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As ações ordinárias da Aliansce Sonae (ALSO3) fecharam em alta de mais de 7% nesta sexta-feira (24), mais precisamente 7,74%, a R$ 17,13. A performance vem após a companhia divulgar, na véspera, seu resultado do quarto trimestre de 2022, que foi bem recebido por analistas e investidores.
“A Aliansce Sonae, que se fundiu com a brMalls, divulgou ontem seus resultados do quarto trimestre. Embora os efeitos não recorrentes tenham dificultado a leitura dos números, enxergamos o resultado como positivo dado que o fluxo de caixa proveniente das operações (FFO, que é a principal medida de ganhos para shoppings) superou as nossas expectativas, aluguéis e vendas tiveram bons desempenhos e a empresa revisou para cima suas expectativas dos ganhos com sinergias da fusão”, comentam os analistas do Itaú BBA, em relatório.
O faturamento da Aliansce Sonae saltou 5,4% na base anual, para R$ 277,6 milhões. A receita líquida do brMalls somou R$ 462,1 milhões, crescimento de 23,8%.
O Bradesco BBI vai no mesmo caminho. “Em 2022, a receita líquida combinada das duas empresas foi de R$ 2,6 bilhões, incluindo R$ 1,1 bilhão da Aliansce Sonae, com alta de 18,5% no ano, e R$ 1,5 bilhão de brMalls, alta de 27,8%”, destacam.
“No geral, acreditamos que os resultados foram de neutros a fortes, com as empresas conseguindo reduzir continuamente os descontos concedidos aos lojistas durante a pandemia”, afirma o Credit Suisse.
Apesar de o lucro ter sido impactado por gastos não recorrentes relativos à fusão, os analistas destacaram que viram como positiva a tendência da companhia de concentrar os gastos já no começo da operação. Além disso, veem que o resultado tende a ser positivo.
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O Credit Suisse, no entanto, chegou a apontar que há pouca visibilidade para o futuro do negócio – o que os executivos, na teleconferência, tentaram dissipar.
“É natural que tenhamos algumas despesas referentes à integrante das duas empresas, apesar de termos focado boa parte delas no quarto trimestre. Consultorias de RH, de TI, de integração, isso ainda deve aparecer”, comentou Daniella Guanabara, diretora financeira (CFO) da Aliansce Sonae. “Claro que teremos despesas extras nesse ano, por exemplo, com a consolidação do processo, mas, em compensação, Capex e tecnologia terão quedas fortes nos próximos anos, com as sinergias”, mencionou Rafael Sales, diretor-executivo (CEO).
A companhia, além do resultado, divulgou que mudou o guidance esperado com as sinergias resultantes da fusão. De R$ 160 milhões, o número passou para o intervalo entre R$ 180 e R$ 210 milhões.
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“Sobre sinergias de custos e despesas, elas representam 40% do novo guidance. Esperamos capturar 85% até 2025 considerando o total, tanto em custos quanto em ganhos. Dito isso, estamos confortáveis com o crescimento de nossas linhas de receitas. Do lado dos ganhos, a gente ainda não está quebrando os números entre ganhos com mídia, aluguéis, é algo que traremos em breve”, explicou o CEO.
A empresa espera, por exemplo, conseguir melhores contratos, devido ao tamanho do seu portfólio combinado.
“Somando lojas relevantes das principais marcas, nós temos pelo menos o dobro de número de operações do que a somatória dos nossos dois maiores concorrentes. Em termos de relevância, de venda, de impacto, temos um tamanho já muito diferenciado. Era o nosso objetivo”, disse Sales.
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A Aliansce Sonae não descarta, contudo, se desfazer de alguns ativos que não estão dentro do seu “padrão de qualidade”. Nem todos os atuais ativos dos portfólios, segundo os executivos, se enquadram, por exemplo, nos padrões de dominância relevância da companhia.
“No cenário macro de investimentos, nenhum shopping nosso está em dificuldade de gestão ou problemático. Os shoppings menores, mesmo eles, estão com ocupação boa. Estamos de olhos em alguns, que não são foco de destino de lojistas, e por isso podemos revisar o portfólio”, explicou o CEO. “Geraremos caixa de forma robusta, desinvestiremos em shoppings de menos potencial e realocaremos capital em expansão, em projetos e em compra de shoppings. Esses são nossos objetivos”.