da companhia, que se dedica a viabilizar o crédito B2B, nas relações recorrentes entre clientes e fornecedores, especialmente nas cadeias de manufatura e distribuição.

Para o ano de 2019, a receita líquida projetada pela Supplier é de aproximadamente R$ 220 milhões, com carteira de crédito de aproximadamente R$1,1 bilhão e volume financeiro de crédito originado de aproximadamente R$ 6,5 bilhões.

De acordo com o Bradesco BBI, a visão é positiva para o papel dado que houve entrega do que foi “prometido” com oferta de ações, fusões e aquisições podem ser transformacionais dado que a Totvs já tem R$ 200 bilhões de valor total processado rodando na sua plataforma e os fundadores da Supplier ficam à frente do negócio, o que é visto como muito importante.

O Itaú BBA destacou que o acordo é estrategicamente complementar e financeiramente competitivo, segundo as informações preliminares divulgadas. Em relatório, a analista Susana Salaru escreveu que compra é um marco significativo para o segmento de fintech da companhia e que o acordo permite uma proposta de valor diferenciada, aumentando ainda mais a lealdade da base de clientes da Totvs.

Embraer (EMBR3)

A Bloomberg informou que a União Europeia estendeu o prazo final para revisão do acordo entre a Boeing e a Embraer até 5 de março de 2020, de acordo com comunicado em seu website, sem justificar o motivo da prorrogação. A extensão do prazo foi decidida em 25 de outubro, diz UE.

Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11)

Os preços da celulose de fibra curta (BHKP) na China atingiram US$ 459.66 a tonelada, recuando US$ 2,36 em uma semana, segundo relatório do Bradesco BBI. Já a fibra longa (NBSK) na China atingiu US$ 569,86 a tonelada, representando alta de US$ 4,59 a tonelada em uma semana. Na Europa, o preço BHKP atingiu US$ 700,00, significando uma queda semanal de US$ 0,10, enquanto o preço NBSK ficou em US$ 824,36 (-US$ 1,40%).

Para o Bradesco BBI, o ritmo de recuperação gradual dos preços de celulose segue preocupando. Sobre o recente aumento na NBSK na China, avaliam estar em linha com informações de que alguns participantes do mercado estavam implementando aumentos de US$ 10 a 30 a tonelada, “embora não estejamos convencidos de que esses aumentos permanecerão totalmente”, escreveram os analistas Thiago Lofiego e Isabella Vasconcelos.

“Observamos que, apesar da queda significativa nos preços da celulose registrada recentemente na Europa, os preços na região ainda são mais altos em relação aos níveis chineses em termos líquidos, o que implica que os preços podem permanecer sob pressão, principalmente considerando a demanda sem brilho”, acrescentaram os especialistas do Bradesco BBI, reforçando que segue “cauteloso” com o setor de papel e celulose.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.