Ação da Yduqs sobe pela 3ª sessão seguida, Via Varejo salta 4% com recomendação e aéreas avançam com queda do dólar

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (28)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve uma sessão de ganhos após dados da balança comercial que, antes deficitária, passou a ter superávit em novembro e animou os investidores.

Enquanto isso, o dólar fechou em queda de 1% após atingir recorde de alta por três pregões seguidos, o que impulsionou os papéis de Gol (GOLL4, R$ 34,44, +3,92%) e Azul (AZUL4, R$ 52,75, +3,45%), aéreas que possuem boa parte da despesa atrelada à divisa americana. Ou seja, com a queda da moeda, as ações se beneficiam.

Já os ativos da Yduqs (YDUQ3, R$ 42,60, +4,80%) tiveram a terceira sessão de forte alta, impulsionados pelo Investor Day da companhia de educação.

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Durante o evento, o Ensino a Distância (EAD) apareceu como o principal pilar para a companhia. A Yduqs destacou uma visão positiva para as operações com a expansão em cidades pequenas, melhor valor adicionado do nome da empresa usando marcas regionais e aprimoramento da qualidade de percepção dos cursos.

De acordo com o Morgan, o foco da companhia é no crescimento e aumento da lucratividade nos próximos dois a três anos. “Além disso, o cenário de fusões e aquisições continua uma parte importante da história desde que haja espaço no balanço (mesmo após a aquisição da Adtalem”, afirmam os analistas.

A Via Varejo (VVAR3) também viu suas ações subirem forte à espera da Black Friday e também após ter a recomendação elevada pelo Citi de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 8 para R$ 11. “A Via Varejo progrediu em várias frentes, incluindo integração de estoques online e offline, logística, relacionamento com fornecedores, além de estabilizar as operações online”, afirma o banco. De acordo com o analista Tobias Stingelin, há riscos, mas as operações estão melhorando.

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Já as ações de bancos registraram queda após a decisão do CMN de limitar a 8% ao mês os juros do cheque especial cobrados pelas instituições, mas permitiu que as instituições cobrem uma taxa mensal para oferecer o produto aos clientes. Santander Brasil (SANB11) registrou a maior queda, de 1,76%. Veja a análise clicando aqui.

Confira os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
YDUQ3 4.79705 42.6
GOLL4 3.92275 34.44
VVAR3 3.86941 8.59
JBSS3 3.80435 28.65
CIEL3 3.75335 7.74

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
SANB11 -1.763 44.02
BRAP4 -1.75237 34.2
GGBR4 -1.43513 17.17
SUZB3 -1.3555 38.57
BTOW3 -1.32379 55.16

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou que o seu conselho de administração aprovou, em reunião realizada ontem, o Plano Estratégico de investimentos para o quinquênio 2020-2024. O capex previsto para o quinquênio é de US$ 75,7 bilhões, dos quais 85% estão alocados no segmento Exploração & Produção. Mais cedo, o jornal O Globo havia informado que a companhia iria investir cerca de US$ 90 bilhões até 2024.

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“Essa alocação está aderente ao nosso posicionamento estratégico, com foco nos ativos de E&P, especialmente no pré-sal, nos quais a Petrobras tem vantagem competitiva e geram mais retorno para os investimentos”, afirmou. Segundo a empresa, os desinvestimentos previstos no plano variam entre US$ 20-30 bilhões para o período 2020- 2024, sendo a maior concentração nos anos de 2020 e 2021.

A petroleira afirma que a curva de produção de óleo e gás estimada no período 2020-2024 “indica um crescimento contínuo”. “Ao longo desse período, está prevista a entrada em operação de 13 novos sistemas de produção, sendo todos alocados em projetos em águas profundas e ultra profundas.”

Segundo o fato relevante, a companhia seguirá perseguindo a desalavancagem por meio da geração de caixa e desinvestimentos. De janeiro a setembro deste ano, a empresa destaca que a dívida bruta foi reduzida em US$ 21 bilhões.

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“Mantemos a meta de atingir a relação Dívida Líquida/LTM EBITDA de 1,5x ainda em 2020. Em 2021 planejamos atingir US$ 60 bilhões de dívida bruta o que aumentará a remuneração aos acionistas em linha com a nova política de dividendos já anunciada”, acrescentou.

