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As ações da Ânima (ANIM3) fecharam com leves perdas de 0,42%, a R$ 7,17, após chegarem a cair 5,14% na sessão pós-resultado, amenizarem as baixas e chegarem a operar com ganhos na reta final do pregão. Cabe ressaltar, contudo, que o papel da companhia registrou quatro altas seguidas.
Na visão da XP, a empresa de educação reportou resultados neutros, em linha com as estimativas da casa.
A corretora destaca que as receitas da Ânima aumentaram principalmente devido às aquisições feitas nos últimos 12 meses, enquanto o crescimento orgânico continua desafiador.
“O modelo acadêmico E2A gerou grandes ganhos de margem ao longo dos últimos anos e agora está atingindo seu nível ótimo, mas as sinergias da aquisição da Laureate foram capturadas apenas parcialmente (38,5% do total esperado) e devem continuar gerando ganhos nos próximos trimestres”, explicam analistas.
O endividamento é um ponto de atenção, pois as despesas financeiras estão pressionando muito os resultados. Independentemente da pressão de curto prazo nos lucros, a XP mantém visão positiva em relação às ações e preço-alvo de R$ 15.
André Tavares, CFO da companhia, afirmou em teleconferência de apresentação de resultados que a empresa está fortalecida e que a desalavancagem é uma forte prioridade. Ele disse que a empresa foca em geração de caixa, destacando desinvestimentos, como a venda de escolas internacionais ao grupo Bahema, e outras iniciativas.
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O executivo apontou ainda que esses processos envolvem algum nível de confidencialidade, mas que em breve a empresa deve dar mais detalhes. Também ressaltou negócios com impacto na desalavancagem, com destaque na Inspirali, que fortalece a sustentabilidade da empresa. Ele reconheceu que a alavancagem está em nível alto, e que a empresa mira alavancagem com múltiplo em torno de duas vezes.
Já as sinergias com a Laureate, estimadas em R$ 350 milhões, estão caminhando de acordo com o projetado, em um ritmo forte. Também ressaltou a existência de oportunidade no crescimento do digital. Ele reconheceu que a inflação em 2022 impõe desafios adicionais para a melhoria do tíquete do que a inflação em 2021.
Mas disse que a gestão olha antes em nível micro para cada curso do que o nível macro, e que o processo de reposicionamento do tíquete leva ao menos quatro anos, com ajustes pontuais em alunos veteranos, e foco maior em novos alunos. “Há um efeito carrego na base quando se trabalha com tíquetes nos anos anteriores muito baixos ou muito altos”, disse.
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Questionado sobre PDD (provisões para devedores duvidosos) na teleconferência, Tavares afirmou que a empresa olha muito mais o indicador em termos de bases semestrais ou anuais, já que o ciclo de pagamento é semestral.
Ele destacou que, com a integração da Laureate, a empresa implementou a harmonização de práticas e metodologias para apurar a PDD, e que isso teve um impacto sobre o indicador.
Também disse que a empresa adotou modelos de gestão e cobrança da inadimplência mais eficiente de gestão, de forma que as unidades integradas se tornaram mais rigorosas nas renegociações de mensalidades e matrículas para 2022, sem impacto negativo na evasão. “Por conta da implementação deste novo modelo, esperamos ter um nível de PDD em 2022 abaixo do reportado em 2021”, afirmou.
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