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A ação da Nike caiu depois que a maior empresa de artigos esportivos do mundo divulgou uma perspectiva anual que ficou aquém das expectativas, reforçando as preocupações dos investidores sobre a demanda em declínio pelos tênis e roupas da marca.
A dona das marcas Jordan e Converse espera que a receita diminua na casa dos dígitos médios no atual ano fiscal da empresa, que começou neste mês. De acordo com estimativas compiladas pela Bloomberg, os analistas esperavam um crescimento de cerca de 2% este ano. Grande parte da queda nas vendas se deve a um fraco primeiro trimestre fiscal, quando a receita deve cair 10%, mais do que o esperado.
“Uma recuperação nessa escala leva tempo”, disse o diretor financeiro Matt Friend durante a teleconferência da empresa com analistas. Ele acrescentou que a empresa está fazendo a transição de sua linha de produtos para reacender o interesse dos consumidores.
As ações ampliaram sua queda no final das negociações em Nova York nesta quinta-feira (27). Se a queda de 11% nas negociações pós-mercado se mantiver, a Nike terá sua maior queda desde o final de dezembro, quando anunciou cortes de custos de US$ 2 bilhões. As ações caíram 13% este ano até o fechamento de quinta-feira.
A receita do quarto trimestre fiscal da empresa, encerrado em 31 de maio, caiu 1,7%, para US$ 12,6 bilhões, abaixo da média das estimativas dos analistas. As vendas no importante mercado chinês foram de US$ 1,86 bilhão, superando a estimativa média, enquanto o lucro por ação também superou as expectativas.
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Os resultados mostram que a fraqueza que a Nike tem relatado nos últimos trimestres persiste à medida que a empresa se retrai após uma tentativa de focar em seus próprios canais de vendas que não produziu os resultados desejados. Essas vendas, por meio de site, aplicativo e lojas da empresa, caíram 8%, abaixo das expectativas de Wall Street.
A Converse, conhecida por seus tênis Chuck Taylor, viu a receita despencar 18% devido às fracas vendas tanto na América do Norte quanto na Europa Ocidental.
A analista da Bloomberg Intelligence, Poonam Goyal, disse que o desempenho abaixo do esperado nos canais de vendas próprios da Nike “surpreende e é motivo de preocupação, pois a gigante de artigos esportivos pode estar afastando seus principais compradores devido à falta de novidades”. Ela acrescentou que o desempenho no atacado, que superou as estimativas, é um “indicador positivo para seus relacionamentos atacadistas renovados e existentes”.
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O CEO da Nike, John Donahoe, está cortando US$ 2 bilhões em custos e reduzindo 2% da força de trabalho, com demissões recentes atingindo a sede europeia da empresa na Holanda e a marca Converse com sede em Boston.
Diante da concorrência de novatos como a On e os tênis de corrida Hoka da Deckers Outdoor, Donahoe disse que dará prioridade ao esporte, novos produtos e parceiros atacadistas que receberam menos atenção da empresa enquanto ela buscava impulsionar suas próprias lojas e sites.
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