A empresa informou que os planos consideram as premissas de um cenário de resiliência, que é utilizado como preço de breakeven mínimo de projetos, preços de petróleo mais reduzidos, no valor de US$ 50/bbl para os próximos cinco anos e de US$ 45/bbl no longo prazo, aplicando uma governança criteriosa para a seleção e priorização de projetos.

Para 2020, expectativa é de que a produção de óleo e gás natural fique em 2,7 milhões de boed, subindo para 2,9 milhões em 2021, 3,1 milhões em 2022, 3,3 milhões em 2023 e 3,5 milhões em 2024.

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“Para a meta de produção de 2020 consideramos uma variação de 2,5% para mais ou para menos”, afirmou a petroleira.

Segundo a empresa, a produção de óleo deste ano reflete principalmente as perdas de volumes relacionados ao declínio natural dos campos maduros e à maior concentração de paradas de produção para o aumento da integridade dos sistemas, parcialmente compensados pelo ramp-up das novas plataformas.

“No longo prazo, a trajetória de crescimento é suportada pelos novos sistemas de produção – majoritariamente no pré-sal, com maior rentabilidade e geração de valor – e pela estabilização da produção na Bacia de Campos”, finalizou.

Sanepar (SAPR11)

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) publicou o seu programa de investimentos para o período de 2020 a 2024. Segundo o fato relevante, os aportes totais no período somarão R$ 7,632 bilhões.

Os investimentos serão divididos da seguinte forma ao longo dos anos: 2020 (R$ 1,301 bilhão); 2021 (R$ 1,606 bilhão); 2022 (R$ 1,559 bilhão); 2023 (R$ 1,549 bilhão); e 2024 (R$ 1,616 bilhão).

Por áreas, os investimentos entre 2020 e 2024 somarão R$ 3,239 bilhão em água, R$ 4,103 bilhão em esgoto; e R$ 289,8 milhões em outros.

Ainda sobre as empresas de saneamento, que envolvem também Sabesp (SBSP3) e Copasa (CSMG3), a Câmara dos Deputados aprovou a urgência na tramitação do projeto que institui o novo marco legal do saneamento básico, por 269 votos a favor e 113 contra. Na prática, com a decisão, o projeto poderá ser analisado mais rapidamente pelo plenário da Câmara.

BR Distribuidora (BRDT3)

A Petrobras Distribuidora informa que foi concedida liminar em mandado de segurança no dia 27 de novembro para garantir a regular continuidade do PDO (Programa de Desligamento Optativo) – BR 2019, mantidos todos os prazos e regras nele previstos, até o posterior julgamento de mérito do referido Mandado de Segurança.

A companhia ressalta que continuará acompanhando todas as demandas judiciais que discutam o referido programa e tomará todas as providências cabíveis pelos meios legais e éticos com o objetivo de assegurar os direitos dos funcionários que optaram pelo PDO, conforme sua opção livre e individual e dentro de seus planos pessoais futuros. O referido programa será reaberto de imediato.

O plano de transformação organizacional segue com a implantação da nova estrutura organizacional a partir de 01 de janeiro de 2020, com os ajustes funcionais já em curso e as atividades previstas nas próximas semanas ainda em 2019.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil comunicou que foi publicada no Diário Oficial da União a aprovação pelo Banco Central do Brasil (Bacen) a cisão parcial do patrimônio do BB Banco de Investimento, referente a participação acionária na Cielo e a transferência da parte cindida para a BB Elo Cartões Participações. O BB BI e a BB Elo são subsidiárias integrais do BB.

Segundo o comunicado ao mercado, com a aprovação pelo Bacen, a realização da reorganização societária se concretizará por meio de um aporte de capital do BB no BB BI no valor total de R$ 895 milhões; pela cisão da participação detida na Cielo pelo BB BI; e pela incorporação da parcela cindida na BB Elo.

“Com esse movimento societário, o BB promove a centralização das participações em empresas do segmento de meios de pagamento sob uma única holding, a BB Elo, buscando alinhamento com a estratégia de simplificação da organização societária do Conglomerado BB”, afirmou.

O banco acrescentou que a estimativa é de que o aporte a ser realizado pelo BB não impactará o resultado do conglomerado BB, sendo o impacto no capital residual.

Bancos 

O governo limitou a 8% ao mês os juros do cheque especial cobrados pelos bancos, mas permitiu que as instituições cobrem uma taxa mensal para oferecer o produto aos clientes. A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) foi divulgada na noite desta quarta-feira, 27. A limitação dos juros entra em vigor em 6 de janeiro de 2020.

Em análise, o Credit Suisse avalia que o impacto final “deve ser bem mais limitado do que o ‘headline’ pode sugerir dado que os bancos devem ter uma capacidade de ofuscar o impacto através de uma taxa para o cliente acessar o produto cheque especial (limite pré-aprovado) e também pela possibilidade de reduzir o capital alocado, caso necessário”,

Os analistas do Credit Suisse trabalham com um impacto de R$ 2,6 bilhões para o sistema, algo equivalente a 1-3% do lucro líquido para 2020 aos maiores bancos dentro da cobertura da instituição financeira. “Vale lembrar que a possibilidade de alguma medida nessa linha já havia sendo ventilada há algum tempo e provavelmente pode ter uma parcela de contribuição na performance um pouco pior dos bancos nas últimas semanas”, assinalam os analistas.

O Credit Suisse destaca ainda que o cenário onde os bancos podem cobrar taxas dos clientes com um limite de crédito pré-aprovado, deixa o mercado “mais alinhado com as práticas internacionais”.

O Itaú BBA avaliou em relatório a clientes que a medida é “levemente negativa para os bancos, dada a possível redução de lucros, que pode ser parcialmente compensada com uma melhor alocação de capital”.

“A receita de crédito deve diminuir, mas ser parcialmente compensada por um aumento nas tarifas”, escreveu Marcos Assumpção, em relatório a clientes, acrescentando que a previsão é de que os ganhos para possam cair cerca de 3% para os grandes bancos.

“O impacto no ROE será minimizado por uma alocação eficiente de capital – o ROE médio 2020e reduzido em 9 bps”, finalizou.

GPA (PCAR4) e RD (RADL3)

O GPA e a rede de farmácias RD firmaram um acordo para a criação de uma joint venture, criando uma empresa de programa de fidelidade. A expectativa é que a nova empresa, batizada de Stix Fidelidade, comece a operar no segundo semestre de 2020.

Pelo acordo, que ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Pão de Açúcar terá participação de 66,7% e a RD ficará com os outros 33,7%.

Em entrevista a jornalistas, o diretor-presidente do GPA, Peter Estermann, afirmou que o este programa de fidelidade busca ampliar a base de clientes de ambas as companhias, além da frequência de compras.

De acordo com Marcílio Pousada, presidente da RD, os clientes poderão acumular pontos em compras nas lojas das bandeiras Extra e Pão de Açúcar, além das unidades Drogasil e Droga Raia.

Além disso, o Pão de Açúcar deve suspender um acordo que tem com a Livelo, já que este novo programa de fidelidade envolve o Itaú Unibanco, sendo que os usuários de cartão de crédito do banco poderão transferir seus pontos para o Stix Fidelidade.

Ainda sobre o GPA, a varejista de alimentos informou que a OPA de aquisição da Éxito foi aceita por 96,57% acionistas.

Braskem (BRKM5)

A Braskem tem perspectiva revisada pela Fitch de estável para negativa.

BR Properties (BRPR3)

A BR Properties aliena 30% de imóvel no Rio por R$ 79,9 milhões.

Positivo (POSI3)

O Bradesco BBI iniciou a cobertura da Positivo com classificação de Outperform e preço-alvo para 2020 de R$ 9,50. Segundo os analistas Fred Mendes e Guilherme Haguiara, a visão positiva se baseia na recuperação cíclica no Brasil, com o mercado de PCs se recuperando; nas ofertas públicas reprimidas; e com as perspectivas de crescimento por meio do Accept, o vendedor de servidores do Positivo e o HaaS (hardware como serviço).

“Sua avaliação é atraente em 5,3x EV/EBITDA para o YE20, um desconto de 25% para pares globais, mas com maior crescimento e uma oportunidade de expandir margens”, escreveram os analistas.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.